quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

Vendo Teses de Doutorado (em qualquer área!)



Nesta postagem discuto sobre parte do complexo mercado negro de teses, dissertações e artigos científicos no Brasil. Mostro, entre outras coisas, como obter uma prévia de tese de doutorado de cem páginas em quinze dias e sem escrever uma única palavra, além das necessárias para fazer o pedido. Mesmo em países europeus e até nos Estados Unidos textos acadêmicos são comercializados a granel. Mas o Brasil mostra mais uma vez ser um local privilegiado para este tipo de ação criminosa.

O título acima é para atrair a atenção não apenas dos leitores usuais deste blog mas, também, das criaturas amorais que não conseguem avaliar a profunda gravidade profissional, acadêmica, pessoal, moral, social e criminal do plágio.

Mas, antes, vamos explorar um pouco a respeito do que já foi uma tese de doutorado em passado não muito remoto.

A tese de doutorado do grande físico francês Louis de Broglie rendeu nada menos do que o Prêmio Nobel. Quando de Broglie apresentou sua tese para os examinadores da banca, o trabalho denunciou uma originalidade tão surpreendente que eles, receosos, foram obrigados a consultar um colega de profissão: Albert Einstein. Este físico alemão, que dispensa apresentações, leu a tese daquele jovem francês e a aprovou. 

As teses de doutorado do austríaco Kurt Gödel e do francês Henri Lebesgue são outros exemplos bem conhecidos de obras de enorme impacto em lógica e análise matemática, respectivamente. 

Mas estes e demais casos análogos fazem parte de um passado que está simplesmente morrendo. Obter um título de doutor, hoje em dia, virou um negócio financeiro. É um negócio que deve render, em geral, um salário melhor em universidades e demais instituições acadêmicas. E este fenômeno é especialmente marcante no Brasil, um país sem tradição alguma na produção de conhecimento e que praticamente desconhece o significado da palavra "mérito". Nas universidades federais, por exemplo, basta o professor ter o título de doutor para garantir seu cargo como Professor Adjunto. 

Como o Brasil é essencialmente um país de moral flexível, é claro que o negócio da obtenção do título de doutor deu ampla margem para a fraude.

Poligrafia Acadêmica é um site liderado por um indivíduo que se autodenomina Professor Célio. Isso mesmo! Assim como a plástica cantora e atriz Cher, ele não tem sobrenome. Neste site é possível literalmente comprar trabalhos acadêmicos, desde monografias de conclusão de curso até teses de doutorado e de pós-doutorado, passando por artigos científicos e projetos de pesquisa, entre outros. Isso porque ele conta com uma equipe de professores (geralmente aposentados, segundo o site) de inúmeras áreas do conhecimento. 

Fiz, então, uma experiência. Enviei dois e-mails de primeiro contato para o Professor Célio, encomendando duas teses de doutorado. Uma das mensagens foi enviada em meu nome, solicitando uma tese sobre aplicação do teorema do índice de Atiyah-Singer no problema das cópias de gauge (tema de minha própria tese de doutorado, defendida em 1994 na Universidade de São Paulo). O outro e-mail foi enviado em nome de uma amiga, a qual concordou com a minha estratégia. Nesta segunda mensagem encomendei uma tese de doutorado em filosofia, sobre o papel do filósofo da ciência na atividade científica. Ou seja, no primeiro e-mail solicitei um tema muito específico e altamente técnico. Já no segundo, escolhi um tema muito mais abrangente e, portanto, mais fácil de ser explorado por charlatões. Em ambos os casos coloquei o primeiro semestre de 2013 como data limite para a entrega dos trabalhos.

Ainda não recebi qualquer retorno do primeiro e-mail. Mas a resposta ao segundo chegou rapidamente e é reproduzida abaixo:
­­­­­­­­­­­­___________________

Bom dia

Agradecemos o seu contato.

Como a sua tese deverá ser apresentada em meados de 2013 e, provavelmente, sua orientadora deverá querer prévias do trabalho, informamos que, para a sua área, o valor da lauda é de R$ 150,00 (cento e cinquenta reais). 

Nosso procedimento é o de receber por uma certa quantidade de folhas e lhe enviamos, após determinado prazo. Após a sua aprovação, novo pagamento deverá ser realizado, para outra quantidade de páginas, até o término do seu trabalho. 

Vc definiu um tema muito genérico e é vasta a bibliografia e o direcionamento dos capítulos pode também ser feito de inúmeras maneiras. Se vc quiser, nós podemos definir tudo para vc. 
Caso vc queira continuar as tratativas, estaremos à disposição.

Atc.,

Prof. Célio e Equipe
Poligrafia Acadêmica
_____________________

Vale observar que em nenhum momento foi sugerido que minha amiga teria a orientação de uma mulher. O próprio Professor Célio assumiu a existência de uma orientadora. 

Respondi que o preço era alto e que eu gostaria de saber quem redigiria o texto. Não houve qualquer resposta até o presente momento.

Novamente usando o nome de minha amiga (e novamente com a sua gentil permissão), encomendei uma tese de doutorado em filosofia, sobre o mesmo tema acima citado, para a empresa Trabalhos Universitários. Esta, com sede em São Paulo, existe há onze anos e atende a três continentes, incluindo Europa. 

O ambiente virtual da Trabalhos Universitários é bem mais profissional. Esta empresa alega ser a maior do gênero na América Latina. Em caracteres minúsculos, ao pé da página principal, há uma importante observação: 

"A Trabalhos Universitários não faz parte do comércio de compra e venda de trabalhos acadêmicos prontos e é totalmente contra a esta prática. Não auxiliamos quem compra e nem apoia quem quer comprar ou vender. Auxiliamos através de modelos e assessoria conjunta de profissionais exclusivos para tal função, proibindo o uso de nossos conteúdos como sendo de nosso cliente, tendo como foco, o estudo. Trabalhamos em conformidade com a Lei 9.610/98."

Recebi a seguinte resposta à minha solicitação:
___________

Obrigado por ter entrado em contato com a Trabalhos Universitários. Para poder te ajudar a realizar o trabalho, precisamos de algumas informações adicionais para compreendermos corretamente o que você precisa e assim, realizarmos um trabalho com o máximo de qualidade para você!

- O que você tem em mente em relação a esse trabalho?

- Dentro do tema escolhido, quais assuntos você tem mais interesse que desenvolvamos no trabalho?

- Existe algum manual referente a este pedido, ou outro que possa ajudar no desenvolvimento?

Ficamos no aguardo do seu retorno o mais breve possível.

Atenciosamente,

CRISTINA MENEZES
___________

Ou seja, o pedido não foi imediatamente recusado, apesar de eu ter afirmado (em nome de minha amiga) que eu não tinha tempo disponível para escrever tese alguma. 

Minha resposta segue abaixo:
____________

Oi, Cristina

A principal referência apontada pela minha orientadora é o livro abaixo

http://cslipublications.stanford.edu/site/1575863332.shtml

Neste livro o autor defende que o filósofo da ciência deve, hoje em dia, participar do desenvolvimento científico resolvendo problemas sobre os fundamentos da ciência. O objetivo principal da tese é questionar esta proposta como algo relevante ao filósofo, o qual tradicionalmente analisa as dimensões epistemológica, metodológica e ontológica da ciência, sem necessariamente resolver problema científico algum.

Preciso saber se há condições de vocês realizarem este trabalho para mim, pois estou realmente sem tempo para escrever.

Fico aguardando
____________

A imediata resposta da Trabalhos Universitários foi um e-mail com o orçamento e instruções gerais (contrato), os quais não reproduzo detalhadamente aqui por ser uma mensagem muito extensa. Mas posso encaminhá-la na íntegra para eventuais interessados. Resumidamente, a tese foi orçada em R$ 3.580,00 (valor total a prazo) ou R$ 3.480,00 (valor total à vista). Isso para um documento de cem páginas. O pagamento pode ser parcelado em cinco vezes via depósito ou transferência (em quatro agências de quatro bancos diferentes) ou boleto bancário. Há também a opção de parcelar em doze vezes em cartão de crédito. Segundo a Trabalhos Universitários, uma prévia da tese é enviada em média dentro do prazo de quinze dias

No item 9 do contrato consta a seguinte informação: 

"A finalidade deste pedido é exclusiva como base de estudo. O mesmo será executado de acordo com as características aqui descritas, manuais e orientações já enviadas para confecção do orçamento."

Portanto, a advertência de que a Trabalhos Universitários não faz parte do comércio de compra e venda de trabalhos acadêmicos prontos é, no mínimo, contraditória. Afinal, nos primeiros contatos ficou claro que o solicitante não teria tempo para escrever a tese. Além disso, o contrato não proíbe que o solicitante use o material enviado como produto final em sua defesa de tese.

Estes fatos sugerem que a Trabalhos Universitários faz parte do comércio de vendas de trabalhos acadêmicos prontos. Isso porque não foram mencionados instrumentos legais que protejam os direitos de cópia dos trabalhos enviados aos seus clientes.

Além disso, não podemos esquecer de um fato muito simples. Se um estudante de doutorado tem um orientador, por que precisaria de um serviço como este?

Importante observar que na página da Trabalhos Universitários há a seguinte consideração sobre teses de doutorado: 

"A Tese é considerada no meio acadêmico como o trabalho mais representativo da vida de um acadêmico. Isso pois, quem passa por um Doutorado, jamais é o mesmo! Com a grande complexidade de uma Tese, a equipe Trabalhos Universitários oferece a você o serviço de confecção e/ou suporte para elaboração de sua Tese."

Em primeiro lugar, somente em casos muito raros uma tese de doutorado pode ser considerada como o trabalho mais representativo da vida de um acadêmico. Usualmente um curso de doutorado é uma mera preparação para o profissional se familiarizar com a atividade de pesquisa de alto nível. O trabalho mais importante de qualquer profissional da pesquisa acadêmica somente pode ser definido após extensa carreira em atividades científicas. E, em segundo lugar, como pode ser tão importante uma tese de cem páginas cuja primeira prévia é escrita em quinze dias?

É importante esclarecer o motivo para eu ter usado o nome de outra pessoa, além de meu próprio. Como já tenho o título de doutor e esta informação é facilmente encontrada na rede, achei interessante pedir ajuda a uma pessoa de confiança que ainda não obteve tal título, apesar de ser uma profissional atuante na área acadêmica.

No site português Expresso há uma reportagem interessante sobre o tráfico de teses em Portugal. Afirma-se que uma tese de doutorado pode custar até 1500 euros. Já no Brasil, percebemos que uma tese de doutorado de cem páginas pode custar menos (3480 reais) ou bem mais caro (15000 reais). 

A tese de doutorado do matemático norte-americano John Nash também rendeu o prêmio Nobel. Trata-se de um trabalho de 28 páginas que revolucionou a teoria dos jogos, com profundos reflexos em economia. Aqui no Brasil uma tese deste tamanho jamais seria aceita, pois não teria volume o bastante. Não creio que o Professor Célio aceitasse receber meros 4200 reais por uma tese de 28 páginas, justamente porque ele deve conhecer muito bem a realidade brasileira. E, honestamente, duvido que a equipe do Professor Célio ou mesmo algum aluno universitário deste país conseguisse revolucionar qualquer ramo da ciência com 28 páginas. 

Não estou questionando a capacidade intelectual de nossos jovens, os quais já demonstraram real talento em várias ocasiões. O que questiono é o sistema acadêmico brasileiro em si, que avalia teses de doutorado a partir de volume e quantia de referências, mas que frequentemente se mostra incapaz de perceber plágio e mediocridade quando ele surge diante de seus próprios olhos. 

No Brasil não existe uma definição legal suficientemente clara para o conceito de plágio. Mas parece ser senso jurídico comum que o plagiador é um indivíduo que tenta se passar como autor de uma obra (ou parte dela) que não lhe pertence. A pena mínima prevista no artigo 184 do atual Código Penal Brasileiro é de detenção de três meses a um ano ou multa. Já a pena máxima pode chegar a quatro anos de prisão e multa. E comprar teses de doutorado ou dissertações de mestrado é, definitivamente, plágio. A pena máxima do Código Penal se aplica em casos nos quais o plagiador foi beneficiado financeiramente. Creio que aumento salarial decorrente do título de doutor seja uma boa justificativa para denunciar um benefício financeiro.

Mas uma pergunta natural e inevitável é a seguinte: como é possível o tráfico de teses? 

Os motivos imediatos são relativamente simples de identificar: 

1) A crescente quantia de orientadores que não orientam. Tem sido cada vez mais comum a prática de professores orientadores que praticamente abandonam os seus orientados. Se um orientador não acompanha o trabalho de seu pupilo, certamente está fornecendo condições propícias para o orientado buscar por soluções fáceis, como a compra de trabalhos completos. 

2) A pressão exercida pelos órgãos de fomento. As instituições que tradicionalmente oferecem bolsas e demais recursos para programas de pós-graduação (CNPq, CAPES e fundações de amparo à pesquisa, entre outras) exigem, justamente, resultados. Se alunos matriculados em um curso de pós-graduação não concluírem suas dissertações ou teses nos prazos estabelecidos, isso pode comprometer seriamente o apoio financeiro futuro para o programa e até mesmo a sua continuidade.

3) A péssima qualidade de muitos projetos de pesquisa. Muitos orientadores de programas de pós-graduação em engenharia de produção, por exemplo, aceitam como temas de tese simples aplicações elementares de técnicas matemáticas amplamente conhecidas na literatura. Orientadores de mestrado ou doutorado em literatura ou filosofia, comumente aprovam projetos que são meras exegeses de textos consagrados ou de importância duvidosa. Programas de pós-graduação em educação estão infestados com teses que defendem a ideia de que somente deve ser lecionada (nos ensinos fundamental e médio) a matemática que possa ser identificada com o dia-a-dia dos alunos. Esses temas triviais certamente facilitam para que centenas ou milhares de pessoas sejam capazes de escrever qualquer tese de doutorado ou dissertação de mestrado. 

Em suma, falta (i) ousadia real na maioria esmagadora dos projetos de pesquisa em programas de pós-graduação brasileiros, (ii) flexibilidade para lidar com a incerteza inerente a qualquer pesquisa de ponta e (iii) acompanhamento constante de orientadores. 

Já o motivo mais profundo do tráfico de trabalhos acadêmicos é simplesmente a falta de seriedade. Só isso.

Para finalizar esta breve abordagem sobre o tráfico de teses e dissertações, indico ao leitor o excelente texto do Professor Michel Thiollent, Doutor em Sociologia pela Université Rene Descartes, Paris V, Sorbonne. Em seu artigo, originalmente escrito em português, Thiollent discute, entre outras coisas, sobre programas de computador que detectam fraudes. 

O link desta postagem será imediatamente encaminhado para a Poligrafia Acadêmica e a Trabalhos Universitários.

Espero que um dia o Brasil desperte de seu berço esplêndido e comece a genuinamente se empenhar na produção de conhecimento científico.
____________

Observação: Veja aqui as respostas da Trabalhos Universitários e da Poligrafia Acadêmica.

26 comentários:

  1. Olá, professor Adonai!!!!

    Já sabia disso, pois, conheci produtores desses trabalhos acadêmicos e também, de várias figuras detentoras de títulos e méritos indevidos!!!!
    É por isso tudo, que eu tenho mais confiança na capacidade criativa de um estudante do que na verve inventiva de um Doutor!!!!

    Um abraço!!!!!

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    1. Francisco

      Ótimo poder novamente contar com a sua participação por aqui. Você está convidado a fazer denúncias neste blog. Todos os textos que encontrei sobre o tráfico de trabalhos acadêmicos têm as mesmas características em comum: apontam o absurdo do plágio, mas não citam nomes. Isso tem que mudar.

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  2. Olá, Adonai!
    Mais uma vez você surpreende com sua clareza e coragem. Parabéns pelo texto!
    Como orientadora de trabalhos de conclusão de curso de graduação e de pós-graduação fico muito angustiada com este tipo de prática. Principalmente por que qualquer orientador sério é capaz de perceber se seu orientando está mesmo sendo o pesquisador de seu trabalho em uma simples e rápida conversa sobre o assunto. Me pergunto se estes supostos mestres e doutores - que permitem tal prática (permitem sim! impossível não perceber) - também não utilizaram estes "serviços especializados" em sua próprias formações. Foram várias as ocasiões em que me recusei a continuar a orientação de trabalhos obviamente plagiados, mesmo que em parte. Além de indignada, me sinto profundamente ofendida quando recebo um trabalho visivelmente feito por terceiros.
    Infelizmente o problema vai ainda mais longe. Orientadores de mestrado chegam a fazer trabalhos completos para seus orientandos em troca de presentes e favores... Em casos como estes fica muito difícil desvendar o plágio ou até mesmo ter uma visão real da profundidade do problema da autoria de trabalhos no país!

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    1. Adriane

      Sempre guiei minha vida pessoal e profissional da seguinte maneira: se somos capazes de perceber um problema, é porque ele é maior. Nesta postagem dei ênfase aos vendedores. Em texto futuro pretendo focar os compradores.

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  3. Caro Adonai,
    parabéns pela postagem. O que mais me surpreende é o fato de estas "Teses" serem aprovadas. Como estes trabalhos vem sendo avaliados? Isso realmente põe em xeque (talvez xeque-mate), a qualidade das bancas de pós-graduação e dos professores que participam destas bancas. Quem realmente lê e avalia a qualidade técnica destes trabalhos?
    Um abraço,
    Gilson Maicá.

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  4. Que triste e desanimador para quem quer ir adiante os seus estudos. Terrível prática e excelente postagem denunciando.

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    1. Nelza

      É um grande prazer contar com a sua presença por aqui. Vi alguns de seus blogs e percebo que sua prioridade profissional é educação. Toda colaboração é bem-vinda.

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  5. Desde a escola, na educação infantil e anos iniciais quantos pais ajudam seus flhos a fazerem algo. Esta pratica continua, no ginásio, no colegial, e na graduação, na especialização, no mestrado, no doutora e pós-doutorado. Não é surpresa para nínguem isto ai, quem se surpriende com isto vive em outro planeta.
    Agora sua iniciativa de colocar isto público é digno de louvor, parabéns.

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    1. João Maria

      Curiosa coincidência. Assim como a Nelza Jaqueline (ver comentário acima), você também tem interesse em educação, manifestado em intensas atividades na internet. Vi seu blog e gostei da iniciativa. Seja bem-vindo. Espero poder contar com suas críticas e sugestões.

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  6. Independente de prazos, bolsas ou ausência de orientação, a questão moral deveria falar mais alto.
    Excelente post, sempre desconfiei de muitos trabalhos acadêmicos genéricos. O cientista genuíno, que realmente tem interesse em pesquisa consegue superar tais obstáculos.
    Tive professores na graduação que só escreviam mais do mesmo, o lattes era cheio de revisões bibliográficas. Produzir um conteúdo razoável e relativamente interessante demanda tempo e dedicação, estou sentindo isso na pós-graduação.
    Por outro muita gente passa na nossa frente, reciclando trabalhos antigos ou publicando a mesma coisa em mais de um evento, com o objetivo de encher o lattes.
    O que resta é a consciência de cada um, mas é desmotivador ver pessoas que se utilizam deste expediente, falando abertamente de seus golpes. Por ter me apaixonado pela pesquisa, dá uma tristeza tremenda saber que existem sites deste tipo, é como se o seu trabalho não valesse nada.
    Continue com o bom trabalho, e feliz ano novo atrasado.

    Bruno Frank

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    1. Bruno

      Vale observar ainda que a plataforma Lattes, definitivamente, não é uma fonte segura e nem precisa de informações. Já vi muitas informações falsas lá.

      Apesar disso, espero que você não desista de seus projetos de pesquisa. Muita gente boa já chutou o balde.

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  7. Caro Prof. Adonai,
    Já tinha eu ouvido a respeito desse tema, mas não sabia que alcançava tal magnitude. Sabia das facilidades de se obter um trabalho de final de curso de graduação, mas essa fraude vergonhosa chegar no nível de doutorado me causou uma certa melancolia e algum desânimo. Acabo de ingressar no Profmat, espero não ter alguma história para contar a esse respeito.
    Parabens pelo blog e pelas opiniões.
    Abraços
    Cesar

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    1. Cesar

      Até pouco tempo atrás eu nunca tinha sequer ouvido falar nisso. Fiquei sabendo através de uma amiga que convive com essa realidade quase que diariamente.

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    2. Professor, tem coisa pior. O que me diz desse site?
      www.sucessocorp.com.br
      Venda de diplomas!!!!!
      (Até agora há pouco 04/02/2013 às 19:51 estava no ar, mas não sei por quanto tempo)
      Abraços
      Cesar

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    3. Cesar

      Fiquei sabendo disso ontem. Há uma reportagem sobre esse negócio divulgada na página facebook deste blog. E, sim, a página ainda está no ar. É realmente difícil alimentar alguma fé no Brasil com esse tipo de iniciativa.

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  8. DOMINGO, 4 DE AGOSTO DE 2013

    Nós ajudamos!!! Nós simplificamos!! Nós facilitamos!!!

    http://dererummundi.blogspot.com.br/2013/08/nos-ajudamos-nos-simplificamos-nos.html

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    1. Sebastião

      Infelizmente no Brasil não existe de fato cultura acadêmica, mesmo em nossas universidades. Teses devem ter volume (de páginas). Com relação a assuntos para teses de doutorado, a exigência é que seja tema original e relevante. O objetivo de um doutorado é formar pesquisadores. No entanto, a maioria absoluta das teses de doutorado no Brasil não tem relevância alguma.

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    3. Sebastião

      Sem o devido contexto fica difícil responder a esta questão.

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  10. Este comentário foi removido pelo autor.

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    1. Sebastião

      Ainda é complicado responder à sua questão, uma vez que conheci alemães com comportamento diferente daquele que é apontado no texto acima. Mesmo entre brasileiros já percebi perfis muito variados de pesquisadores.

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  11. Denúncias? O senhor foi incumbido pela justiça? Deixe de ser chato, senhor! Que assunto mais cansativo, ridículo, pretensioso e cheio de parcialidades... Porventura és o senhor um magistrado na análise do mérito? Do contrário, pare de se ater a conduta alheia e cuide tão somente de vossa vida - inclusive da psíquica.

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    1. Não, não fui incumbido pela justiça. Mas seu questionamento é insensato e inconsistente. Se um cidadão percebe que algo está errado, a denúncia é um direito e até um dever, no exercício de cidadania.

      Com relação a ser chato, realmente sou. Nada de novo. E sim, o assunto é de fato cansativo e ridículo. É cansativo e ridículo perceber tanta desonestidade em nosso país.

      Pretensioso? Sim, também sou. Cheio e parcialidades? Novamente concordo. Sou tendenciosamente favorável a uma educação séria, honesta e em sintonia com as necessidades do país e do mundo.

      Não, não sou um magistrado na análise do mérito. Sou apenas um professor que eventualmente coloca temas importantes em discussão, principalmente quando estes temas são ligados a ciência e educação.

      Com relação à conduta alheia, certamente ela me interessa e deve interessar a todos, quando tal conduta afeta segmentos sociais. Educação e ciência têm o poder de afetar vastos segmentos da sociedade.

      Nem mesmo você, anônimo comentarista, está isolado da ação de outros. Minha ação aqui, por exemplo, obviamente o afetou. Portanto, suas críticas a mim são igualmente cabíveis a você. Seja pelo menos consistente.

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