segunda-feira, 22 de setembro de 2014

Física Quântica e Misticismo - Resposta de Gabriel Guerrer


Dois dias atrás publiquei uma postagem na qual se discutia a respeito da falta de correlação entre as opiniões de alunos sobre a natureza da ciência e a capacidade de os mesmos realizarem atividades de investigação científica. A postagem é fundamentalmente baseada em pesquisas publicadas em um importante periódico especializado em educação científica. No mesmo texto decidi levantar questionamentos sobre uma eventual extensão desses resultados. E um dos temas secundários abordados foi o fato de que existem profissionais altamente qualificados em ciência que insistem em visões perigosamente não qualificadas mas difundidas entre leigos entusiastas de misticismo. Estes seriam exemplos de pessoas que já desenvolveram atividades investigativas em ciência, mas que não têm opiniões consistentes sobre a natureza da ciência. Para ilustrar o ponto citei o exemplo de Gabriel Guerrer, doutor em física que ministra cursos sobre eventuais relações entre física quântica e misticismo.

Imediatamente após a publicação da postagem eu a encaminhei para Guerrer, como usualmente faço ao veicular textos que promovem críticas a indivíduos. Em mensagem pessoal Guerrer perguntou se eu daria a ele o direito a resposta. Naturalmente garanti que sua visão teria tanta visibilidade quanto a minha postagem de crítica. 

Pois bem. O texto a seguir é a resposta de Gabriel Guerrer. A seguir faço eu mesmo alguns comentários sobre a visão que ele aqui promove.

Desejo a todos uma leitura crítica. 
__________________
(Sem Título)
de Gabriel Guerrer

Professor Adonai, agradeço os elogios e críticas e por ter aberto essa importante discussão. Falando em método científico, inicio apontando uma falha que comete ao citar o meu nome em sua análise: você não conhece os detalhes da pesquisa e do trabalho que tenho conduzido. Você baseia suas opiniões não em fatos e sim em projeções pessoais, me comparando com referências que não me servem como referências. 

Além disso, propaga uma informação errônea ao citar meu nome ao lado dos termos "cura quântica, saúde quântica". Meu trabalho não envolve o uso desses termos. As informações que tenho transmitido para o público são através de um curso chamado "Física Quântica - Imaginando o Invisível". Como o nome já sugere, ofereço uma exploração criativa das possibilidades interpretativas da Física Quântica, das mais convencionais às mais exóticas - todas igualmente possíveis perante as evidências empíricas. 

Durante o curso ofereço poucas certezas e muitas perguntas, estimulando um livre pensar guiado pelo melhor do senso crítico. Porém, concordo que é um lugar bastante delicado que requer responsabilidade e que muitos abusos tem sido cometidos por alguns divulgadores despreparados. Não é raro escutar absurdos como por exemplo, o de que a Física Quântica prova cientificamente a existência do espírito.

Por outro lado, podemos fazer perguntas muito interessantes, entre elas: o que significa a relação direta dos pioneiros da Física Quântica (Schrodinger, Einstein, Planck, Heisenberg, Pauli) com o Misticismo [1]? O que significa habitar uma Realidade não-local? Seria a consciência um fenômeno não-local [2]? Seria a consciência apenas um produto final do processo evolutivo [3]? 

Tenho um enorme desconforto perante o modelo operante de grande parte das instituições acadêmicas. Sinto em geral uma apatia criativa incompatível com a minha paixão e curiosidade por esses temas tão fascinantes. Infelizmente, o modelo atual é de manutenção do conhecimento já adquirido e não um celeiro de novas ideias. Para inovar é necessário flertar com as anomalias, margear as bordas e buscar novas (ou rever antigas) formas de pensamento. Nesse contexto, sinto que as perguntas mais interessantes são proibidas e fortemente evitadas, com raras exceções em território nacional a exemplo de [4], [5] e [6]. É por esse desconforto e para me manter motivado que tomei a difícil decisão de seguir temporariamente como pesquisador independente. 

Sinto essa dificuldade em diversas áreas da dinâmica social, de modo que acredito estar relacionada a algo mais profundo, um modelo cultural ultrapassado. Os modelos culturais, por sua vez, estão correlacionados com o consenso vigente sobre a Realidade. Acontece que a visão atual ainda se baseia na Física Clássica e na visão Materialista reducionista, que não podemos esquecer, é uma premissa metafísica. 

A Física Quântica está longe de criar uma imagem bem definida sobre a Realidade, porém pode afirmar algumas coisas sobre o que não é. Aprendemos que a Realidade é não-local e possivelmente não-dual. Coincidentemente (ou não) essa é a mensagem que os místicos de todos os tempos tem nos comunicado. O Misticismo genuíno propõe desde tempos imemoriais técnicas para se atingir essa experiência subjetiva que transcende a razão. Devemos simplesmente ignorar esses dados sobre a Realidade obtidos por séculos de exploração do aparato humano? 

Concordo com os pioneiros da Física Quântica, o Misticismo não pode ser derivado da Ciência, são caminhos linearmente independentes. Mas assim como eles, também acredito na melhor combinação entre Ciência e Misticismo, em outras palavras, a melhor combinação entre nossas capacidades complementares: razão e intuição. É desse encontro que surge a criatividade, a arte, a beleza, a compaixão e a sensação de propósito. Uma cultura que estimula a experiência integral de nossas potencialidades humanas pode ser a solução para os difíceis momentos que atravessamos.

Gabriel Guerrer

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Referências

[1] Ken Wilber, Quantum Questions - Mystical Writings of the world´s greatest Physicists

[2] Dean Radin, Entangled Minds: Extrasensory Experiences in a Quantum Reality

[3] Thomas Nagel, Mind and Cosmos: Why the Materialist Neo-Darwinian Conception of Nature is Almost Certainly False

[4] INTER PSI - Laboratório de Psicologia Anomalística e Processos Psicossociais

[5] NUPES - Núcleo de pesquisa em espiritualidade e Saúde

[6] NEIP - Núcleo de estudos interdisciplinares sobre Psicoativos

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Minhas respostas a Gabriel Guerrer
de Adonai Sant'Anna

Faço a seguir uma lista de respostas a cada um dos principais pontos discutidos por Guerrer em seu texto acima.

1) De fato não conheço os detalhes de seu trabalho. Porém é falso afirmar que baseio minhas opiniões em impressões pessoais. Assisti vídeos seus e li sua página pessoal na internet. E sua resposta está confirmando minhas opiniões, conforme detalho a seguir. 

2) Se cito seu nome ao lado dos termos "cura quântica, saúde quântica" é porque há um contexto explicitado em minha postagem original. O que afirmo explicitamente é que "hoje Guerrer segue um caminho que muito se assemelha ao de Amit Goswami, o famoso indiano que busca unificar física quântica com espiritualidade." E sua resposta confirma minha afirmação.

3) Você questiona o que significa a relação direta dos pioneiros da física quântica com misticismo. Bem, Kepler se interessava por astrologia, mas a obra que o consagrou como uma contribuição perene à sociedade nada tem a ver com astrologia. Biógrafos de Niels Bohr comumente o associam ao ateísmo, apesar de ele mesmo reconhecer que "o oposto de uma verdade profunda pode ser uma outra verdade profunda". O zoólogo Richard Dawkins é ateu e chega a pregar ódio contra religiões. Mas isso jamais enfraqueceu a fé daqueles que alimentam religiosidade. E Dawkins jamais apontou um único caminho sensato o bastante que justifique que religiosidade é algo necessariamente ruim e apenas ruim. E, finalmente, Alan Turing era homossexual. No entanto, não vejo que relação pode existir entre computação digital e homossexualidade. Além disso, o que você entende por relação direta com misticismo? Práticas místicas da cultura indiana, por exemplo, demandam uma vida de dedicação que os criadores da física quântica jamais tiveram. Eles demonstraram curiosidade sobre o tema, assim como Einstein demonstrava curiosidade pela música. Mas Einstein jamais foi reconhecido como um músico importante.

4) Você questiona o que significa habitar uma realidade não local. O croata Tristan Hübsch publicou, anos atrás, um artigo interessantíssimo no qual ele mostra que um sistema acoplado no qual tanto observador quanto objeto observado obedecem à equação de Schrödinger, necessariamente viola o princípio de linearidade da mecânica quântica. Você discute sobre isso em seus cursos? Faço esta comparação porque usualmente o observador é tratado como um objeto clássico, em mecânica quântica. Mas se tratarmos o observador como objeto quântico teremos uma inconsistência com a própria teoria. Portanto, diante disso, questiono: o que você quer dizer com "habitar uma realidade não local"?

5) Você questiona se a consciência é um fenômeno não local. O que isso significa? Onde está o senso crítico que você afirma seguir? Jamais encontrei uma definição para "fenômeno não-local" na literatura especializada. Se você conhecer alguma, eu poderia aprender muito com isso. Existem sim definições para não-localidade em situações específicas. Um sistema de duas ou mais partículas é dito não local se não puder ser dividido em subsistemas não triviais. O que isso tem a ver com consciência? Consciência é um sistema com duas ou mais partículas? Afinal, o próprio conceito de consciência é ainda uma questão em aberto, tanto entre neurologistas quanto filósofos da ciência. Citar um parapsicólogo como Dean Radin, sem qualificar sobre o que você está falando, não me parece um bom caminho para quem defende senso crítico, como afirma fazer. Isso novamente reforça a tese de que praticar ciência (como você já o fez brilhantemente) não o qualifica a opinar sobre ciência.

6) Você afirma que se sente desconfortável perante o modelo operante de grande parte das instituições acadêmicas. Ora, você não é o único! Jamais ouvi falar de um grande cientista que se sinta confortável com instituições acadêmicas. O próprio Peter Higgs é um dos exemplos emblemáticos deste sentimento de desconforto. É justamente esta insatisfação que serve de agente motivador. Fugir da vida acadêmica para se tornar um "pesquisador independente", como você mesmo afirma, não é uma ideia inteligente. Isso é simplesmente sinônimo de isolamento. E ciência exige interação com pares, justamente porque todo cientista sabe que pode estar errado em suas opiniões. É preciso coragem para confrontar suas ideias. E trocar ideias predominantemente com leigos não ajuda o pesquisador e ainda contribui para alimentar confusões entre leigos.

7) Você afirma que a física quântica permite inferir que a realidade é não local. Este é um exemplo de erro grotesco que comete, justamente por falta de cultura científica. Ou seja, seu isolamento social da comunidade científica já começa a surtir efeitos muito rapidamente. A física quântica se divide em vários ramos, frequentemente inconsistentes entre si. A interpretação usual da mecânica quântica (regime não relativístico) aponta, de fato, para a perspectiva de uma realidade inundada por fenômenos não locais entre certos sistemas físicos. No entanto, na eletrodinâmica quântica (regime relativístico), não há um único análogo à não-localidade. Ou seja, sobre qual física quântica você está falando? Veja que sequer estou discutindo sobre interpretações da mecânica quântica, cujo tema vai muito além de certezas como aquelas que você promulga.

8) Você discursa sobre misticismo genuíno vivendo em uma terra na qual este misticismo não é praticado. Assim como você se isola da vida acadêmica, também se isola do tal misticismo genuíno, com o qual apenas algumas culturas não ocidentais convivem. Observe que não estou discursando contra possíveis relações íntimas entre física quântica e misticismo. Pode ser que elas existam de fato e que sejam extremamente relevantes. Mas para conquistar esse tipo de conhecimento você precisaria trabalhar de forma interdisciplinar, promovendo uma colaboração entre culturas distintas. Trocar ideias com leigos ou pessoas isoladas tanto da vida acadêmica quanto de culturas místicas, não ajuda.

Minha recomendação final a Gabriel Guerrer é que ele reveja seus métodos de investigação e divulgação de conhecimentos. Conheço-o pessoalmente e sei que tem uma capacidade intelectual excepcional. É um jovem brilhante que merece toda forma de apoio a investigações científicas e culturais sérias. Mas este caminho escolhido me parece muito perigoso. Não desejo vê-lo arrependido quando estiver com idade mais avançada.

17 comentários:

  1. Prezado Adonai, parabéns pela sua hombridade em conceder o "direito de resposta" em um blog que lhe pertence, o que não seria obrigatoriamente necessário se não fosse o seu compromisso em ouvir além de ser ouvido. Abraço.

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    1. Ricardo

      Sempre espero ler e ouvir críticas. Esta política é usual neste blog. Isso porque no Brasil a resposta usual a críticas é o silêncio.

      Ver, por exemplo, as seguintes postagens:

      http://adonaisantanna.blogspot.com.br/2012/12/respostas-da-trabalhos-universitarios-e.html

      http://adonaisantanna.blogspot.com.br/2014/07/qual-e-o-proposito-deste-blog.html

      Mesmo assim agradeço pelo apoio.

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  2. O Gabriel Guerrer, ao lado do Rodrigo Hjort, foi um dos dois mais brilhantes colegas de classe que tive no curso de Física... O prof. Adonai foi o mais brilhante professor que já tive...

    Quando soube do início das atividades do Gabriel nesse segmento delicado, fiquei curioso e preocupado. Curioso pois sabendo que o Gabriel era um aluno brilhante, imaginava o poderia estar por vir. Preocupado justamente pela possibilidade de seu trabalho acabar por ser mais um daqueles que "venderiam" a cura Quântica... na dúvida, tomamos um café e decidi fazer o curso dele como um "leitor crítico"... Minhas impressões:
    1 - Pelo que tenho acompanhado de seus eventos, postagens e vídeos, percebo que o Gabriel elevou significativamente a aproximação ao misticismo, quando comparado com o curso que assisti.
    2 - Em seu curso, vi alguns abusos de linguagem a respeito do qual conversamos depois... O Gabriel se mostrava bastante inclinado a qualificar cada vez mais o que dizia sobre Ciência...
    3 - Em seu curso, o Gabriel procura traçar uma linha que separa a parte na qual ele discute sucintamente a evolução histórica da Física (Clássica e Quântica), da parte onde faz interpretações especulativas sobre a Física Quântica e a espiritualidade.
    Minhas preocupações, que já manifestei para o Gabriel residem no fato de que ele faz boas analogias entre elementos já conhecidos do misticismo e da Física Quântica... mas são analogias... E se fazemos uma analogia entre A e B durante um discurso para um ouvinte x, é preciso pressupor que x possui algum conhecimento sobre A ou B, caso contrário a analogia é inócua. Ainda assim, toda analogia possui limitações e, em minha opinião, é mais importante discutir os limites de validade das analogias do que simplesmente fazê-las. É ai que vejo um problema maior. Não vejo muitas possibilidades para discutir limites da analogia entre Física Quântica e Misticismo com um público que é leigo na matéria de misticismo e Física Quântica... Dessa forma, os cursos ministrados pelo Gabriel podem ser muito atraentes e estimulantes ao processo criativo, mas para os não-leigos!. Para os leigos, vejo um perigo enorme em gerar agentes de disseminação de informações imprecisas. Além disso, se levarmos em conta a teoria da aprendizagem significativa, que parte do pressuposto de que o aprendiz aprende a partir daquilo que já sabe, como o público é, em geral, de leigos, não consigo entender como significativa qualquer aprendizagem gerada no curso. Há uma possibilidade de os ouvintes tomarem o conteúdo desse tipo de abordagem apenas como um alento para suas angústias e questionamentos existenciais... Se o objetivo for fornecer uma espécie de auto ajuda, ele ai será atingido... mas há um potencial para que essa auto ajuda seja entendida como respaldada pela Ciência.
    Para finalizar... acho louvável a dedicação do Gabriel ao tema, mas considero que, enquanto pesquisa visando contribuição para a quebra de paradigmas do fazer ciência atual, o método não é apropriado.
    Há um tempo havia entrado em contato com o Adonai para perguntar sobre algumas pesquisas que mostraram uma possível interferência da atividade mental sobre a geração de números aleatórios por máquinas... Isso me levou a conhecer o trabalho feito em Princeton, The Global Consciousness Project (http://noosphere.princeton.edu/). Existem inúmeros artigos investigando o curioso fenômeno. Em minha opinião, esse tipo de trabalho tem mais potencial para gerar discussões produtivas e limites da ciência do que analogias especulativas não reproduzíveis... sugiro até uma postagem no blog sobre o projeto.

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    1. Marlon

      Ótima recomendação que você faz ao final. Pensarei sobre o assunto com bastante cuidado.

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  3. Adonai, o Gabriel nunca chegou a comentar suas respostas a ele?

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    1. Enfant

      Ele nunca fez referência direta às minhas respostas. No entanto, Guerrer segue um caminho novo em sua carreira. Recomendo a leitura da postagem de 1.o de julho de 2015 no site abaixo.

      http://gabrielguerrer.com/

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    2. Caminho novo, mas velhos problemas de discurso, não? Um amigo meu fez os seguintes comentários aos trechos dessa postagem:

      Trecho: "Caso os resultados da pesquisa do Dr. Radin estejam corretos, seremos convidados a rever a concepção usual sobre a consciência ser equivalente a cérebro. Caso a consciência tenha a real capacidade de influenciar a matéria à distância, é possível que exista um tipo de força que os modelos atuais da física ainda desconhecem. Nesse caso, a consciência não poderia ser reduzida a constituintes materiais e as quatro interações fundamentais atualmente conhecidas."

      [No parágrafo acima ele parece excluir a possibilidade de um reducionismo fisicalista com base em princípios da MQ]

      Trecho:"Supondo a consciência como um 'campo de força fundamental', podemos a compreender, em um certo sentido, como um fenômeno compartilhado."

      [Os resultados que o Gabriel tentará replicar não permitem a conclusão acima de forma unívoca. Ele pode até tratar a noção de "campo de força" como inferência, contudo, acho problemático porque ele estará "fisicalisando" a consciência. Isso coloca uma certa contradição no discurso dele, porque ele antes afirma que os resultados positivos de Radin fazem revisar o reducionismo-materialista, porém, logo em seguida o Gabriel pega a hipótese de consciência não-local e a trabalha como "campo de força", que é um conceito intrinsecamente fisicalista?!]

      Trecho: "Ao mesmo tempo, ao longo da existência humana, praticantes de diversas linhagens místicas/espirituais relataram de forma sistemática uma certa unidade intrínseca de nossa existência. Caso a hipótese do “campo de consciência” seja confirmada, é possível deslumbrar as implicações culturais de uma possível ponte entre ciência e espiritualidade, na medida em que a última estaria relacionada com a exploração subjetiva da real natureza da consciência."

      [Novamente, não vejo como os experimentos de Radin podem confirmar uma hipótese de "campo de consciência". Os excelentes trabalhos de Radin fortemente confirmam a psi, mas não acrescentam muita coisa em termos de explicação sobre o modus operandi da transposição física de psi. Talvez o Gabriel trabalhe com a noção de campo quântico, o que se alinha mais a interpretação de Radin sobre uma teoria física da psi].

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  4. Olá Sr. Adonai (vou lhe chamar doravante apenas de Adonai. Caso não concorde, me dê um puxão de orelhas... :-) ),

    Achei muito interessante essa matéria desta página e a da página anterior que a deu origem. É difícil fazer uma avaliação da situação toda. Por vezes, me parece que você exagera um pouco contra o Gabriel. Por vezes, me parece que sua postura se encontra bem acertada. Do outro lado da moeda, vejo no discurso de Gabriel (do pouco que tive contato: esta mensagem dele nesta página; o vídeo dele que você indicou na página anterior; e o texto dele de 1 de julho de 2015 falando sobre o novo caminho dele em pós doutorado) por vezes um exagero, excesso, ou descaminho. Por outras vezes, vejo acerto de direção e equilíbrio do pensamento. Acho que a atuação dele junto com Wellington Zangari será muito positiva. Debati durante alguns anos com Zangari na internet, e posso dizer de cadeira: o cara é bom pra caramba! É o tipo de debatedor oponente que todo mundo pede a Deus (quer dizer: todo mundo que quer questionar as próprias ideias; todo mundo que não se acomoda nas próprias visões de mundo).

    Um abraço e parabéns pelos textos,
    Julio
    juliocbsiqueira2012@gmail.com

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    1. Julio

      O tratamento por aqui pode ser informal sim. Pode se referir a mim pelo primeiro nome, sem problema.

      Debates fazem parte do dia-a-dia de atividades acadêmicas. Se pessoas cometem abusos ou não em debates, esta é uma questão muito difícil de avaliar. Julgo que não exagerei. Mas, é claro, minha opinião a respeito de mim mesmo é obviamente tendenciosa. No entanto, concordo que Gabriel parece estar seguindo um caminho mais sensato, com este novo projeto. Não há como trabalhar em projetos audaciosos de forma isolada, sem contato com outros pesquisadores.

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  5. Saiu uma matéria sobre o Gabriel:

    http://super.abril.com.br/ciencia/fisico-brasileiro-usp-poderes-da-mente?utm_source=redesabril_jovem&utm_medium=facebook&utm_campaign=redesabril_super

    Espero que ele consiga a verba para o experimento e que consiga desempenhá-lo bem, sem falhas metodológicas.

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    1. Essa também é a minha esperança.

      Não acho que experimentos deste tipo tenham motivos para serem desprezados à princípio, embora reconheça que os desafios metodológicos são enormes.

      Tenho muito mais convicção no "poder da consciência" para alterar a interpretação de dados do que para alterar o comportamento da luz (ou matéria, como quer a super interessante). Tomara que ele consiga de livrar da primeira, para poder realizar um experimento decente com a segunda.

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  6. Professor Adonai:
    1-)Amit Goswami diz que a interpretação correta da física quântica é idealista, Gabriel Guerrer diz TALVEZ seja correta tal interpretação...portanto o senhor está equivocado ao afirmar que ambos pensam de maneira semelhante

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    1. Charles

      Exegeses são sempre um problema. A semelhança que percebi foi no sentido de unificação de mecânica quântica com espiritualidade. É de se esperar diferenças entre um pensador e outro. Mas, como você afirma, posso sim estar errado.

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    2. Vejo que essa questão é bem mais complexa do que parece...
      Guerrer esta seguindo uma linha muito volátil, pois apesar de outros Físicos o terem feito antes e depois, quando pensamos em unificação de MQ com espiritualidade a primeira pessoa que vem na mente é Amit Goswami.
      Bom, e o que isso teria de ruim?
      O problema é que a unica coisa que podemos ter certeza sobre o trabalho do Amit é que ele ganhou e tem ganho muito dinheiro, porem eu pelo menos depois de minhas pesquisas, continuo a desconhecer se o mesmo tem se empenhado em fazer experimentos ou investir nos experimentos de outros (como o do Gabriel) que corroborem suas idéias.
      Já o Gabriel esta em processo de realizar um experimento que visa saber quem esta com razão, ou seja aparentemente esta colocando suas ideias a prova.
      Ou seja, olhando mais atentamente o trabalho de Gabriel parece ser sério, mas como discernir de fato quem esta fazendo algo sério com boa intenção daqueles que querem apenas lucrar em cima das crenças das pessoas?

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  7. Prezado Prof. Adonai, tenho as seguintes perguntas a fazer ao senhor:

    1 - O senhor conhece os trabalhos de Norberto Keppe e Ken Wilber? Se sim, qual a sua avaliação sobre eles?

    2 - Se possível, peço que o senhor assista integralmente ao vídeo que indicarei abaixo e o comente neste espaço. Faço este pedido, pois o conteúdo abordado nele traz discussões no mínimo "curiosas"; justamente pensando nisso, tive a ideia de pedir a sua intercessão, Prof. Adonai, que é um estudioso sério de Ciência e temas correlatos, a fim de aclarar eventuais obscuridades, que eu, como leigo, não tenho condições de elucidar. Segue o vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=-uVZeWw6vUM

    Atentamente,

    Ramon

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    1. Ramon

      Não conheço os autores citados.

      Tentarei atender ao seu pedido. Neste momento estou um tanto preso por outras atividades. Peço paciência.

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  8. Fique tranquilo, professor. Tudo tem o seu devido tempo; por conseguinte, resta-me apenas esperar o momento oportuno.

    Grato pela atenção dispensada,

    Ramon

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