quinta-feira, 24 de novembro de 2016

Diálogo?


Peço desculpas ao leitor, pelo fato desta postagem ser extensa. Mas lamentavelmente não posso omitir detalhes.

Quando publiquei a postagem na qual critico certas posturas dos ocupantes de prédios da UFPR, recebi uma resposta e um convite do movimento OCUPA EXATAS UFPR. Antes que esta resposta fique enterrada de uma vez por todas no Facebook, reproduzo aqui o texto original na íntegra, veiculado no dia 14 de novembro deste ano:

"Caro Professor Adonai,

Muitos dos que aqui ocupam o bloco PA e PC foram e são seus alunos, e por isso apreciamos seu oportuno posicionamento.

Algumas de suas críticas ao movimento são compreenssíveis, porém não se confirmam.

Citamos alguns exemplos, rebatendo algumas dessas críticas:

'Já não é fácil ter que encarar alunos que não estudam, que não perguntam, que não questionam o conhecimento supostamente estabelecido, que não conhecem coisa alguma do mundo onde vivem. Mas mais difícil ainda é encarar um movimento desfocado e inconsistente, em um ambiente míope e intelectualmente estagnado'

A greve estudantil, assim como as ocupações surgem exatamente para estudar, perguntar e questionar mais o mundo que vivemos, especificamente neste caso o modelo político vigente, que permite que a MP746 seja imposta sem o necessário diálogo e debate, o mesmo com a PEC 55. Se a condução desse debate está enviesada é passível de divergências, mas é inegável que se está discutindo e procurando entender melhor os meandros da PEC e da MP do que anteriormente ao movimento.

'O que se faz realmente necessário é conhecimento! E falo de conhecimento que demanda real esforço para ser alcançado.'

E conhecimento não é o que estamos tentando construir? Estamos nos esforçando para convidar os cursos ao debate, com contrários e favoráveis a nossas pautas. Assembleias de cursos, aulas públicas, reuniões constantes, leitura dos textos da PEC e da MP, estudos da história econômica do país para nos situarmos e entendermos essas medidas em todas suas dimensões, enfim, abordagens distintas para a análise mais completa que nos é possível, fugindo de simplificações e discursos enlatados.

'Os manifestantes demonstram serem ignorantes ou mal intencionados. Isso porque as melhores ideias jamais precisaram de movimentos populares para se estabelecerem. O domínio do fogo, a concepção da agricultura, a mecânica newtoniana, o cálculo diferencial e integral, a mecânica quântica, a teoria dos jogos e a teoria da evolução das espécies são ideias que naturalmente se inseriram nas sociedades desenvolvidas, por serem esteticamente belas e profundamente práticas. Houve aqueles que se sentiram ameaçados pelas ideias de Darwin e pela teoria heliocêntrica, entre outros exemplos históricos. Mas eles foram naturalmente calados pelo tempo.'

Aqui o argumento mais infeliz. Uma resposta completa e exemplificada nos demandaria mais espaço. Resumiremos alguns pontos.

Esquece-se do sangue derramado na luta pela consolidação do que o senhor afirma 'ideias que naturalmentes se inseriram nas sociedades desenvolvidas'. As grandes transformações sociais, as revoluções, banhadas ao sangue popular, que permitiram o surgimento de novas eras, rompendo o obscurantismo de eras anteriores, e.g., do feudalismo ao capitalismo, simbolizada também pela sangrenta revolução burguesa de 1789, na França.

O que seria da sua liberdade de cátedra sem o passado de luta de movimentos populares? O quão diferente seria o panorama da - ainda desigual - ciência brasileira, se não fosse pela luta de movimentos de emancipação da mulher, da liberdade do negro, pela democracia? Quantos colegas seus foram perseguidos, perderam o cargo, foram presos, torturados na luta pela liberdade de pensamento? Quantos novos Marie Curie, Ada Lovelace, Milton Santos, Neil deGrasse, Albert Einstein, Alan Turing poderíam ter surgido, mas ficaram pelo caminho, fuzilados, impedidos, esquecidos, proibidos por aqueles que alegavam, em nome da ciência de sua época, a legitimidade da opressão à mulher, do racismo, da perseguição a minorias étnicas e sexuais? 

A nossa luta é política, e isso não exclui a racionalidade. O senhor tenta passar a imagem de 'jovens despreparados emocionalmente', 'irracionais', mas em momento algum vemos alguma fundamentação para essas ilações, a não ser alguns sofismas muito comuns da crítica rasa que abundam pela internet, fruto da 'era da informação', citada também no seu texto. Não vemos análise alguma das pautas do movimento, a PEC 55 e a MP 746, o mais importante no momento.

'Parte de meu trabalho é lecionar para muitos alunos que não estudam, que não refletem, que não discutem.'

Aqui estamos estudando, refletindo e discutindo.

'Em contextos sociais, se uma ideia precisa ser imposta, isso significa que provavelmente não é uma boa ideia, mas apenas um delírio compartilhado por um punhado de hasteadores de bandeiras.'

A nossa pauta é exatamente a luta contra essas ideias impostas sem que suas necessidades sejam demonstradas: a PEC e a MP. O que fazer quando uma medida de amplo alcance e transformação como estas nos são impostas? Consentir ou reagir? Sobre a ocupações, o que estamos impondo é exatamente o que o senhor diz que mais falta aos alunos: o questionamento e a reflexão.

Finalmente, supor que aqui falte 'capacidade de discernimento' é subestimar aqueles que são e foram alunos seus. Como aqui defendemos as melhorias na pesquisa, qualidade da educação, sem cultivarmos inimigos internos, seja docente ou discente, decidimos convidá-lo para um diálogo em que as divergências sejam debatidas, com reflexões e questionamentos de ambas as partes, em que ideias não sejam impostas, mas construídas. Propomos uma data ainda essa semana, como sua agenda lhe permitir. 

Aguardamos uma resposta com data e local de sua preferência.

Atenciosamente, 

Ocupa Exatas UFPR."

Imediatamente respondi, aceitando o convite e propondo o debate para o dia 16 de novembro, às 19:00h. No dia seguinte à minha resposta, eu ainda não havia recebido qualquer retorno. Insisti. Foi quando finalmente recebi a seguinte mensagem:

"Estamos buscando um consenso no horário internamente, pois no ímpeto da resposta nos esquecemos das diversas atividades que os comandos de greve e as ocupações estão realizando essa semana, as quais não podemos atropelar. 

Teremos alunos participando da J3M do depto. de matemática, alunos da física em assembleias de curso,alunos da computação comprometidos com minicursos e oficinas até sexta-feira. Ainda temos também os professores que continuam a dar aula e a cobrar presença. Como o senhor dá aulas no horário de quarta às 19h, sugerimos para a próxima semana, dia 23, no mesmo horário, no auditório do departamento de informática, onde há conforto suficiente para todos. Aproveitaremos o tempo até lá para ampliar a divulgação, convocando mais estudantes e docentes a contribuir com o evento.

Ansiamos pelo debate."

No mesmo dia 15 respondi que eu concordava com a nova data. Perguntei se eu poderia fazer a divulgação do debate. Não obtive resposta. 

No dia 18 de novembro, motivado em parte por certos comentários anônimos que recebi em meu blog, insisti novamente com o movimento OCUPA EXATAS UFPR. Eu queria saber se eu poderia divulgar a data, o local e o horário do debate. Eu precisava apenas da confirmação desses alunos. Recebi a seguinte resposta:

"Sim, professor. Pode divulgar."

E foi o que fiz! Anunciei em minha página pessoal Facebook que, no dia 23 de novembro, haveria um debate entre alunos do movimento de ocupação e eu. Este debate aconteceria às 19:00h no auditório do Departamento de Informática da UFPR.

Pois bem. Cheguei ao local, na data e no horário combinados. Estavam lá cerca de vinte alunos meus e uma professora da UNIBRASIL que tem acompanhado com interesse esses movimentos estudantis recentes. No entanto, não havia um único representante dos alunos ocupantes. Não fomos recebidos por aluno algum do OCUPA EXATAS UFPR.

Por volta das 19:30h, dois alunos meus se dirigiram para o bloco PC, um dos prédios ocupados. Eles queriam saber por que não havia membro algum do movimento de ocupação para participar do debate. Segundo esses meus dois alunos, os ocupantes nada sabiam a respeito de debate algum. 

Por volta das 19:40h, um rapaz se aproximou de mim e pediu desculpas pelo transtorno provocado. Ele se identificou como um dos membros do OCUPA EXATAS UFPR. Segundo este rapaz, que afirmou ser aluno de Ciência da Computação, houve falha de organização para o debate, provocada por tumultos ocorridos na UTFPR. Minutos depois, outro membro do OCUPA EXATAS UFPR se aproximou de mim com um discurso semelhante. Estava bastante óbvio que o segundo membro do OCUPA EXATAS UFPR nada sabia a respeito do primeiro. 

Pois bem. O que aprendi com isso? Aprendi que não existe seriedade entre os alunos do OCUPA EXATAS UFPR. Em momento algum recebi qualquer mensagem pedindo para adiar a data do debate. Os alunos deste movimento simplesmente ignoraram um convite feito por eles mesmos.

Como não tive chance de conversar com aqueles que ironicamente se dizem abertos ao diálogo, coloco aqui mesmo o que eu gostaria de ter dito a eles:

1) É uma mentira a afirmação de que "[a] greve estudantil, assim como as ocupações surgem exatamente para estudar, perguntar e questionar mais o mundo que vivemos". Receber somente professores e alunos que apoiam o movimento, não cria ambiente algum de esclarecimento. Sou abertamente contra este tolo movimento estudantil. No entanto, fui convidado para um debate que foi posteriormente ignorado pelos próprios alunos ocupantes.

2) Comparar este movimento de ocupação de prédios públicos com a Revolução Francesa é simplesmente um disparate. Se esses alunos ocupantes realmente se julgam capazes de derramar sangue em um país como o nosso, no qual há liberdades que simplesmente não existiam na França monárquica, então eles estão dominados por uma cegueira ideológica potencialmente incurável. Além disso, qual é o critério racional que estabelece que derramamento de sangue é uma boa ideia? Já não basta o que aconteceu com Guilherme Irish? É este o tipo de legado que os ocupantes querem deixar para o país? É este tipo de legado que os ocupantes esperam de seus opositores? Não conseguem perceber que esta pobre noção de revolução somente coloca pai contra filho, alunos contra alunos, pessoas contra pessoas? Ou será que estes ocupantes acham que o Governo Federal se importa com o sangue derramado de um aluno que tentou lutar contra o sistema vigente?

3) A menção a preconceitos contra minorias também é ingênua. Por um lado, ignora outras visões preconceituosas (como a de que revoltas populares constituem caminhos legítimos para resolver problemas sociais). E, por outro lado, ignora o papel da educação no combate real, honesto e natural aos preconceitos. Não são gritos e imposições que serão capazes de vencer preconceitos. Pelo contrário, gritos apenas tornam as pessoas mais surdas. Pessoas jamais podem ser honestamente convencidas por mecanismos artificiais definidos por imposições arbitrárias. Quando digo que as melhores ideias conquistam naturalmente seu espaço, eu jamais insinuei que elas rapidamente conquistam seu espaço. A luta contra preconceitos não ocorre na forma de batalhas sangrentas, mas na forma de educação. É uma educação que deve começar na família, se formalizar nas escolas e se estender com o convívio diário com diferentes visões de mundo.

4) A partir do momento em que meus alunos e eu somos impedidos de entrar em uma sala de aula, definitivamente não tenho liberdade de cátedra alguma. Por conta disso, fortemente recomendo que parem de ser hipócritas.

5) As pessoas mais qualificadas para avaliar o eventual impacto da PEC 55 e da MP 746 jamais serão encontradas entre alunos que ocupam prédios públicos e muito menos entre aqueles que defendem ideologias radicais. Aprendam com a ciência de hoje, como são avaliados impactos sociais! O mundo evoluiu muito desde a Revolução Francesa. Aprendam com gente como Philip Tetlock, este sim um cientista político sério!

6) Alunos podem sim promover mudanças significativas para a sociedade. Querem saber como? Então aprendam com colegas seus! Aprendam com o exemplo da Polyteck!

7) Aqueles que querem mudar sociedades precisam, antes de mais nada, de cultura científica. Quem, entre os ocupantes, conhece teoria das decisões e sabe aplicá-la? Teorias científicas não são meros caprichos humanos. Teorias científicas ajudam a definir estratégias de impacto. A melhor decisão não é aquela que produz o melhor resultado! A melhor decisão é aquela que é tomada com bases racionais. 

8) Não existe UFPR! A Reitoria da UFPR entrou com pedido de reintegração de posse dos prédios ocupados ao mesmo tempo em que o Setor de Educação da UFPR publica nota de apoio ao movimento estudantil. Ou seja, a UFPR carece de unidade institucional. Isso mostra que os alunos, sejam ocupantes ou não, estão mergulhados em uma realidade desprovida de referências. 

9) Os alunos ocupantes apelaram para a estratégia da imposição justamente porque eles não contam com qualquer outra forma de apoio institucional. Os alunos ocupantes estão sozinhos nesta luta já perdida. E é neste momento que cabe a reflexão honesta: se não podemos lutar agora, devemos primeiramente nos armar. E a arma a ser usada é educação.

10) Como uma pessoa pode ser educada de forma sensata no Brasil? A resposta que proponho é a seguinte: iniciativa honesta e livre de ideologias ultrapassadas. Assim como André Sionek, Fábio Rahal e Raisa Jakubiak lutam diariamente contra um sistema engessado, disforme e quebrado, influenciando construtivamente milhares de estudantes por todo o país, cada um de nós pode fazer exatamente a mesma coisa. Se apenas três jovens são capazes de fazer a diferença, lutando consistentemente contra a mediocridade de nossa educação, imaginem o que milhares de alunos ocupantes poderiam estar fazendo agora!

Eu adoraria estar apoiando os alunos que são contrários ao atual governo federal. No entanto, praticamente todas as pessoas de nossa nação carecem de referenciais para um convívio social saudável. E os alunos, ocupantes ou não, igualmente navegam como meros náufragos nesta realidade corrompida de cola na escola, de agendamentos não cumpridos, de falta de sintonia com os mais recentes avanços das ciências e das artes, de jeitinhos desonestos para lidar com problemas do cotidiano.

Recebi neste blog comentários anônimos de alguém que disse que estaria presente ao debate, para me ensinar os princípios básicos da boa argumentação. Este alguém não se manifestou. E eu estava lá! Novo blefe dos encapuzados que se escondem no anonimato. E por que fazem isso? Porque são covardes. Porque não entendem que, em um debate, o que está em jogo são ideias e não pessoas. Alguns me disseram que eu perderia no debate. Outros disseram que eu ganharia. Tolices! Não estou disputando qualquer campeonato de debates. Estou apenas tentando acrescentar algo construtivo em meio a um ambiente de tumulto.

Se não querem ajuda, nada posso fazer. Não posso ocupar casas de ocupantes. Não posso forçá-los ao diálogo. 

Durante toda a minha vida estudei em escola pública. Tínhamos aulas de Educação Moral e Cívica e Organização Social e Política Brasileira. Essas disciplinas eram evidentes propagandas políticas da ditadura militar, semeadas entre jovens que não tinham acesso a internet, que não tinham acesso a visões diferentes de mundo. Engolimos a propaganda ideológica de morrer pela pátria e viver sem razão? Não! O que fizemos? Estudamos! Fizemos contato com a NASA, para recebermos por correio informações a respeito de outras realidades. Buscamos conhecimentos fora da escola. Criamos nossos próprios laboratórios domésticos. Escrevemos nossas próprias histórias ficcionais. Fizemos concursos para estabelecer quem escrevia a melhor enciclopédia. Fabricamos nossa própria pólvora. Fabricamos nossos próprios rádios sem pilhas. Participamos de feiras de ciências, sem apoio de professor algum. E conquistamos prêmios nessas feiras! Cavamos, lutamos, estudamos. Alguns de nós se tornaram médicos, químicos, matemáticos, filósofos e, claro, professores. E agora o que temos? O que temos são alunos que acham chata a leitura do Discurso do Método, de Descartes, e outros que ocupam prédios. Temos jovens que são norteados por visões tolas a respeito de revoluções sociais, verdadeiras vítimas de uma educação boçal que valoriza o consumo e esquece por completo o mundo das ideias, o mundo das verdadeiras revoluções produzidas pela ciência e pelas artes.

Gritar palavras de ordem em uníssono com alunos não é forma alguma de apoio à educação. Apoio à educação ocorre de forma diária e lenta. É algo que consome décadas de dedicação. Não se conquista educação da noite para o dia. Não se conquista educação com um clique no computador ou um berro na esquina. Se alguém neste mundo se julga informado por ter acesso à internet, este mesmo alguém deve agradecer aos céus por não estar sendo testemunhado pelos seus antepassados.

Lamento muito não poder levar a sério nem mesmo os jovens deste país. É realmente uma pena. Os jovens eram a minha última esperança. E até mesmo esta esperança está sob ameaça.



Na foto acima vemos o autor desta postagem e seus alunos, discutindo sobre mecânica celeste em frente ao prédio ocupado por alunos grevistas.


Na foto acima vemos o autor desta postagem e seus alunos, aguardando em vão os membros do OCUPA EXATAS UFPR.

57 comentários:

  1. Professor
    Não esqueça de levar fraldas para o debate,caso exista um.
    Esta turma de "ocupantes"estão necessitando de trocar as fraldas.
    Só isto.
    abraços

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    1. Pois é. Esta turma é simplesmente inacreditável. É muita cara-de-pau. A coisa mais preciosa que uma pessoa pode dar para outra é o seu tempo. Aceitei rapidamente o convite e, por duas vezes, se esquivaram. A mensagem real deles não se harmoniza com o discurso de diálogo. A mensagem é apenas tumulto, nada além disso.

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  2. Professor Adonai, ler seu texto me deu um fio de esperança no bom senso intelectual deste país. Não sou governista, tenho minhas angústias e desesperos quanto ao atual governo e suas medidas, mas não vejo nas ocupações e nas falas emocionadas nenhuma eficácia diante de uma sociedade chafurdada a uma cultura rasa, de memes e olho de notícias.
    Vi a ocupação de perto, na minha região. Tentei, ao máximo, levar em consideração os discursos. Aderi à greve. O que percebi? Há uma sensação idílica de revolução, quando, na verdade, o que estão fazendo é se distanciando de saberes relevantes, que fubdamentariam, inclusive, a própria ideia de revolução.
    Angustia-me demais a necessidade de trazer como força teórica das ocupações e greve, debates ideológicos que não se sustentam no século XXI, justamente por uma negação da era vigente. Nega-se a superficialidade e fragilidade dos discursos atuais, que não são construídos ou aprendidos, mas apreendidos.
    Continuo levantando o velho clichê: "revolução se faz na sala de aula, com esforço".
    Muitos dos meus alunos que ocuparam a instituição sequer participavam das minhas aulas. Uma hipocrisia que está cegando os espaços educacionais no país. Esse processo catártico inflamado está vagando no vazio.
    Agradeço sua fala. Sinto-me contemplada por ela.
    Abraço.

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    1. Ana

      Vivemos hoje várias contradições. Mas, aparentemente, a mais grave é o fato de que vivemos uma era que exige amadurecimento rápido em um mundo cada vez mais infantilizado. E esta mentalidade infantil do "eu quero, eu quero" domina praticamente todo mundo. Lamento muitíssimo por tudo aquilo que pessoas como você têm sido obrigadas a testemunhar. É desolador.

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  3. Professor, não há como debater com pessoas que não querem ouvir.

    Mas valeu a tentativa!

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  4. Caro Adonai,

    Em primeiro lugar, é um alívio ver tanta sensatez em você.

    Infelizmente o que tenho observado quando alguém é contra uma ocupação é algo que beira ao fascismo.

    A UTFPR Curitiba Centro também está ocupada. Também sou contra a ocupação (mesmo sendo favorável aos motivos - mas, para mim, os fins não justificam os meios).

    Mas sou ainda mais contra que se tente "deocupar" à força.

    O ideal seria uma discussão longe dos ambientes ocupados.

    Adolfo

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    1. Pois é, Adolfo. Este movimento "desocupa" chega a ser mais bárbaro ainda. Era só o que faltava em nosso país: guerra civil.

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    2. Pois é, guerra civil já está acontecendo, silenciosamente acontecendo.

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    3. Human beings, who are almost unique in having the ability to learn from the experience of others, are also remarkable for their apparent disinclination to do so.
      -Douglas Adams
      Read more at: https://www.brainyquote.com/quotes/quotes/d/douglasada161654.html

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  5. Prezado Adonai, eu não gostaria de ter que entrar em um debate longo e potencialmente exaustivo sobre a legitimidade desses movimentos de ocupação, aos quais dou o meu apoio, como docente. Eu duvido um pouco de que você já não tenha sido exposto aos argumentos mais habituais e, se sua posição continua a ser contrária, isso deve significar que ela não mudará. O que farei aqui é uma crítica mais, digamos, modesta. Vocês todos, velhos como eu, esqueceram do que foi ser estudante? Ou a nossa geração foi formada apenas por mentes evuluídas, precocemente amadurecidas e com capacidade de discernimento acima de qualquer crítica? Ora, por favor! Se não for por mais nada, deixem que esses meninos exercitem um pouco do que vem faltando majoritariamente nesse país doente: ação política, para o bem ou para o mal - no curto prazo -, porque,no futuro, isso só poderà produzir o bem. (Mefistofelicamente falando.) De outra sorte, vamos continuar produzindo mais gerações perdidas que, não tendo exercitado a ação política, não verão sequer a necessidade de produzir um pensamento político, que é o que muitos de nossa própria geração não conseguem fazer. Não se engane: esse é o verdadeiro mal que assola esse pobre país. Deixem os jovens errar! Eles podem ser imaturos, mas não são imbecis...

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    1. Por algum motivo saiu anônimo, mas eu, Antony Polito, sou o autor do comentário acima.

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    2. Unknown

      Agradeço pelo discurso emocionalmente equilibrado em favor dos ocupantes. Mas, lamentavelmente, já ouvi este argumento também. Imaginei que meu próprio depoimento pessoal, nesta postagem, deixaria claro que não esqueci de minha juventude. Mas já que não foi o caso, aqui vai um complemento.

      Defender ideias é saudável e necessário. Ou seja, concordo com certos aspetos de sua visão. Mas tentar impor ideias, não é nada construtivo. Eu, por exemplo, não estou tentando impedir manifestação alguma. Não movi um único dedo contra manifestante algum. Estou tentando conversar com essa garotada. Se eles acreditam na causa, por que não querem trocar ideias? Já defendi muitas teses neste blog que eu mesmo acabei reconsiderando. Isso aconteceu por conta da abertura que dou para trocas de ideias. É assim que sociedades e pessoas crescem! Silenciar diante dos ocupantes não é apoio algum a eles. Mas colocar a cuca deles para funcionar, isso sim é apoio. Se você não consegue perceber críticas como uma forma de apoio, apenas lamento pela sua imaturidade. Idade não confere sabedoria. Apenas o íntimo contato com formas diversificadas de pensamento pode transformar uma pessoa de maneira construtiva.

      Lamento, mas vocês precisam fazer melhor. Vocês estão apenas alimentando o mesmo isolamento que os levou a estas atitudes infelizes.

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    3. Antony Polito

      Agradeço pela sua forma de agir. O anonimato tem sido uma postura persistente entre aqueles que apoiam as ocupações.

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  6. Caro Adonai, não se trata de dar apoio a atitudes gestadas em círculos viciados... Eu estou argumentando em prol de algo bem AQUÉM disso. O simples fato desses meninos reagirem já é algo a ser encorajado por si mesmo. Eu costumo parafrasear um pensamento tipicamente arendtiano dizendo que é essencial, em uma sociedade sadia, que os jovens sejam co-protagonistas da ação política, porque o que lhes falta em "sabedoria" - seja lá o que for isso - sobra-lhes em moral: a juventude é a reserva moral da sociedade, pois é a eles que pertence um futuro que irão construir, ainda relativamente livres dos vínculos do passado que corrompem as atitudes dos velhos. É isso que não podemos abortar. De mais a mais, já lhe ocorreu que os jovens não tenham querido dialogar com você justamente por presumirem, talvez equivocadamente, que teriam diante de si apenas uma autoridade intransigente?

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    1. Antony

      Confesso que admiro o seu otimismo. E espero que esteja certo. Mas as evidências que vejo em sala de aula, nos últimos 15 anos, são contrárias à sua tese. E vejo evidências contrárias também em dados estatísticos sobre, por exemplo, a prática da cola e do plágio entre alunos (e professores e até mesmo pesquisadores!). As coisas mudaram muito na virada do milênio. Não vejo nesses jovens qualquer moral, salvo raras exceções.

      Com relação à possibilidade de verem em mim uma autoridade intransigente, não podemos esquecer que o convite para o debate veio deles. Este convite veio de alunos que me conheciam, que já sabiam como sou. No entanto, além de não honrarem o compromisso assumido por eles mesmos, sequer se deram ao trabalho de me avisar que não viriam. Intransigência não se manifesta apenas por discursos e ações, mas dominantemente pelo silêncio e por omissões. E essas evidências apontam para uma grave falha de caráter. Não vejo como seja possível perceber moral em abundância nesse tipo de atitude.

      Que tal tentarmos estimular o senso crítico entre esses jovens, ao invés de concordarmos com discursos para os quais eles apenas se deixaram programar? Você tem ideia de como ocorrem os processos de doutrinação em nosso país? Você tem ideia da influência de certos velhos sobre esses jovens? E por que seu argumento ignora os demais jovens que querem acompanhar aulas? Há jovens mais jovens do que outros?

      Aliás, por que você mesmo não demonstra foco nos argumentos que apresentei? Cito Tetlock, Polyteck, teoria das decisões, enfim, assuntos altamente pertinentes neste contexto. Mas tudo o que se discute é sobre quem está certo e quem está errado. Observe que seu discurso, em essência, pede para que eu me cale. Já o meu discurso pede para que você pense. Pois bem, aqui vai uma referência que talvez ajude.

      http://adonaisantanna.blogspot.com.br/2015/03/autoconhecimento-e-auto-ilusao.html

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    2. Tempo atrás vc defendia a cola, hoje já a condena. Atitude Inconsistente. Vem aqui fazer prova com a minha professora, você não passará amenos que saiba ler mentes ou cole.

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    3. Explica muito: www.facebook.com/antony.polito.5

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    4. Anônimo

      Muitíssimo bem observado. Eu precisaria elaborar mais sobre esta questão da cola. Mas, lamentavelmente, não vejo como fazer isso na forma de simples comentário. Eu precisaria escrever na forma de postagem. E não creio que o farei. Se quiser, podemos trocar ideias por e-mail, em adonai@ufpr.br.

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    5. Bem, há pessoas que não gostam desse critério, mas fui eu lá investigar no Lattes que é Antony Polito. Uau, é físico e professor da federal de Brasília e possui somente dois artigos internacionais publicados na revista Physica A no periodo da pós-graduação, creio eu. Desde então, trabalha com outros temas relacionados a filosofia da ciencia e educação em física.... Bem, sou de caráter técnico que se concilia muito bem com as linhas de raciocínio desenvolvidas por Adonai.... Bem, não vou mais entrar em detalhes mas ocupações nunca foram e nunca serão soluções de nada.... principalmente em ambientes universitários. Além disso, a população em geral está pouco se lixando com o que está acontecendo com as federais... Alias, há uma total desconexão entre o mundo real e aquele oriundo da universidade.....mundos distintos.....

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    6. Marcelo

      Esta distância entre o mundo real e o acadêmico brasileiro é realmente um veneno. Nossas universidades têm formado profissionais cada vez mais incompetentes. Vejo isso até mesmo em depoimentos pessoais de gente que trabalha no CREA.

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  7. Acho que você não precisaria me "convidar a pensar": isso faço há muito, muito tempo... Tempo suficiente para perceber que, com seus "Tetlocks" e "Polytecks", você incorre em falácia naturalista: mistura inadvertidamente os âmbitos descritivo e normativo, o que é bem questionável, em filosofia. Por favor, não sejamos grosseiros ou corremos ambos o risco de cairmos no ridículo. Eu não vou ficar agora desfiando autores e revistas e não preciso que você faça o mesmo: ambos já lemos bastante.

    Agora, processos de doutrinação?!! Desculpe-me, mas como dizem alguns amigos meus, "deu falha de compilação". Meu caro, já li textos seus muito bons, outros, nem tanto. Este é um deles. Isso não se deve ao fato de você não escrever ou argumentar bem, muito pelo contrário. Mas, como físicos e matemáticos que somos, sabemos muito bem que o problema está menos nos processos dedutivos do que nos axiomas que, na maioria das vezes, são implicitamente assumidos. Os seus parecem espelhar uma visão de mundo com a qual não posso concordar. Seria por ser otimista? Talvez um pouco, já que considero ser esta a única postura moralmente decente que se pode assumir diante do mundo, a despeito das suas adversidades. Eu prefiro chamá-la de realismo não-conformista. A alternativa é se matar ou ir criar ovelhas em uma montanha.

    Vou dizer com todas as letras: você está errado em procurar intimidar os estudante porque a sua visão de mundo é conformista e isso é tudo o que esses meninos - os da ocupação, não os demais - não querem ser. Você parece acreditar que há receitas técnicas para se formatar uma sociedade e lidar com problemas morais e políticos e cita teóricos que se alinham com esse ponto de vista.

    O que fazer para ultrapassar esse hiato? Nada. Ele não é ultrapassável. Sinto dizer, mas a verdadeira política é espaço de conflitos que resiste a formatos e o que esses meninos estão fazendo é tentando dizer que vivem em um mundo muito diferente do seu - mundos irreconciliáveis -, e que qualquer acordo não virá senão como trégua ou equilíbrio provisório.

    Mas eles tem uma vantagem: vão viver mais do que eu... e você!

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    1. Antony

      Sua alegação de que apelei a uma falácia naturalista deveria ser justificada. Mas, independentemente disso, creio que você tocou no ponto crucial. Nossos axiomas implícitos (abusando da terminologia técnica) de visão de mundo são realmente muito diferentes. E você tem razão: não vivo no mesmo mundo percebido pelos manifestantes. Por conta disso que, vez ou outra, ouço inferências sobre "minha crença em receitas técnicas para formatar uma sociedade" ou "minha postura intimidatória". Mesmo assim, ainda soa estranho este discurso de realismo não-conformista vindo de alguém que diz acreditar em mundos irreconciliáveis.

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    2. "você está errado em procurar intimidar os estudante" - Ninguém está sendo intimidado, não sei de onde você tirou essa ideia;

      Esses jovens ocupantes (eu sou da geração deles) nem sabem porque protestam, é tudo à la "HUE BR", a típica bagunça;

      São pessoas que prejudicam uns, mas não querem ser prejudicados: http://educacao.uol.com.br/noticias/2016/11/05/estudantes-deixam-ocupacao-para-fazer-a-prova-do-enem-em-outra-escola.htm

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  8. "Já acreditei em muitas mentiras, mas há uma à qual sempre fui imune: aquela que celebra a juventude como uma época de rebeldia, de independência, de amor à liberdade. Não dei crédito a essa patacoada nem mesmo quando, jovem eu próprio, ela me lisonjeava. Bem ao contrário, desde cedo me impressionaram muito fundo, na conduta de meus companheiros de geração, o espírito de rebanho, o temor do isolamento, a subserviência à voz corrente, a ânsia de sentir-se iguais e aceitos pela maioria cínica e autoritária, a disposição de tudo ceder, de tudo prostituir em troca de uma vaguinha de neófito no grupo dos sujeitos bacanas.
    O jovem, é verdade, rebela-se muitas vezes contra pais e professores, mas é porque sabe que no fundo estão do seu lado e jamais revidarão suas agressões com força total. A luta contra os pais é um teatrinho, um jogo de cartas marcadas no qual um dos contendores luta para vencer e o outro para ajudá-lo a vencer.
    Muito diferente é a situação do jovem ante os da sua geração, que não têm para com ele as complacências do paternalismo. Longe de protegê-lo, essa massa barulhenta e cínica recebe o novato com desprezo e hostilidade que lhe mostram, desde logo, a necessidade de obedecer para não sucumbir. É dos companheiros de geração que ele obtém a primeira experiência de um confronto com o poder, sem a mediação daquela diferença de idade que dá direito a descontos e atenuações. É o reino dos mais fortes, dos mais descarados, que se afirma com toda a sua crueza sobre a fragilidade do recém-chegado, impondo-lhe provações e exigências antes de aceitá-lo como membro da horda. A quantos ritos, a quantos protocolos, a quantas humilhações não se submete o postulante, para escapar à perspectiva aterrorizante da rejeição, do isolamento. Para não ser devolvido, impotente e humilhado, aos braços da mãe, ele tem de ser aprovado num exame que lhe exige menos coragem do que flexibilidade, capacidade de amoldar-se aos caprichos da maioria - a supressão, em suma, da personalidade."

    http://bit.ly/1dEpCXp

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  9. Olá professor.

    Apoio sua mensagem, após um post meu no facebook questionando a eficácia de queimar pneus numa BR como forma de protesto, e a legitimidade de lutar pela educação com máscaras na cabeça como se fossem black-ops, fui convidado a participar da ocupação por 24 horas para ver como realmente funciona.
    Chegando lá só tinha uma pessoa dentro do prédio, essa pessoa nem era das exatas, me deixou ficar.
    Chegaram três outras pessoas depois, nenhuma questionou por que estou lá.
    Depois chegaram as pessoas com intrigas pessoas com minha pessoa e pediram para me retirar, mesmo após eu explicando que fui convidado por uma das pessoas que está na "Ocupa", e essas pessoas são do "círculo fechado" que está organizando a ocupação.
    As ocupações estão sendo feitas por pessoas infantis, seus discursos sendo válidos apenas para os outros, não para si mesmos, como quererem que todos parem de ter aula exceto eles, membros da ocupação estão indo pras aulas como se nada tivesse acontecendo.
    Membros da ocupação pedem respeito diversas vezes mas não dão respeito aos professores e alunos que não aderiram a greve, fazendo "piquete" nas salas de aula, isso é no mínimo desacato a funcionário público e deveriam ser criminilizados, uma professora se sentiu extremamente ofendida com isso.

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    1. Além disso, ocupantes se ausentaram do bloco PA durante os dias 14 e 15 de novembro. Ocupação tem feriado.

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    2. Prezado Adonai, de fato, o ônus da prova é de quem acusa. Como jamais foi minha intenção acusá-lo de nada, queira , por favor, aceitar minhas desculpas. É como disse: não era meu intento entrar em discussões longas e desgastantes em seu blog.

      Primeiro, porque o blog é seu. Segundo, porque sempre aparecem figuras tolas e desgradáveis que, mal compreendendo sutilezas, resolvem se comportar como se pertencessem a uma seita de fanáticos. Sei que não é sua culpa e é inevitável quando se tem um blog, mas é fato.

      De qualquer forma, minha única mensagem foi dada. Não preciso que concordem comigo, mas aprecio quando levam à sério o que tenho a dizer, sobretudo porque não sou dado a lançar confetes.

      No mais, continuo a achar que muitos de seus textos são bons e bem-vindos. Embora não acredite que a solução para os problemas de nossa sociedade possa ou deva vir exclusivamente de nós, intelectuais, seria insanidade professar o oposto. Também eu luto para aumentar, entre os jovens, a capacidade de discernimento e pensamento, razão pela qual abandonei pretensões vãs de atuar no isolamento acadêmico e passei a me dedicar ao ensino, mas também à história e a filosofia, esta, aliás, minha principal preocupação, no momento.

      Obrigado pelo espaço e pela discussão.

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    3. Antony

      Uma observação importante: jamais considerei este blog meu. Por alguma razão nunca gostei de *ter* coisas. Considero este blog um fórum popular, no qual sou um moderador que eventualmente tenta iniciar discussões.

      Agradeço a sua participação, apesar de eu não concordar com algumas de suas ideias centrais aqui expostas. Mas é disso mesmo que precisamos: visões diferenciadas para, quem sabe, chegarmos a um denominador comum. Ainda assumo como pressuposto que a maioria dos comentaristas deste blog querem a mesma coisa, a saber, um Brasil melhor.

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    4. Antony Polito você tem razão é o que já venho tentando mostrar a ele faz tempo. Pessoas são muito diferentes uma das outras. O Adonai exige de nós coisas além do que somos capazes de fazer e tenta mudar o imutável.

      Quanto as pessoas não irem ao debate tenho minha teoria.
      Como na própria postagem foi dito os ocupantes não estavam sabendo do debate. Isso Implica que o autor da página Ocupa Exatas UFPR não é Líder dos ocupantes escreveu o convite sozinho e não mostrou aos ocupantes ou pior o dono da página pode ser o próprio Adonai que fez tudo isso para se vitimizar...
      Luciana.

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    5. Adonai, e aí? É pra rir ou pra chorar?

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    6. Luciana

      Fascinante! Talvez você acredite que eu exija coisas que estão além da capacidade das pessoas porque paralelamente você acredite que eu tenha dons paranormais: como a capacidade de gerenciar uma página de acesso público para conspirar contra ocupantes debaixo do nariz deles. Cara Luciana, acredito que você mesma é capaz de criar uma teoria de conspiração melhor. Como diria o poeta: tente outra vez.

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    7. Oooh, falou o Kynismós, quero dizer Jurgen Habernas, não espera ... Krishnamurti José de Andrade ...

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    8. Primeiro que você exige exercícios difíceis demais é fato.
      Peço desculpas pela demora de resposta, vi o seu comentário há alguns dias, mas, somente agora consegui parar de rir. Dr. Santanna, quando vais perceber que suas convicções sobre o que deveríamos fazer ou ser é baseada apenas nos seus desejos? E também, se não for muito incomodo, gostaria de saber a quantidade de debates em que você não foi convidado mas ainda sim participou? Pois o motivo de não terem ido ficou claro.
      Fiquei curiosa em saber que considera a administração de uma página um poder paranormal. Aproveito para pedir que me trate com mais educação pois não gostei da misoginia em seu comentário.
      Tomara que em 2017 os professores falem somente dos assuntos que remetem a disciplina lecionada e não fiquem dando lição de moral na sala de aula igual certo professor que tive.
      E que percebam que crítica é uma atividade inútil, e então passem a fazer coisas realmente úteis para educação do Brasil.
      Luciana

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    9. Luciana

      OK. Tentarei ser mais explícito. Alunos participantes do movimento de ocupação se manifestaram sobre a minha postagem de 13 de novembro deste ano, mas não se manifestaram sobre a postagem de 24 de novembro. Não houve qualquer manifestação no sentido de que eu teria forjado um convite para debate. Até agora você é a única pessoa que especulou a respeito desta ideia, justamente por demonstrar que não acompanhou o processo. Além disso, dois manifestantes se aproximaram de mim para pedir desculpas pela ausência de membros do movimento para o debate. Não haveria pedido de desculpas se eu tivesse criado uma página Facebook com o propósito de sabotar o movimento. Daí a minha inferência de que eu deveria ter dons paranormais para conceber e manter uma fraude dessas. Mas é aquela coisa: tem gente que acha que o homem jamais pisou na Lua.

      Seu discurso tem um tom muito emotivo e descontrolado, Luciana. Você fala de misoginia onde ela não existe, confunde educação com delicadeza e é inconsistente. Afirmar que críticas são inúteis é uma forma de crítica. Neste sentido a inconsistência atinge a você mesma.

      Com relação aos exercícios que peço para os alunos, lamento que você os julgue difíceis demais. Mas é aquela velha história: nenhuma atividade de escola ou universidade é mais difícil de lidar do que a vida real, fora dos domínios de sala de aula. Eu gostaria muito de saber a sua visão de mundo daqui a 30 anos.

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    10. Adonai, seu misógino, racista, machista, xenófobo, homofóbico, fascista transfóbico, n-fóbico, tens que pegar levinho com as mafaldinhas e remelentos invasores de prédios públicos...


      “Para quem está convencido da importância de resolver os exercícios deste livro, um esclarecimento: eles variam muito em seus graus de dificuldade”. Não se desencoraje se não conseguir resolver alguns (ou muitos) deles. É que vários são difíceis mesmo. Volte a eles depois, quando tiver lido mais do livro e se sentir mais confiante. Acho, porém, que incluí exercícios “resolvíveis” em número suficiente para satisfazer o amor-próprio de cada leitor.”

      Trecho do prefácio do volume 1 do “Curso de Análise” do Elon Lages Lima.

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    11. Kynismós, curso matemática, e tenho o livro de Análise do Elon em mãos (o vermelho). Aliás recentemente ele recebeu o título de professor honoris causa. Bonita, porém, a citação é desconexa com o que estamos debatendo (como muitos de seus comentários no blog). Quando digo que o Adonai exige demais da gente e passa exercícios difíceis não é por que não consigo fazer ou não persisto tempo suficiente. Tome cuidado ao fazer inferências descabidas.
      “tens que pegar levinho com as mafaldinhas e remelentos”, Eu ri, queria ver sua coragem cara a cara e também de onde você tirou que sou a favor da ocupação das escolas.
      https://plus.google.com/101527018670702673744
      Seu problema é que, ao ignorar opiniões contrárias, você adere cegamente a uma posição e caminha numa direção perigosa: a do fanatismo.
      Luciana.

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    12. Odeio ser ofendida.
      Adonai, seu discurso repetitivo e redundante está me cansando, primeiro que você ignora partes dos meus comentários.
      Eu não disse somente que você poderia ser o administrador da página, isso foi apenas uma especulação, e concordo não há muitas evidencias a respeito.
      A intenção foi mostrar que a culpa sobre a ausência de pessoas para debater recai sobre o administrador da página, um ser desconhecido até agora.
      Se o tal indivíduo fosse líder da manifestação e organizasse o debate não tenho dúvidas de que algumas pessoas iriam.
      Digo que é mentira que não acompanho o processo desde o início, eu vi quando "fizeram" o convite. Veja:
      "Alunos participantes do movimento de ocupação se manifestaram sobre a minha postagem de 13 de novembro deste ano, mas não se manifestaram sobre a postagem de 24 de novembro."
      No poste em que te "convidam" para o debate há apenas comentários de 4 pessoas: Você, O.Exatas e mais dois que não participam do movimento: Mateus Kublinski e Thiago Augusto.

      "Dois manifestantes se aproximaram de mim para pedir desculpas pela ausência de membros do movimento para o debate."
      Onde estava a sua câmera quando essas duas pessoas foram conversar contigo? Elas disseram que chamaram as outras pessoas e então elas ficaram com medo de ir?
      Ou nem avisaram para elas...
      Como já falei o seu ato de classificar as coisas em certo ou errado baseia-se apenas em seus desejos.
      Você diz que: "Que os ocupantes não estavam sabendo do debate" e eu que sou inconsistente?

      Novamente digo que não estou insinuando que você armou tudo, mas, apenas que não refletiu sobre o real motivo pelo qual não foram ao debate.

      É erro seu achar que sou leitora nova de seu blog, estou aqui desde o surgimento. Prova disso é que quando disse que confundo educação com delicadeza lembrei-me de seu texto: "O educado e o delicado". Peço que você não confunda misoginia e ofensa com críticas ou educação. Uma coisa é criticar e a pessoa ficar ofendida por ter opinião contrária, outra é usar palavreado de baixo calão. Que aliás pensei serem proibidas no seu blog mas ficou claro após o comentário acima de seu adorável fã que aqui é proibido apenas visões contrárias as suas. Diálogo onde há moderação é fácil, Doutor.
      Tenho 18 anos e não sei qual será a minha visão de mundo daqui a 30 anos, porém posso garantir que minha obra será lembrada (mesmo que eu morra agora) por 30 vezes 30 anos e até mais.
      Insistir nesse seu discurso repetitivo sobre o que deveríamos ser ou fazer nada muda. É sabido que fazendo coisas iguais se obtém resultados iguais e, portanto, se você realmente quiser fazer algo então que INOVE. Vamos fazer um combinado? Que tal ano que vem quando voltar as aulas e for lecionar, Cálculo, por exemplo, que fale de Cálculo e somente de Cálculo.
      Termino com convite, nele você não corre o risco de perder o seu tempo “o maior bem que uma pessoa pode dar a outra”. Trata-se de um Hangout online que pode ser realizado imediatamente a qualquer hora que eu estiver online no FaceBook: https://hangouts.google.com

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    13. Ao ver o nível dos "críticos" do Adonai e de boa parte dos apoiadores dos invasores de campi universitários, receio estar mirando um quadro dantesco de dissonância cognitiva, beirando o paroxismo alucinatório/esquizoide. A imunização contra a razão triunfou, e as ovelhas orwellianas se reproduzem em escala industrial:"Quatro pernas bom, duas pernas ruim!", urram os supostos paladinos da justiça social. O discurso de manada adestrada virou a tônica dominante nos madraçais universitários tupiniquins. E se você cometer o "crime" de discordar dos nossos jovens iluminados (alguns nem tão jovens assim), obviamente você é um fascista-nazista-racista-misógino-qualquer-rótulo-difamador-a-sua-escolha. Que saudades da palmatória e das chineladas... E por tocar nesse assunto, lembrei agora do livro "Podres de Mimados", do Theodore Dalrymple, leitura essencial para estes dias sombrios, bem como todas as outras obras do mesmo autor).

      Paz e Bem,

      Souzinha (Força e paciência, estimado Prof. Adonai, os cães ladram mas a caravana passa...)

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    14. Pois é, Souzinha. Realmente não é fácil lidar com um fórum como este. Mas há momentos interessantes e, eventualmente, divertidos.

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    15. Continuo sem saber se rio ou se choro...

      Souzinha, boa lembrança, o Dalrymple disseca essa matilha. Só um adendo, hoje, além de ladrar, eles cospem, urinam e defecam em seus oponentes...

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    16. Luciana

      Espero que me perdoe, mas prefiro não dar continuidade a esta discussão por aqui. Você mesma admite estar com ódio. E não existem diálogos honestos e construtivos onde há emoções tão fortes envolvidas. Se, em algum momento, você se acalmar, poderemos então conversar novamente. Algumas de suas colocações são pertinentes sim, como o anonimato do OCUPAS EXATAS UFPR. Mas o contexto que você demonstra desconhecer vai além de textos disponíveis na internet.

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    17. Estou com ódio de você ter me xingado só isso.
      Agora você não passa no princípio da discussão racional pois defende apenas suas ideias e não a verdade, o fanático Kynismós só sabe falar "não sei se é pra
      rir ou para chorar"
      Seu discurso de não vai continuar a discussão aqui não é novo, você já falou isso diversas vezes para diversas pessoas que discordam de você. Quando postei meu comentário já sabia que ia falar isso.

      Já li obras de charlatões, obras de pseudociência seus textos e as principais obras clássicas do passado e presente se bem como a obra de Descartes mencionada no texto em todas elas há afirmações, porém somente nessas ultimas existe algo chamado argumentação. E foi o conjunto afirmação/argumento que mudou o mundo e não afirmações soltas em vão.
      O debate você recusou em um lugar onde temos poderes iguais.
      Como você vai apenas ler esse comentário e não publicá-lo anuncio aqui que irei estender sim a discussão mas em meu blog e canal no YouTube.
      (Vou demorar cerca de uma semana para fazer isso pois tenho meu TCC para terminar)

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    18. "curso matemática", "Tenho 18 anos", "tenho meu TCC para terminar"...

      Nossa!

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    19. Sim, lamento você não conseguir terminar a graduação em pouco tempo. Tenho que entregar o meu TCC até segunda.

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    20. Essa discussão é impressionante. A tal Luciana não consegue sequer escrever um texto coeso, sem contar o evidente descontrole emocional e proselitismo demonstrado nas linhas, mesmo assim, acha que é a 'dona da verdade'. O que falta a esse pessoal invasor é leitura e uma boa educação doméstica que creio não tiveram corretamente. Precisam ler Descartes, Kant, Locke, Voltaire. Só assim, quem sabe, vão perceber que não possuem o 'rei na barriga', não são o 'centro do mundo' como imaginam.

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    21. Caro "Anônimo 3 de dezembro de 2016 23:40", acho que perdestes pontos cruciais dos comentários da moça, trata-se de alguém sui generis que:

      "curso matemática", "Tenho 18 anos", "tenho meu TCC para terminar", "Já li (...) as principais obras clássicas do passado e presente"...

      :D

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    22. Primeiro que não me acho dona da verdade. Segundo caro anônimo já li a obra de todos os autores mencionados. E sim, entrei na faculdade aos 14 anos após recorrer na justiça. Não fico me gabando disso apenas disse em resposta ao comentário do Adonai. Minha vingança contra o Adonai e o Kynismós será feita não aqui mas em meu blog com os dois textos que estou escrevendo: "Quem é Adonai" e "21 fatos sobre Krishnamurti Andrade".

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    23. Luciana,qual é o nome do tal blog?Fiquei curioso para ler os dois textos.

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  10. O senhor costuma dar aulas ao ar livre?
    Salas de aula são uma porcaria, só deveriam ser utilizadas em dia de tempo "ruim".

    Sebastião

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    1. Não, Sebastião. Não costumo. Mas creio que você tem razão. Talvez eu devesse fazer isso com mais frequência.

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  11. Falando de coisas alheias a esse tema gostaria de lhe fazer uma pergunta.
    O senhor traduziu para nosso idioma alguns livros da coleção Schaum.O Sr. fala em outras postagens do livro de Lógica de Elliot Mendelson.Gostaria de saber se nunca passou pela cabeça do Sr. em traduzi-lo?
    Gostaria também de lhe perguntar se seria possivel ler tal livro em ingles com a ajuda do tradutor do google pois tive uma pessima educação e não sei ler nada em inglês.Obrigado

    Ediclerton Rabêlo
    Fortaleza-ce

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    1. Ediclerton

      Lamentavelmente não encontrei editores dispostos a publicar uma versão traduzida do livro de Mendelson. Seria ótimo se houvesse. Mas Brasil é um país que pouco valoriza seu idioma oficial. A alegação usual é a seguinte: o tipo de público que se interessa por um livro como o de Mendelson é um público que já conhece inglês. Além disso, a obra de Mendelson trata de assuntos avançados de lógica, temas que encontram interesse muito restrito em nosso país.

      Com relação ao emprego do tradutor do Google, talvez funcione. Este tradutor melhorou muito nos últimos anos. Mas, se me permite, creio que tenho uma sugestão melhor: por que não tenta vencer a barreira da língua inglesa? Tive um colega de mestrado com dificuldade semelhante à sua. E ele venceu este problema simplesmente forçando a leitura de artigos técnicos escritos em inglês. É uma tarefa árdua, que exige muita disciplina. Mas o resultado é extremamente animador. Acho que vale a pena pelo menos tentar.

      Outro exercício interessante é assistir filmes de língua inglesa, com som original e legendas em inglês ou sem legendas. Esta técnica funciona melhor com filmes que você já conhece, para facilitar o aprendizado.

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  12. Professor Adonai, boa tarde. Já li diversas postagens e artigos de sua autoria aqui no blog, e mais recentemente, seus textos no site "www.producoeseclipse.com".
    Onde poderia encontrar seus livros da Série "Lógica Matemática" (editora Manole)? Gostaria de adquiri-los, mas não os encontro disponíveis para venda.

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    1. Luan

      Envie e-mail para adonai@ufpr.br. Conversaremos.

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