domingo, 13 de novembro de 2016

Sobre as ocupações



Há mais de um ano encerrei as atividades normais deste blog, por motivos que já expliquei. No entanto, nas últimas semanas têm ocorrido uma série de eventos que me obrigam a escrever algo por aqui. Não estou retomando as postagens do blog! Apenas publico, em condição extraordinária, um texto que eu não queria escrever, sobre eventos que eu não queria que estivessem acontecendo. Mas eles estão aí. 

Manifestantes estão ocupando instalações da UFPR e de outras instituições de ensino. Eles argumentam serem contrários à PEC do Teto dos Gastos e à MP 746. Não querem a PEC, sob o alegado argumento de eventual perda de investimentos para a educação nos próximos anos. E não querem a MP 746, sob a alegada argumentação de que este tipo de mudança deveria ser amplamente discutida, antes de qualquer implementação.

Recentemente enviei uma mensagem aberta para os meus alunos de Geometria Analítica e de Tópicos de Lógica e Fundamentos da Matemática. A mensagem, veiculada no Facebook, dizia:

"Os dois blocos de sala de aula onde leciono estão ocupados por alunos grevistas. Na prática, este movimento está colocando povo contra povo, criando um ambiente de desrespeito à liberdade de trabalho e de estudo. A posição da UFPR em relação a essas ocupações é bastante confusa, como era de se esperar. O Setor de Ciências Exatas está trabalhando para acomodar professores que ministram aulas para cursos que não aderiram à greve, segundo comunicado que recebi agora há pouco. Já a Procuradoria Jurídica da UFPR julga que não cabe a Coordenações de Curso e Chefias de Departamento decidir sobre continuação ou não das aulas. Segundo este órgão, esta é uma decisão individual de cada professor. O Conselho Universitário ainda discutirá sobre a presente situação, na próxima semana. E a Reitoria simplesmente não se posicionou (oficialmente) a respeito. O movimento sequer é mencionado na página principal da UFPR. Levando em conta todos esses fatores, anuncio a minha posição: nos dias e horários letivos em que não houver chuva, estarei em frente aos respectivos blocos ocupados, pronto para lecionar ao ar livre. Farei atividades especiais com os meus alunos que comparecerem. Com os alunos de Geometria Analítica discutirei sobre o sistema Terra-Lua e as Leis de Kepler. Com os alunos de Tópicos de Lógica discutirei sobre falhas típicas de lógica na UFPR e no país. Portanto, se teremos aula ou não, isso depende agora da meteorologia e da disposição de meus alunos."

Esta mensagem teve 236 curtidas, 30 compartilhamentos e 25 comentários. É um resultado inexpressivo, diante da realidade colorida e desfocada do Facebook. Mas ainda está acima de minha média pessoal, sobre o pouco que publico naquela popular rede social.

Na última sexta-feira houve pancadas de chuva em Curitiba, mas fui para a aula anunciada. Cheguei por volta das 19:00h. A maioria de meus alunos de Geometria Analítica compareceu. O Setor de Ciências Exatas, a pedido meu, reservou uma sala de aula em prédio não ocupado pelos manifestantes. Mas meus alunos preferiram realizar aquela atividade atípica em um gramado, em frente ao prédio ocupado onde deveríamos ter aula naquele horário. A grama estava úmida, o ambiente era pouco iluminado e umas gotas de chuva pingavam sobre nossas cabeças. Mas ninguém se intimidou. Pelo contrário, há muito tempo eu não percebia participação tão ativa de meus alunos. Parece que uma discussão sobre mecânica celeste ao ar livre os estimulou de alguma forma, ainda que temporariamente. 

No entanto, preciso colocar algumas preocupações minhas, referentes principalmente a algumas inconsistências que percebo, vindas de todas as partes envolvidas.

1) Os manifestantes não percebem que eles mesmos carecem de capacidade de discernimento, talvez até por conta de estarem sob a contaminação de um péssimo sistema de ensino. Cito exemplos: (i) Na página Facebook do movimento OCUPA UFPR foi publicado o seguinte: "Os serviços essenciais da UFPR continuam durante as ocupações, feito as aulas de português para refugiados." Ora, por que aulas de português para refugiados são essenciais e aulas de matemática para alunos da UFPR não são? Qual é a lógica subjacente a este discurso?

(ii) Na mesma página há uma divulgação da Marcha do Orgulho Crespo. Trata-se de uma manifestação de valorização da estética afro-brasileira. Bem, o que isso tem a ver com a ocupação da UFPR? É tão difícil assim manter o foco? 

(iii) Ainda nesta página foi publicada uma foto na qual aparecem cinco alunos e dois professores, dentro de uma sala. Na legenda se lê: "Aula pública sobre materialismo histórico e estado de exceção com os Profs. Delcio e Geraldo." Bem, por que uma aula sobre materialismo histórico e estado de exceção, em ambiente fechado, é estimulada? Por que esses professores podem contar com acesso a sala e outros não? Será que uma discussão sobre materialismo histórico é mais libertadora do que uma discussão sobre cônicas e quádricas?

2) Os manifestantes afirmam serem contra decisões governamentais, mas punem colegas seus que querem estudar. 

3) Os manifestantes demonstram serem ignorantes ou mal intencionados. Isso porque as melhores ideias jamais precisaram de movimentos populares para se estabelecerem. O domínio do fogo, a concepção da agricultura, a mecânica newtoniana, o cálculo diferencial e integral, a mecânica quântica, a teoria dos jogos e a teoria da evolução das espécies são ideias que naturalmente se inseriram nas sociedades desenvolvidas, por serem esteticamente belas e profundamente práticas. Houve aqueles que se sentiram ameaçados pelas ideias de Darwin e pela teoria heliocêntrica, entre outros exemplos históricos. Mas eles foram naturalmente calados pelo tempo. A luta que os atuais manifestantes deveriam abraçar se chama ciência, história, arte, estudo, trabalho. Se eles honestamente julgassem as ideias governamentais como imposições artificiais e descabidas, não tentariam usar os mesmos métodos governamentais para fins de imposição de outras ideias artificiais e descabidas. Em contextos sociais, se uma ideia precisa ser imposta, isso significa que provavelmente não é uma boa ideia, mas apenas um delírio compartilhado por um punhado de hasteadores de bandeiras.

4) A Universidade Federal do Paraná (UFPR) está cometendo um grave erro, ao tolerar ocupações de partes de suas instalações. A UFPR jamais se pronunciou oficialmente com relação a alguma medida do atual Governo Federal. Portanto, tolerar essas invasões significa uma abertura de precedente. Se, no futuro, qualquer grupo organizado de alunos decidir invadir instalações da UFPR em nome de qualquer outra causa, esta mesma instituição deverá ser consistente e aceitar a ocupação, por tempo indeterminado. A UFPR está se transformando em palco sem agendamento.

5) Os alunos que são contrários aos manifestantes também têm agido de forma irracional, a partir do momento em que entram em conflito verbal ou físico contra os ocupantes de prédios da UFPR. É um erro julgar que fulano ou beltrano são inimigos. No Brasil não há inimigos. O que existe por aqui é um crescente caos. O grande inimigo do povo brasileiro é a sua profunda ingenuidade. E esta ingenuidade existe por conta de ignorância. Precisamos sim de mais ciência, de mais arte, de mais sonhos, de mais trabalho. 

Nosso país vive uma realidade de liberdade de expressão, sem liberdade de pensamento. Pessoas são inevitavelmente tendenciosas, não há como evitar. Mas esta ingênua liberdade de expressão que se desenvolve no Brasil se sustenta apenas no impensado discurso de respeito à opinião alheia. No entanto, não é de respeito que estamos precisando! O que se faz realmente necessário é conhecimento! E falo de conhecimento que demanda real esforço para ser alcançado. A suposta era da informação que vivemos está apenas tirando o foco das pessoas. Por isso que manifestantes são tão confusos! Por isso que as pessoas acham que devem tolerar ideias, por mais malucas que sejam! Por isso que a UFPR não sabe agir! 

O lado irônico disso tudo é aquela sensação que sempre me invade, quando escrevo neste blog: a de que estou apenas perdendo meu tempo por aqui.

Tentarei dar continuidade às minhas aulas. Nas próximas vezes tentarei usar eventuais salas de aula que eu consiga. Não é prática a ideia de discutir matemática, sem um quadro que possa ser usado para escrever. Já não é fácil ter que encarar alunos que não estudam, que não perguntam, que não questionam o conhecimento supostamente estabelecido, que não conhecem coisa alguma do mundo onde vivem. Mas mais difícil ainda é encarar um movimento desfocado e inconsistente, em um ambiente míope e intelectualmente estagnado. Minha sorte é que conto com projetos que desenvolvo independentemente da vontade da maioria. Isso faz parte de meu treino. Não preciso de clubes, partidos ou associações para me sentir importante. 

Vi grupos de manifestantes andando pelo Centro Politécnico da UFPR como verdadeiras matilhas. Vi um dos prédios onde leciono, com vidros quebrados cobertos por tapumes improvisados. Se estas pessoas precisam invadir e coibir para sentirem que fazem alguma diferença neste mundo, posso apenas lamentar pela extrema fragilidade emocional delas. Mas eu não defendo bandeira alguma. Apenas trabalho. E esta é a pior das ironias. Parte de meu trabalho é lecionar para muitos alunos que não estudam, que não refletem, que não discutem. Sou pago para impor um conhecimento que não é desejado. E, por conta disso, finalmente me pergunto: do que diabos estou reclamando?

83 comentários:

  1. Caro Adonai, você não perdeu tempo com esta postagem, pelo menos já causou um impacto em uma pessoa. Várias das reflexões apresentadas por este blog me fizeram rever algumas das posições que tinha. Não concordo com as ocupações e realmente o inimigo a ser combatido concordo que realmente é a ignorância. Esta é uma batalha a ser travada internamente contra a nossa acomodação e conformismo com o status quo desta sociedade cheia de direitos mas com poucos e mínimos deveres. Outra consequência positiva desta postagem é que irei revisitar todas as outras postagens deste blog que cumpre muito bem o papel de informar e suscitar reflexões mais profundas.

    Parabéns e obrigado!

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  2. Expressou tudo que estava entalado na minha garganta.

    Ótima postagem.

    Eu não sei como esse pessoal não percebe: são mimados e privilegiados.

    Num país com 12% de desempregados, eles estudam em Universidades caras (alguns milhares de reais por estudante), sem pagar (tudo sai dos contribuintes) e ainda querem proibir as pessoas de terem aulas.

    Desprezo pelo conhecimento e, estranhamente, educação só tem valor quando projetos de inimigos políticos estão sendo votados. Em todo o ano de 2016, com cortes muito maiores, não se fazia nada, não se estudava, não se perguntava e não se ocupava. Agora querem ainda impedir que os poucos interessados no aprendizado estudem.

    É uma piada...

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  3. Adonai

    Agora publique algo sobre o golpe de estado no Brasil e contra a democracia. Publique sobre o preconceito e fascismo que tem se espalhado no Brasil e no mundo. Vale lembrar que houve protestos também a favor do impeachemant e ninguém chamou esse povo de vagabundo. Com todo respeito professor, o conhecimento em que o senhor é especialista, a lógica, não é aplicada por ti na política. Por que protestos contra um golpe de estado o sr ficou mudo e agora crítica os únicos que protestam contra educação de qualidade?

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    1. Hugo

      Creio que você quis dizer "e agora critica os únicos que protestam a favor da educação de qualidade". Concordo que houve um golpe de Estado em nosso país. Não gosto do PT e nem dos governos Lula e Dilma. Mas o que fizeram contra eles foi realmente um golpe à democracia. No entanto, estes manifestantes agem de forma análoga, conforme mostrei acima. Essa história de PEC e MP é apenas a "bola da vez" para aqueles que querem distrair as pessoas e a eles mesmos sobre as questões realmente importantes. E as questões realmente importantes se referem à cultura da ignorância que impera em nosso país. Hugo, eu vivo a sala de aula há décadas. E posso garantir: nossos jovens não querem educação de qualidade. São poucas as exceções. A história mostra de maneira clara que praticamente nenhuma manifestação pública apresenta explicitamente suas reais motivações.

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    2. Adonai, fala sério, quem vinha dando um golpe na democracia era a petralhada, comprando a tudo e a todos com dinheiro de propina advinda de recursos desviados do erário, praticando fraude fiscal, se locupletando e "privatizando" a máquina estatal em proveito próprio, criando milicias (estas que hoje invadem prédios públicos), dividindo a sociedade entre "nós" e "eles"...

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    3. Krishnamurti

      É justamente por isso que digo: as inconsistências disparam de todos os lados.

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    5. Fernando

      Este seu comentário foi o mais sóbrio e honesto que li, desde o momento em que publiquei este texto.

      Sim, vivemos sob um regime golpista. Sim, a PEC e a MP são importantes demais e podem afetar de maneira desastrosa o país. E, sim, precisamos fazer alguma coisa. Mas a minha resposta não vai agradar. Tudo o que temos hoje é um inevitável resultado da cultura de nosso povo. Venho alertando sobre isso desde o começo deste blog, há sete anos. E eu também avisei que em algum momento o Brasil entraria em colapso. Isso ainda não aconteceu, mas creio que acontecerá. Não vejo solução alguma a curto prazo. Essas manifestações estão apenas acelerando o colapso. A única solução que vejo é a longo prazo: mudar a mentalidade típica do brasileiro!

      Sugiro a leitura do texto abaixo. Se quiser, podemos conversar de maneira mais detalhada.

      http://adonaisantanna.blogspot.com.br/2012/01/como-nossa-educacao-contribui-para-o.html

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    7. Quem será mesmo que não entende a diferença entre flutuações, geradas por restos a pagar, de fraude fiscal produzida para promover contabilidade criativa...

      Só desenhando:

      http://www1.folha.uol.com.br/poder/2016/04/1757921-pedaladas-fiscais-dispararam-sob-dilma-diz-relatorio-do-banco-central.shtml

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    8. Tsc Tsc por que não publicou do site da Veja ou outro bem "imparcial"/

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    10. Senhor, dai-me saco pra iluminar os letrados néscios...

      “Em dezembro de 2015, o resultado primário do Governo Central, a preços correntes, foi deficitário em R$ 60,7 bilhões, contra superávit de R$ 1,1 bilhão em dezembro de 2014. Este resultado, comparado com o mesmo mês do ano anterior, é explicado pela elevação de R$ 71,1 bilhões na despesa total em contrapartida a um aumento de R$ 8,5 bilhões na receita líquida total. O aumento nas despesas totais é explicado principalmente pela elevação, em comparação com dezembro de 2014, de R$ 35,0 bilhões nas despesas com subsídios e subvenções e de R$ 27,6 bilhões em outras despesas de custeio e capital. Em termos reais, as despesas apresentaram aumento de 55,9%.

      Vale destacar que o resultado do mês de dezembro foi significativamente afetado pelos pagamentos da União aos bancos públicos e ao FGTS, em conformidade com o entendimento do Tribunal de Contas da União (TCU), pronunciado por meio do Acórdão nº 825/2015 e ratificado pelo Acórdão nº 3.297/2015 (vide boxe 01). Os referidos pagamentos totalizaram R$ 55,8 bilhões no mês de dezembro, incluídas as obrigações referentes a 2015.

      Comparativamente ao acumulado até dezembro de 2014, também a preços correntes, houve decréscimo de R$ 97,8 bilhões no resultado primário do Governo Central, passando de um déficit de R$ 17,2 bilhões em 2014 para déficit de R$ 115,0 bilhões em 2015. Em proporção ao PIB de cada período, o resultado primário passou de -0,30% nos doze meses de 2014 para -1,94% do PIB em 2015. Esse resultado é reflexo do aumento da despesa total (11,6%) em maior proporção que o crescimento da receita líquida total (2,0%). Vale ressaltar que, em termos reais, a receita líquida total registrou redução de 6,4%, explicada principalmente pela evolução dos indicadores macroeconômicos relevantes para arrecadação de tributos, desonerações tributárias, compensações tributárias e queda na receita de dividendos. As despesas totais, no acumulado do ano, em termos reais, apresentaram aumento de 2,1%.

      No ano, os pagamentos da União no âmbito dos Acórdãos nº 825/2015 e nº 3.297/2015 totalizaram R$ 72,4 bilhões, sendo R$ 16,8 bilhões de obrigações de 2015 e R$ 55,6 bilhões de passivos. Na ausência dos pagamentos de passivos, o resultado primário do governo central no acumulado do ano teria sido deficitário em R$ 59,4 bilhões.”

      http://www.tesouro.fazenda.gov.br/documents/10180/246449/Nimdez2015.pdf/e58e77ea-4764-4647-8d39-552b8ad06314

      “As despesas do Tesouro Nacional9 apresentaram aumento anual de 12,1% em 2015, somando R$722,6 bilhões (12,2% do PIB). Houve elevações nos gastos com pessoal e encargos (7,3%) e nas outras despesas obrigatórias (49,8%), e recuo de 5,5% nas despesas discricionárias. Contribuíram para a elevação das despesas obrigatórias, em especial, pagamentos de R$72,4 bilhões (1,2% do PIB) realizados pela União para equacionamento de débitos com bancos oficiais e o FGTS, vinculados a programas de equalização de taxas e subsídios/10. Entre as despesas discricionárias, destaque-se a redução de 18,1% nos gastos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).

      9/ Incluindo as despesas primárias do Banco Central do Brasil (ver nota anterior).

      10/Desse total, R$56,4 bilhões (0,9% do PIB) referem-se a débitos de exercícios anteriores. Os pagamentos estão relacionados com os Acórdãos nº 825/2015 e nº 3.297/2015, do Tribunal de Contas da União.”

      http://www.bcb.gov.br/htms/relinf/port/2016/03/ri201603c3p.pdf

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    1. Hugo

      Com relação à contradição que você aponta em seu primeiro parágrafo, ela foi intencional. A motivação para isso reside no último parágrafo de meu texto. O Brasil vive o desabrochar do caos.

      Eu já disse um sem número de vezes que não sou de direita ou de esquerda. Tenho dificuldade para entender essa necessidade do povo de dicotomizar visões: direita, esquerda; bom e mau; capitalista, socialista; liberal, conservador. Não faça isso, Hugo! Admita a possibilidade de que existem outras cores além do branco e do preto, mesmo que você se desaponte comigo. Se eu provei que sou como os outros, pelo menos de seu ponto de vista, apenas sinta de pena de mim e me ignore. Mas fortemente recomendo que reveja essa sua visão dicotômica de mundo. Existe algo que é muito mais importante do que ser de direita ou de esquerda. Este algo é o livre pensamento, mesmo que o livre pensamento seja tolo.

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  5. Sim, professor, há última frase foi um erro do corretor ortográfico, peço perdão.

    Também concordo que Dilma cometeu muitos erros, então teria que manter-se no cargo para arcar com as consequências.

    O senhor diz que os manifestantes impedem os alunos de estudar, mas diz também que nenhum aluno quer estudar. Há outra contradição aqui. Além disso o conceito de "estudar" é um tanto vago. No sentido a qual o senhor se refere significa "ficar sentado vendo e ouvindo uma pessoa falando durante algumas horas e copiar a matéria da lousa". Se for assim, então não estão perdendo nada.

    Se o problema é falta de discernimento seria interessante alguns professores esclarecidos dessem alguma orientação. Porém ai falariam que os alunos estão sendo doutrinados. Enfim o negocio não é tão simples assim

    Mas sempre temos noticias vergonhosas sobre educação no Brasil e não há nenhum estardalhaço. Senão vejamos:

    Esquema de roubo de merenda em SP: silêncio total.
    Professores com salários miseráveis: silêncio total.
    Beto Richa mandando espancar professores e não cumprindo a promessa de aumento: silêncio total.
    Desempenho horrível do Brasil em português e matemática nos exames internacionais: silêncio total.

    Agora por que esse estardalhaço pelas ocupações?

    A sociedade brasileira ou é uma imensa massa de manobra ou são uns verdadeiros hipócritas.

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  6. Gostei! sou aluna da UFPI e meu campus foi ocupado, com assembleias que me envergonham. sou contrária a ocupação e discuti a forma arcaica de protesto que eles criaram... sempre causam prejuízo a outras pessoas, acho coisa típica do começo do sec XX. Trump provou que a internet é uma arma que pode ser usada pra mudar tudo. há formas criativas, mas a intenção e subjulgar o aluno de mesquinho. Enfim... o calendário acadêmico nem mesmo parou. Só o futuro nós dirá se perderemos o período inteiro.

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    1. Oi, Fernanda

      Ainda é possível crescer academicamente em nosso país. Basta, para isso, trabalhar duro e se envolver com as pessoas certas.

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  7. Prof. Adonai,
    Gostaria muito de poder compartilhar seu pensamento entre meus alunos da UFRPE campus Serra Talhada. Há aproximadamente 15 dias nossas dependências estão ocupadas pelo DCE. Ocupação essa que não permite se quer docentes e técnicos terem acesso às suas salas, alunos às suas pesquisas, como se ninguém tivesse direito, apenas esse tal movimento, com desrespeito ao simples direito de ir e vir. É como falastes indiretamente: se és do movimento podes adentrar, mas se do contra: barrado. E assim como a UFPR, nossa reitoria nada faz diretamente: se não há diálogo então me questionamento: o porquê nada fazem? Será que é para estimular uma massa de manobra contra o governo Temer por não aceitarem o #ForaDilma? E pedido de reintegração a PF? Infelizmente estamos vivendo no caos educacional. E me preocupa se os contrários a ocupação também resolvessem adentrar nos prédios, seria a próxima revolução? Diante disso me questiono se, assim como você, o melhor não é "perder tempo" desabafando nos blogs e faces, lendo se apenas eu sou contra esta tal de ocupação por um direito vago! Mais uma coisa: desculpe-me pelo anonimato, mas estamos aqui em meio a uma verdadeira perseguição, a um verdadeiro atentado a integridade moral!

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    1. Caro Anônimo

      Claramente a situação em sua universidade é muito pior. Peço permissão para divulgar seu breve depoimento na página Facebook deste blog.

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    2. Na UFPE a coisa está se dando da mesma maneira, e óbvio, com uma porção de "professor" jurássico esquerdoso apoiando, tudo com medinho de perder as regalias do serviço público federal...

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  8. "Sou pago para impor um conhecimento que não é desejado."

    Muitos norte-americanos sabem que vivem em terras roubadas dos nativos há muito tempo mortos, nem por isso se voluntariam para restituir as terras (pois sabem que isso seria suicídio). Coletando um punhado de relatos, é fácil inferir que justiça não está no topo da lista de prioridades das pessoas. Mais importante para elas é que suas vontades sejam satisfeitas, não importa através de quais meios.

    Se um criminoso armado rouba dinheiro para comprar um bolo de morango e diz para a vítima que ela pode pegar uma fatia do bolo se quiser, para minimizar o dano, a vítima pode concordar em comer uma fatia do bolo, mas isso não muda o fato de que a vítima faria algo muito diferente com seu dinheiro se o roubo não tivesse ocorrido. Considero essa uma situação análoga à da "Universidade Pública e Gratuita", não obstante a verborréia auto-legitimadora do governo e seus "defensores".

    "A luta que os atuais manifestantes deveriam abraçar se chama ciência, história, arte, estudo, trabalho. Se eles honestamente julgassem as ideias governamentais como imposições artificiais e descabidas, não tentariam usar os mesmos métodos governamentais para fins de imposição de outras ideias artificiais e descabidas. Em contextos sociais, se uma ideia precisa ser imposta, isso significa que provavelmente não é uma boa ideia, mas apenas um delírio compartilhado por um punhado de hasteadores de bandeiras."

    Reproduzo uma citação apresentada no início do capítulo #1 de um livro sobre técnicas de negociação:

    "All too frequently we learn to negotiate through trial and error. We may stick to tried methods that worked once. We may make the same mistakes year after year. Individual experience may give you an adequate ability to negotiate, but it can never give you an insight into the wide range of possibilities that are available. --Nierenberg"

    Penso que ter domínio teórico e prático de técnicas de negociação é algo que pode render bons frutos, isso requer/inclui também domínio de economia, principalmente teoria dos jogos e suas aplicações. Se não existisse a rede mundial de computadores, eu nada saberia sobre esses assuntos. O sistema educacional instalado no país é "fraco"? Sim. Isso é um defeito? Pode-se argumentar que sim, mas, também pode-se desconfiar que se trata de um atributo previsto no projeto. Pessoalmente, estou inclinado a considerar esta última opção como verdadeira.

    Agradeço-lhe por prover este espaço para o diálogo. Até mais ver.

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  9. Adonai, o título do seu texto deveria ser

    "Sobre os ESBULHOS",

    ficaria mais condizente com a realidade do que está acontecendo...

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  10. Professor Adonai !

    Nao desista !

    Luiz Cesar LInhares Masetti ( ex-aluno UFPR , engenheiro civil , servidor público.

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    1. Aparentemente não existe esta possibilidade, Luiz Cesar.

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  11. Adonai podia vincular estes dois vídeos feitos na UFRGS na postagem.
    https://www.youtube.com/watch?v=loNZTutC7KE
    https://www.youtube.com/watch?v=lDtnZtiv3Qg

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    1. Anônimo

      Acabo de ver os dois vídeos. Excelentes! Divulgarei um deles na página fb deste blog. Grato.

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  12. Adonai, a sensação de que está perdendo seu tempo no blog é devido ao caráter de seu trabalho. Poucas coisas tem aplicação imediata. Eu achei o seu blog durante o Ensino Médio quando fui na internet procurar resposta do livro "A matemática do Ensino Médio", livro que peguei na biblioteca porque estava incontentado com a mediocridade do meu livro didático e da professora. Desde então passei a acompanhar o seu blog e a mudança com que fez na minha é vida é grandiosa. É provável que se nunca tivesse o achado teria desistido de seguir meu sonho de ser um grande cientista.

    Uma coisa que creio que o senhor descarta não intencionalmente é a diferença gritante que existe de um humano para o outro no quesito de sua inteligência.
    O movimento é desfocado e inconsistente e alguns de seus alunos não estudam, não perguntam, não questionam o conhecimento, pelo simples fato de não serem capazes de faze-lo. Já parou para pensar os fatores que fizeram com que chegasse onde chegou? Sem mesmo conhece-lo pessoalmente enumero:

    1) Sorte de ter encontrado pessoas certas, gigantes para se apoiar.
    2) Inteligência determinada biologicamente, o que também é sorte.
    3) Trabalho duro.

    O item 2 é raro não é privilegio de todos.

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    1. Anônimo

      Você me fez lembrar de palavras que tive a sorte de ouvir de Leopoldo Nachbin, poucos meses antes de sua morte: "Para se fazer matemática é preciso estar no lugar certo, no momento certo, com as pessoas certas e ter sorte."

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    2. Acrescento mais este comentário:

      http://adonaisantanna.blogspot.com.br/2015/03/confissoes-de-um-bocal.html

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  13. Adonai, o grupo OCUPA UFPR está convidando você para um debate. Peço que simplesmente ignore porque assim o senhor não perde na frente de um monte de gente.

    Fabrício.

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    1. Fabrício

      Recebi convite do grupo OCUPA EXATAS UFPR. Já aceitei e propus data e horário. Só não entendo a sua visão de que, em um debate, o que está em jogo é quem ganha e quem perde.

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  14. Caro colega, só esta sua frase tremendamente infeliz (para não dizer, pérfida) - "Isso porque as melhores ideias jamais precisaram de movimentos populares para se estabelecerem" - demonstra que há algo muito errado no ensino universitário e justificaria uma ocupação permanente do espaço pelos estudantes. É impressionante, obscena mesmo, a sua inconsciência sobre política: ao reivindicar uma posição neutra, você não faz senão defender a política mais opressora, a que se supõe fundada na "natureza das coisas". E, coerente com isso, ao falar em "sociedades mais desenvolvidas", não faz senão perpetuar o racismo epistêmico como ideologia política nefasta. Sinto profunda vergonha de ser seu colega na UFPR! Sugiro enfaticamente que baixe a bola, tire o salto alto e comece a ouvir os estudantes, antes que seja tarde demais. Boa sorte.

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    1. Anônimo

      Lamento, mas você escreveu um comentário bastante confuso e emocional. Não vejo como meu texto permite a inferência de que eu estaria reivindicando uma posição neutra. Observe que em momento algum avaliei os méritos das medidas governamentais. Concordo com a visão de que passamos recentemente por um golpe de Estado. Mas isso não justifica ações infantis, como forma de resposta. Veja que você mesmo sente vergonha de ser meu colega, apesar de se esconder no anonimato. Isso mostra claramente que tudo o que esses movimentos estão conquistando é uma indisposição de povo contra povo. Que tal, no lugar de sentir vergonha de mim, conversarmos na forma de um debate gravado em vídeo? Mas advirto: não estou dominado por emoções.

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    2. Boa anônimo vamos dar uma surra nele. Vou convidar o professor Olavo de Carvalho para ir ao debate.
      Anon 02

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  15. " Por que não chamaram os que protestaram pelo impeachment de vagabundos?" Porque eles protestaram foram domingo a tarde e não impediram ninguém de trabalhar, estudar e circular. O que temos agora é uma perigosa tentativa de IMPOR uma forma de pensar em toda a universidade. Nunca houve uma aberração jurídica no Brasil tão grande como o descaso e impunidade nessas invasões

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  16. Adonai, você está precisando ouvir o que os jovens têm pra dizer, na sua máxima sapiência. “Tire o salto alto” e “comece a ouvir os estudantes”, Adonai...

    http://youtu.be/m-ovp1WFahA

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    1. Relaxa Kyni vamos detoná-lo no debate. Chamei ninguém mais ninguém menos que o maior filósofo brasileiro, Olavo de Carvalho, para o debate.

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    2. Maior filósofo brasileiro... Que visão triste sobre filosofia. Mas espero ouvir os alunos também. Veremos.

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    3. Então, isso aí é só uma amostra da doutrinação promovida por vaganbundos que acontece país afora, em maior ou menor grau.

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  17. O senhor já leu ou assistiu a alguma peça do Bertold Brecht?

    Sebastião

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    1. Puxa, Sebastião. Isso faz parte de meu passado remoto, junto com filmes de Fellini. Por que pergunta?

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    2. “Para um comunista, a verdade ou a mentira são igualmente boas, quando servem ao comunismo”

      “Primeiro, o meu estômago; depois, a vossa moral”.

      Bertolt Brecht

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    3. Seu blog me remeteu a Brecht em mais de uma ocasião. Talvez seja pela maneira como o senhor se refere a mudança, transformação... Até porque isso:

      Apenas faça!
      Primeiro passo: Conheça os problemas da educação e discuta sobre eles.

      Segundo passo: Estabeleça uma estratégia para resolver esses problemas, em equipe.

      Terceiro passo: Execute ações norteadas pelas estratégias.

      Quarto passo: Avalie com sua equipe a nova situação.

      Quinto passo: Retorne ao primeiro passo.

      Lembra alguns fragmentos da peça Didatica de Baden Baden:

      "Quando vocês tiverem melhorado o mundo, melhorem este mundo melhorado! Abandonem este mundo! (...) E transformando o mundo, transformai-vos! Saibam abandonar a vós mesmos!"

      Sebastião

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  18. "Sei que muitos inteligentinhos vão ficar nervosinhos, mas, no que se refere a esta onda de invasões que tomou conta das escolas, os professores que apoiam e os estudantes autoritários que realizam o fazem, antes de tudo, porque uns não querem dar aulas e os outros não querem ter aulas. Casamento perfeito sob a "bênção" do blá-blá-blá da "luta pela educação". Uma das formas mais cínicas de ser um professor ruim é sê-lo em nome de um mundo melhor. Você pode passar a vida inteira sendo esse professor ruim e enrolar todo mundo. Para isso, basta dizer que "acredita na educação para formar cidadãos do futuro"."

    http://www1.folha.uol.com.br/colunas/luizfelipeponde/2016/11/1829868-politizacao-de-estudantes-e-professores-colabora-para-educacao-ser-um-lixo.shtml?cmpid=compfb

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  19. Prof Adonai

    Por favor, volte a publicar sobre matemática, essas questões só criam atritos desnecessários. Há muito fanatismos de ambos os lados, concordo e cada um puxa a opinião do outro pra confirmar a sua própria. Lendo melhor esse texto percebi que a opinião do senhor é de qualquer um dos lados, não sabe exatamente o valor do que é estudo. Porém serviu de fonte pra ratificar a visão extremista de cada um, ou seja, so acirrou ânimos.

    Embora discorde de muitas coisas que diz, sou seu profundo admirador

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  20. Continuo dando aula, pois tenho obtido muita repercussão junto aos alunos que querem aprender. Os melhores geralmente são os que frequentam as aulas a noite, muitos dos quais dependem de ônibus de prefeituras próximas à João Pessoa. Acredito que é a única forma de modificar o ensino, mostrando novas formas de aprendizado...
    Um julgamento do ensino:
    O Povo contra o Sistema Escolar.
    https://www.youtube.com/watch?v=e_hpXPEpnL8&t=3s

    O Povo contra o Sistema Escolar Dublado
    https://www.youtube.com/watch?v=1rIRwT0DIDI&feature=share

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  21. Adoro pessoas inteligentes, este professor Adonai é um!!! Parabéns caro professor, por continuar com as aulas... Mais um que não se dobra a esse sistema preguiçoso e acomodado!!!

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  22. Fiquei muito feliz em ver postagem nova Adonai (mesmo que não seja sinônimo de continuidade)! Acompanhei seu blog desde os primórdios, e queria dizer que sempre simpatizei muito com tuas críticas.
    É muito bom saber que há pessoas que, não que eu concorde com tudo que disseste, pensam o mesmo que nós. Pois se não, nos sentimos muito sozinhos intelectualmente, e as vezes passa pela cabeça a ideia de que estamos errados somente porque ninguém concorda conosco. Sinto-me como o Alienista, se a fuga da razão é generalizada, não deveria eu pertencer à casa verde?

    Caso lhe venha o impeto de fazer novas postagens, não deixe de fazê-lo! Há muitos silenciosos por ai que querem saber que não estão sozinhos. Afinal, uma das virtudes do ceticismo (o saudável) é saber que a certeza exige muito, mas a concordância suaviza o fardo.

    Salutações!

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    1. Gustavo

      No Brasil se aplica facilmente aquela velha história: "Pensar diferente não significa ser louco. Mas é fácil ser levado à loucura por pensar diferente."

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  23. As ocupações levaram a uma reflexão política de um professor de matemática: se apropriaram de mais recursos cognitivos para gerar uma solução.
    O fim da guerra fria levou o comunismo à sua forma mais complexa e perigosa: infiltrado sem resistência. E o alvo central dessas redes do comunismo evoluído são as universidades, de onde passam a conformar as novas células que serão instaladas no judiciário, comunicação, governo, salas de aula...
    É a guerrilha desarmada, ocupando o território intelectual.

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    1. Anônimo

      Isso acontece porque a tal comunidade intelectual de nosso país vive tão isolada do mundo real quanto esses ocupantes de escolas. Veja, por exemplo, o levantamento abaixo que fiz:

      http://adonaisantanna.blogspot.com.br/2013/09/o-que-e-um-pesquisador-do-cnpq.html

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    2. Adonai, não é somente por isso. Além do baixissimo nível de nossa "intelectualidade", isso aconte porque aqui há uma hegemonia da esquerda em todos os meios formadores de opinião (academia, escolas, imprensa, mídia, até mesmo na CNBB etc.). Só há poucos anos essa hegemonia vem sendo combatida.

      Dinossauros ideológicos existem no mundo todo, inclusive nos EUA, só que por aí eles encontram oposição preparada e organizada.

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    3. Krishnamurti

      Talvez um dos últimos redutos de civilização do mundo atual acabe se concentrando na Finlândia. Pobres finlandeses. Ficarão cercados.

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    4. Adonai, idealizas muito a humanidade quanto ao que ela deveria ou não ser. Boa hora pra lhe relembrar isso aqui:

      Não Queremos Nenhuma Educação

      http://cynismu.blogspot.com.br/2016/06/nao-queremos-nenhuma-educacao.html

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  24. Adonai, o debate já aconteceu?

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    1. Não. O movimento fez o convite e imediatamente aceitei. Mas ainda não recebi confirmação para a data que propus: amanhã. Assim que eu tiver notícias, divulgarei em minha página pessoal no facebook.

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  25. O objetivo da greve dos estudantes não é simplesmente parar com as atividades na universidade, pois isso prejudicaria os alunos. A nossa luta é também pela educação, e é por isso que planejamos atividades como “aulões”, exibição de filmes, debates e oficinas.
    Pensando nisso, o Comando de Greve convidou os professores André Grégio, Carlos A. Maziero e Luis C. E. De Bona para ministrar um minicurso com o tema Comunicação Segura.

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    1. Bem, minicursos sempre existiram nas universidades. Se vocês promovem minicursos sobre temas relacionados às reivindicações dos estudantes, isso também poderia ser feito sem invasão e sem impedimento de aulas regulares. Convenhamos, este movimento é apenas uma reação desesperada a algo que vem sendo plantado há muito tempo enquanto a maioria estava simplesmente dormindo. Não vejo solução sensata a curto prazo para mudar a atual realidade política e social.

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  26. Certa vez um professor me disse que devemos questionar tudo o que lemos e ouvimos e não acreditar em verdades absolutas.

    Esquerdistas são malucos doutrinadores, direitistas são coxinhas imbecilizados, alunos que ocupam escolas são vagabundos, são alguns exemplos de pensamentos amplamente divulgados por ai, principalmente pela mídia.

    Porém creio que isto é uma forma muito simplória de ver as coisas, pois é necessário ver o contexto de cada situação e o pior de tudo, sem ouvir outro lado envolvido. Afinal cada um quer puxar a brasa pra sua sardinha.

    O pastor Caio Fabio (que por sinal possui uma visão bem alinhada ao que se chama de direita) diz sempre que "ninguém pode contra a verdade senão em favor da verdade". Porém a maioria prefere adotar uma visão bem parcial das coisas e sustenta-la em argumentos duvidosos.

    Ah, o nome do professor acima? Chama-se Adonai Santanna

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  27. Como comentei uma vez com um colega meu, tudo isso que temos visto sobre ocupações nada mais nada menos é visto no filme alemão A Onda e tão pouco podemos usar o grandiosos livro Crepúsculo dos Ídolos de Nietzsche como uma breve análise. Mas é realmente isso Adonai, que aliás ficava sempre feliz com suas aulas de Cálculo 1 que tive um tempo atrás, os alunos e não só eles, estão tomando partido e decisões sem muito critério e mais sem ao menos se questionar. Estamos se dividindo em dois partidos como animais irracionais e sequer damos conta disso.

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    1. Rafael

      Curiosamente tenho lembrado com frequência deste filme (A Onda), apesar de eu gostar mais da versão americana de 1981.

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  28. Temos o direito de sermos pessoas comuns, temos o direito de ser nada. #OCUPA UFPR

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    1. Vou assumir que esta não é uma declaração oficial do movimento.

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  29. É a declaração de um membro. Aliás, irrefutável, verdadeira e honesta.

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    1. Anônimo

      Não faça isso, cara. Pensa um pouco! Qualquer pessoa que creia no irrefutável, demonstra falta de contato com o mundo do pensamento crítico. Até mesmo fatos são questionáveis. Se não fossem, não existiriam múltiplas teorias para explicar o que são fatos. Esta é uma das lições mais espetaculares da filosofia e da ciência: a questionabilidade de nossas percepções de mundo, sejam quais forem. Peço apenas que avalie o que realmente o motiva a crer na existência de uma visão irrefutável: razão ou emoção?

      Além disso, consigo aceitar o direito de uma pessoa ser comum e até mesmo seu direito de ser nada. Mas é difícil entender que uma pessoa que se proponha a fazer um curso superior, tenha a meta de ser apenas comum. Cursos superiores, em minha visão (igualmente refutável), deveriam servir, entre outras coisas, para estimular o livre pensamento. E ser um livre pensador não é uma tarefa comum. Se a pessoa quer ser comum, não tente ocupar espaços daqueles que preferem outro tipo de vida.

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  30. Qualquer semelhança com o que acontece hoje e com o modus operandi, pode não ser mera coincidência...

    "Os estudantes se destacam por ser politicamente cruéis e rudes e por tanto rompem todas as regras. Quando são integrados na guerrilha urbana, como esta ocorrendo agora em grande escala, ensinam um talento especial para a violência revolucionária e pronto adquirem um alto nível de destreza político-técnico-militar.

    Os estudantes tem bastante tempo livre em suas mãos porque são sistematicamente separados, suspendidos e expulsos da escola pela ditadura e assim começam a usar seu tempo vantajosamente a favor de a revolução.

    Os intelectuais constituem a vanguarda da resistência aos atos arbitrários, às injustiças sociais e à inumanidade terrível da ditadura. Eles expandem a chamada revolucionária e tem uma grande influência na população. O guerrilheiro urbano intelectual é o aderente ás moderno da revolução brasileira."

    http://www.marxists.org/portugues/marighella/1969/manual/cap03.htm

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  31. Adonnai,

    Foi uma bela surpresa deparar-me com essas suas duas novas e extraordinárias postagens.

    Eu poderia fazer minhas suas frases finais: "Mas eu não defendo bandeira alguma. Apenas trabalho. E esta é a pior das ironias. Parte de meu trabalho é lecionar para muitos alunos que não estudam, que não refletem, que não discutem. Sou pago para impor um conhecimento que não é desejado. E, por conta disso, finalmente me pergunto: do que diabos estou reclamando?"

    Não é nada encorajador, mas, como a maioria das pessoas não sabe o que se passa em outras federais, gostaria que soubessem que "há coisa pior". Veja o caso de onde leciono, a Unifesp-Guarulhos. Há cerca de um mês professores são impedidos de dar aulas. Aulas como a do prof. Adonnai, ao ar livre, nem pensar! Isso em um campus onde o corpo docente é ou conivente, ou inerte (por medo ou descaso), ou apoia abertamente os estudantes. Agora, tendo em vista o fim da greve, os estudantes querem: a) anular trabalhos e atividades que porventura tenham sido realizadas durante a greve; b) "anular" leituras que foram feitas sem as respectivas aulas (que não ocorreram porque... os estudantes estavam de greve); c) discutir "em comum acordo" com os professores como serão a reposição das aulas, os trabalhos e as avaliações; d) avaliação final composta pela nota do professor, por uma autoavaliação do estudante, e de uma "nota de avaliação do curso", seja lá o que isso signifique. Finalmente, qualquer aluno que se sentir prejudicado, não gostar da nota, das aulas, da reposição, dos trabalhos, poderá entrar com uma ação numa "Comissão de Mediação" que poderá "entrar com recurso sobre o método avaliativo utilizado
    pelo professor". Isso em uma instituição que só agora se recuperaria da greve anterior, com dias letivos fictícios até 30 de dezembro.

    Trocando em miúdos: a greve foi um passaporte para a irresponsabilidade. Impediram a maioria dos alunos que queriam estudar, e agora ainda julgam que sua mobilização política lhes dá direito de passar por cima de padrões básicos de funcionamento de uma instituição de ensino.

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    1. Youssef

      Tenho recebido depoimentos vindos de outras universidades e concordo com você: os problemas ocorridos na UFPR são muito pequenos, se comparados com o que aconteceu e acontece em várias outras instituições. O caos está sendo semeado. E a colheita apenas promete motivos para mais caos. De meu lado, estou me preparando para o pior.

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    2. Pois é, os vermelhos de todas as matizes passaram décadas chocando os ovos das serpentes, agora elas estão aí espalhando a peçonha...

      O próximo passo será enviar os docentes reacionários ao campo, para agricultar com suas próprias mãos, como meio de aprenderem a ser humildes...

      Veio agora aquela déjà vu de histórias lidas nalguns livros...

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  32. Boa tarde, professor, sou aluna de mestrado da Ciência Política e estudo a ocupação da UnB (fase de qualificação de projeto ainda). Sigo a linha do artigo que copio abaixo: "A relação entre protesto e deliberação: esclarecendo os termos do debate". Acredito que iria gostar de ler, pode expandir seus argumentos. Se o senhor tiver tempo e disposição, gostaria de ouvir/ler sua opinião sobre ele. Abraço!
    http://www.anpocs.org/index.php/papers-40-encontro/st-10/st09-9/10228-a-relacao-entre-protesto-e-deliberacao-esclarecendo-os-termos-do-debate/file

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    1. Jaque

      Muito obrigado pelo texto. Eu gostaria de conhecer também o seu trabalho, quando estiver pronto. Assim que eu puder, lerei o artigo que recomenda. Meu e-mail é adonai@ufpr.br.

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    2. Adonai, sugestão de leitura:

      "Por Trás da Máscara. Do Passe Livre aos Black Blocs, as Manifestações que Tomaram as Ruas do Brasil"

      http://lelivros.top/book/baixar-livro-por-tras-da-mascara-flavio-morgenstern-em-pdf-epub-e-mobi-ou-ler-online/


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    3. Grato, Krishnamurti. A propósito, Feliz Natal!

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  33. Muito esclarecido o seu texto. Acho que você está corretíssimo em todo ele, só tenho de acrescentar uma coisa: esta confusão, ingenuidade, e talvez má intenção dalguns movimentos estudantis brasileiros não é privilégio só nosso. Em muitas universidades estadunidenses e europeias a situação é até mais grave que aqui.

    Tem um vídeo traduzido por um canal do YouTube, que, apesar de um tanto tendencioso, mostra isso. Caso queira contemplar a merda alheia eis o link: https://www.youtube.com/watch?v=uV2w5HcOom4.

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    1. Tudo isso foi importado de lá e se adaptou perfeitamente à mentalidade atrasada dos tupiniquins...

      "Radicais nas universidades mostra como a educação superior nos Estados Unidos, em especial nas faculdades de ciências humanas, sofreu uma completa transformação que teve início nos anos 1960 e hoje atinge o seu ápice. Essa mudança foi a total politização das discussões, interesses e critérios acadêmicos em prol de certos grupos sociais e ideologias. Na atualidade, o ambiente acadêmico vive sob a ditadura do politicamente correto e do único critério que serve para julgamento e decisão do que quer que seja dentro desse ambiente: partidarismo. Roger Kimball aponta a farsa que são as carreiras acadêmicas nas áreas das ciências humanas em todas as universidades americanas. Mostra ainda a mediocridade, a infantilidade, a perversidade e a mesquinhez que imperam nesses departamentos. Como tudo que é nonsense, a realidade descrita por Kimball garantirá algum divertimento ao leitor, mas, ao fim, a sensação será de amargor e desânimo pela constatação do elevado grau de deformação da cultura acadêmica contemporânea. Essa mesma deformação aconteceu no Brasil com uma diferença: aqui, o fenômeno nem sequer foi percebido. A resistência e a crítica praticamente inexistiram nos meios acadêmicos locais. Em parte porque, no Brasil, as atividades nos departamentos de ciências humanas nunca passaram de um pálido reflexo dos modismos acadêmicos europeus que agora imperam também nas principais faculdades dos Estados Unidos. Em nosso país, o pior ainda está por vir: a importação do ideário politicamente correto que sufoca e debilita o ensino nos Estados Unidos, como o leitor poderá constatar em Radicais nas universidades."

      http://www.peixotoneto.com.br/radicais-nas-universidades.html

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    2. E da França também...

      "Durante toda a segunda metade do século XX e início deste século, nenhuma intelectualidade exerceu tanta influência quanto a francesa. Aragon, Sartre, Beauvoir, Foucault, Althusser, Deleuze, Derrida, Barthes, Lacan e inúmeros outros influenciaram as redações de todos os jornais, moldaram os atuais currículos das ciências humanas em todas as universidades do mundo, deram o tom nas discussões e militância políticas e deixaram milhares de admiradores e seguidores. Em suma, influenciaram definitivamente o modo como as classes letradas de todo o mundo enxergam a realidade. Nessas seis décadas, nenhum outro grupo pareceu tão insatisfeito com a sua própria cultura, com as tradições de seu país ou do Ocidente ou com o modo de vida, organização política e econômica ocidentais. Nenhum outro grupo deplorou tanto as mazelas do passado e do presente e lutou tanto por uma revolução que criasse um mundo melhor, mais livre e justo. E, pode parecer estranho, nenhum outro grupo apoiou tão apaixonadamente os maiores déspotas e regimes totalitários surgidos após a Segunda Guerra, tal qual já o fizera grande parte da intelectualidade alemã em relação a Hitler e seu partido nacional-socialista. Stalin, Mao Tsé-tung, Ho Chi Minh, Pol Pot, Fidel Castro e seus respectivos regimes foram todos saudados como redentores e instauradores de uma nova ordem de justiça e liberdade. Quem quer que se opusesse às opiniões dessa intelectualidade era imediatamente rotulado de reacionário, imperialista, capitalista ou obscurantista e reduzido ao silêncio. Hoje, o discurso de autovitimização assumido desde o início por esses intelectuais, a ideia de que toda a sociedade pode ser remodelada pela ação política, de que todo o passado e o presente devam ser julgados com base em um futuro hipotético, é a forma de pensar dominante no mundo moderno. A ação desse grupo ao longo das últimas décadas, seus métodos e o seu domínio quase absoluto da cena intelectual francesa é o que Jean Sévillia denomina “terrorismo intelectual”."

      http://www.peixotoneto.com.br/terrorismo-intelectual.html

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    3. Excelente referência, Krishnamurti! Pena que este texto é inacessível ao intelecto daqueles que precisam dele.

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