domingo, 18 de março de 2012

Dicas para entrevistas em programas de pós-graduação

Os conteúdos desta postagem se aplicam a praticamente todas as áreas do conhecimento acadêmico.


Existem quatro modalidades de pós-graduação no Brasil: aperfeiçoamento, especialização, mestrado e doutorado. Não estou focado aqui na pós-graduação profissional, a qual tem caráter muito diferente da acadêmica. 


Cursos de aperfeiçoamento e especialização são, em geral, farsas universitárias que praticamente nada acrescentam em termos acadêmicos aos alunos. São basicamente fontes de dinheiro fácil para professores e instituições de ensino, sejam públicas ou privadas. Ou seja, o velho discurso do ensino público e gratuito, pregado pelas ingênuas associações de professores de instituições de ensino superior público, será uma eterna hipocrisia, enquanto persistirem os cursos de aperfeiçoamento e especialização pagos. E aqueles empregadores que diferenciam salários para docentes que contam com títulos de aperfeiçoamento e especialização em seus résumés, apenas alimentam essa farsa.


Já a modalidade de mestrado tem a principal função de cobrir lacunas de formação durante o período de graduação. Isso vale em qualquer país e não apenas no Brasil. Um estudante de graduação que realize atividades de iniciação científica de alto nível, e que estude de maneira mais aprofundada o que é lecionado durante seu curso, não necessita fazer o mestrado antes do doutorado. Outra atividade importante que pode tornar desnecessária a realização de um mestrado antes do doutorado é a conhecida monografia de conclusão de curso, desde que seja realizada com seriedade e a devida profundidade na abordagem do tema. Isso faz o estudante ganhar precioso tempo, se ele pretende seguir com estudos oficialmente reconhecidos após a conclusão de sua graduação.


Mas independentemente da história do estudante durante seu curso superior, tanto o ingresso na modalidade de mestrado quanto no doutorado exigem várias etapas de avaliação: análise de currículo e histórico escolar, cartas de recomendação, realização de provas e entrevista. 


Normalmente a entrevista é a última etapa no processo de avaliação de candidatos a um programa de pós-graduação. Mas se engana profundamente aquele que julga esta etapa como a mais fácil de todas. Conheci muita gente que foi reprovada apenas na entrevista. Isso porque programas de pós-graduação precisam se proteger contra candidatos com questionável potencial para concluir o curso pretendido. Afinal, o apoio financeiro desses programas depende, entre outros fatores, do desempenho de seus alunos. 


Por isso apresento algumas sugestões básicas sobre como proceder em tais entrevistas.


1) A mais importante recomendação é a seguinte: Peça para um experiente professor universitário (preferencialmente da área de seu interesse) simular uma entrevista com você. Isso é algo que consome, no máximo, meia hora. Este professor detectará rapidamente suas falhas e, desse modo, você estará melhor preparado para a entrevista real.


2) Pesquise tudo o que estiver ao seu alcance sobre o perfil do programa de pós-graduação. Essa investigação deve ser feita antes da entrevista. Se puder, assista a palestras de professores da instituição. Conheça a produção científica dos pesquisadores. Examine a estrutura do programa em termos de exigências para a conclusão do curso. 


3) Se você concluiu sua graduação (ou mestrado) há muitos anos e só agora está tentando ingressar em um mestrado (ou doutorado), certamente os entrevistadores perguntarão o motivo dessa demora para prosseguir em seus estudos. Se seus motivos se referem a problemas pessoais ou profissionais, deixe claro que tais problemas não podem mais interferir em sua vida acadêmica nos próximos anos. E justifique sua resposta. Se não teve motivo algum, jamais diga isso na entrevista. É fundamental que você demonstre maturidade acadêmica. Se for necessário, matricule-se em uma disciplina do programa de pós-graduação como aluno especial e procure ter o melhor desempenho possível em tal disciplina. Isso pode ser feito antes da solicitação de matrícula no programa de pós-graduação. Desse modo você terá um importante trunfo em mãos, principalmente se foi aprovado com nota máxima. 


4) Uma pergunta inevitável em entrevistas é o motivo para você desejar o ingresso no programa. Jamais apresente um único motivo. Ciência é uma atividade social e, por isso, opera em rede. Um único motivo é demonstração de isolamento social e intelectual. Apresente respostas do seguinte tipo: sempre gostei dessa área do conhecimento (justifique o que exatamente lhe atrai na área desejada de estudos); quero colaborar com o programa de pós-graduação, pois admiro o trabalho de Fulano e Beltrano (professores pesquisadores do programa que podem ser potenciais orientadores); quero e preciso crescer na minha carreira; tenho interesse em pesquisa (fale brevemente sobre o que pretende realizar) e o apoio institucional é fundamental para que eu coloque em prática meus projetos. Se insistirem no motivo para você desejar o ingresso especificamente naquele programa, seja honesto: tenho família nesta cidade e, por isso, terei mais tempo de me dedicar aos estudos e ao trabalho do que viajando para outro lugar; é uma das melhores instituições do país (mas só fale isso se for verdade amplamente reconhecida!); me identifico muito com o trabalho de Fulano e Beltrano (pesquisadores vinculados à instituição). 


5) Há entrevistadores que questionam o que você costuma ler. Neste momento espero que você de fato leia bem mais do que apenas livros didáticos usados na graduação. Textos técnicos tipicamente adotados em cursos de pós-graduação, bem como literatura de divulgação científica, são fortemente recomendáveis. Acompanhar revistas como Scientific American, Scientific American Brasil, Nature, Science, Proceedings of the National Academy of Sciences, ou mesmo Ciência Hoje, Pesquisa FAPESP, Bravo e Cult (dependendo da área de interesse) são fundamentais. Publicações mais populares como as revistas Veja e Superinteressante não devem ser mencionadas. Geralmente são inadequadas para esta finalidade.


6) Outra pergunta frequente é se o candidato tem interesse em receber bolsa de estudos. Esta é uma questão cuja melhor resposta é aquela que for transparente e objetiva, de acordo com o perfil pessoal do entrevistado: sem bolsa não poderei realizar o curso; não preciso de bolsa; não preciso de bolsa, mas ela facilitaria bastante a minha vida. Porém, jamais diga que não quer receber bolsa. Isso pode ser interpretado como falta de interesse em vínculo sério com a instituição. Se responder que precisa de bolsa de estudos, deixe claro que você conhece o valor e que o considera tolerável. Se não souber o valor, pergunte aos entrevistadores e avalie imediatamente se é aceitável, deixando clara a sua posição.


Outra questão importante é o visual do entrevistado. Em geral não existe preocupação se o candidato usa maquiagem, tatuagens, jóias, roupas caras, roupas baratas, piercings, peruca ou demais adereços. Mas uma noite bem dormida antes da entrevista e um banho não fazem mal a ninguém. Além disso, devem ser evitados agentes que comprometam o foco da entrevista, como perfumes de odor muito forte ou cheiro evidente de cigarro e/ou bebida alcoólica. Certas drogas legais e ilegais também devem ser controladas. Ressaca resultante de excesso de bebida na noite anterior, certos analgésicos e maconha são agentes que comprometem o desempenho intelectual de qualquer pessoa. 


Essas últimas recomendações parecem triviais. Mas o fato é que existem casos de pessoas extremamente talentosas (academicamente falando) que se descuidam gravemente com aspectos banais da vida.


Com relação ao estado emocional, excesso de calma ou acentuada preocupação não são obstáculos. Mas saber se expressar com clareza e objetividade é imprescindível.
___________
Nota de 24/10/2014: Se você está especificamente interessado em realizar um curso de doutoramento, recomendo a leitura deste texto.

50 comentários:

  1. Adonai, talvez fosse legal você escrever um post explicando claramente o que a comunidade acadêmica entende como objetivo de um mestrado ou doutorado. Durante muitos anos não tive necessidade ou interesse em prosseguir com os estudos. Mas o mercado profissional muda, e hoje, ter completado uma graduação há mais de 20 anos e não ter estudado mais nada exclui qualquer um de uma concorrência por uma vaga.
    Me parece claro, pelo seu post, que um aperfeiçoamento ou especialização não fazem diferença na formação de um pesquisador. Mas os programas de pós-graduação não são vistos, pelo mercado profissional como tendo como único objetivo o de formar pesquisadores. São vistos, talvez erroneamente, como a continuidade natural de estudos para quem não se contenta com uma graduação na sua formação.
    Os mestrados profissionais, no Brasil, estão, em sua maioria, voltados para a administração e negócios. Qual é o caminho, então, para quem quer adquirir mais conhecimento? Sei que você vai dizer que a busca do conhecimento é uma jornada individual, e que os livros estão aí para quem quiser aprender... Mas nada substitui a convivência com grandes mestres, que acabam se refugiando nas instituições de ensino superior.
    Pelo seu post dá para perceber que o tempo valioso desses mestres

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    1. Oi, Taís

      Legal ver você por aqui. Sua sugestão no primeiro parágrafo é ótima. Mas terei que pensar a respeito. Lembro, por exemplo, que anos atrás Umberto Eco publicou um livro sobre como escrever teses. O texto dele é incrivelmente medíocre. Primário mesmo. E se um profissional do nível dele consegue escrever algo tão ruim, é porque o tema é realmente complicado. Talvez eu atenda a seu pedido, mas me restringindo a programas de pós-graduação em matemática e física, áreas que conheço melhor.

      Com relação à sua crítica "os programas de pós-graduação não são vistos, pelo mercado profissional como tendo como único objetivo o de formar pesquisadores", entendo a colocação. Precisamos qualificar melhor isso. Um curso superior não é um curso técnico, Taís. Cursos superiores deveriam formar pensadores, ou seja, pessoas que efetivamente resolvem problemas não triviais. Porém são raras as graduações que cumprem esse papel (um exemplo notável é o excelente curso de Engenharia Florestal da UFPR). Na visão internacional (este é meu parâmetro) apenas um mestrado teria a função de preencher as lacunas de uma graduação mal feita. Ou seja, aperfeiçoamento e especialização são modalidades de pós-graduação que se encontram em uma espécie de limbo intelectual. É incrível como estrangeiros percebem nosso país com profunda estranheza, quando descobrem que temos cursos de aperfeiçoamento e especialização. Sempre tenho dificuldade para explicar a eles do que se trata.

      Com relação a caminhos para adquirir conhecimento, isso me soa estranho se não houver um propósito para seu desejo. Adquirir conhecimento sem qualquer meta em vista é como guardar dinheiro para manter no banco. Sempre insisto que atividade intelectual é atividade social. Não se adquire conhecimento para guardá-lo. A interação com pares e pessoas que possam ser beneficiadas com seu conhecimento é fundamental. E uma das maneiras de se conseguir isso é através do engajamento com instituições.

      Se você quer avançar em seus estudos, para contribuir de alguma maneira no futuro, matricule-se em disciplina de pós-graduação como aluna especial (conforme já sugerido na postagem). A partir disso você terá interações que, pouco a pouco, construirão uma nova rede social em sua vida profissional e acadêmica.

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  2. Muito grato pelas dicas. Espero que funcionem comigo quando eu me inscrever em algum programa de mestrado...

    AAnooniimoo

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    1. AAnooniimoo

      Já dei essas mesmas sugestões para inúmeras pessoas, as quais aplicaram na prática. Até hoje tem funcionado muito bem. Entrevistadores de programas de pós-graduação são pessoas bastante previsíveis.

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  3. Muito bom....www.rituaisacademicos.blogspot.com.br

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    1. Anônimo

      Você é M. Valim? Se for, poderia, por favor, detalhar sobre a proposta do blog citado?

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  4. Olá a proposta é a democratização da leitura de obras raras ou usuais no curso de Pós Graduação Stricto Sensu em Direito. Saudações !

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  5. Caro Adonai,

    Embora eu acompanhe suas publicações constantemente, confesso que ainda não conhecia esta. A minha preocupação é que, como acadêmico recém ingresso na UFPR, estou reprovando em várias matérias o qual sei que no futuro podem fazer diferença no momento de análise curricular para um mestrado e quem sabe um doutorado, mas não sei como driblar esta situação. Estou fazendo o possível e o impossível para cuidar de esposa, filha, trabalhar e estudar física, e não está sendo nada fácil. Eu gostaria de sua sincera opinião, uma vez que tive o privilégio de ter aula contigo, se devo trancar meu curso por um tempo e estudar por conta, para conseguir acompanhar o currículo, ou devo insistir, mesmo sabendo que de 5 matérias vou reprovar em 2 ou 3.

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    1. Luiz Carlos

      Em um país engessado como o nosso, vejo as seguintes alternativas:

      1) Insistir com a sua graduação, apesar das dificuldades, e procurar a orientação de algum pesquisador para a realização de uma atividade informal de IC que resulte em pelo menos uma publicação em periódico especializado de circulação internacional.

      2) Trancar o curso, como você pensa em fazer, mas ainda assim procurar a orientação informal sugerida no item acima.

      Não me parece uma boa ideia você simplesmente trancar o curso e ficar academicamente isolado.

      Sua situação é obviamente complicada. Mas a época para reação é esta, enquanto você ainda é jovem.

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  6. Muito bom, tenho uma entrevista quarta feira que vem e estou nervosa! Mas seu post ajudou bastante. Obrigada.

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    1. Michelle

      Fico feliz por ter ajudado. Em caso de dúvidas específicas, basta entrar em contato através de meu e-mail divulgado no topo da página.

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  7. Adorei as dicas! Muito obrigada!
    A pergunta que ainda me amedronta é a relacionada a bolsa de estudos. Meus professores aqui dizem que, por mais que eu precise, é melhor garantir a entrada e depois correr atrás da bolsa, já que Fapesp aceita projetos o ano todo.
    Enviei um email pedindo ajuda neste tópico.Semana que vem tenho 2 entrevistas e estou um tanto nervosa.Afinal de contas, esperei tanto por esse momento...seguir academia é sonho e está tão perto e ao mesmo tempo tão longe ainda,rs.

    Mais uma vez, muito obrigada!

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  8. Muito obrigada pelas dicas! Serão muito importantes pra mim!
    Terei duas entrevistas semana que vem e estou um pouco nervosa. Tenho medo da pergunta que diz respeito a bolsa de estudos. Até lhe enviei um email.

    Mias uma vez, muito obrigada! E se Deus quiser, mais adiante trarei boas notícias.

    Abraço!

    Jana

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    1. Janaína

      Respondi seu e-mail. Peço que me mantenha informado sobre seu progresso.

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    2. Com certeza a manterei informada! Dicas valiosas!
      Passando as entrevistas, posso compartilhar aqui a experiência, o que foi cobrado. De repente outras pessoas logo passarão por isso!

      Abração!

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  9. Adonai, boa noite!

    Hoje tive minha primeira entrevista e resolvi compartilhar a experiência...
    As perguntas foram exatamente as descritas aqui no blog. Perguntaram sobre detalhes do projeto inclusive o delineamento estatatístico que eu irei usar, relevância da proposta, se eu mudaria algo no projeto caso o orientador pedisse, experiência em IC, apresentações de trabalhos em congressos, artigos em periódicos, onde eu gostaria de chegar com o mestrado, qual o meu intuito:docência ou pesquisa, se eu tive experiência no exterior ou se pretendo ter (disseram que essa pergunta era muito importante), e claro, sobre a bolsa de estudos. Se eu cursaria o mestrado sem bolsa a princípio ou cursaria o mestrado sem bolsa..inclusive, caso a resposta fosse positiva, havia um termo de compromisso a ser assinado. Enfim...entrevista muito tranquila. Logo sai o resultado...saindo, entro em contato com o senhor!
    Mais uma vez, muito obrigada!

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    1. Janaína

      Muito obrigado pelas informações. Fico aguardando seu e-mail.

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  10. Boa noite.

    Agradeço suas informações. Gostaria de saber mais sobre pós-graduação profissional. Qual a diferença da acadêmica? Refiro-me aos assuntos abordados, entre eles a entrevista. Sou candidata, já fiz a prova e agora terei arguição oral. Estou preocupada, pois faz muito tempo que me graduei, fiz pós e continuei participando de seminários, congressos. Também fui bolsista CNPq. Porem, isso faz muito tempo mesmo. Tenho duvidas se isso poderá ser considerado uma vez que fiquei tanto tempo sem procurar o mestrado.
    Obrigada.

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    1. Oi, Magda

      Muito bom contar com a sua participação por aqui. Do ponto de vista burocrático, a diferença entre mestrado profissional e acadêmico pode ser encontrada no link abaixo:

      http://www.capes.gov.br/duvidas-frequentes/62-pos-graduacao/2376-qual-e-a-diferenca-entre-o-mestrado-academico-e-o-mestrado-profissional

      Na prática, o mestrado acadêmico é mais direcionado ao preenchimento de lacunas de formação durante a graduação. Eventualmente dissertações de mestrado podem até mesmo apresentar resultados inéditos de pesquisa. Já o mestrado profissional tem a proposta de qualificação focada para uma atividade profissional muito específica. Um exemplo bem conhecido é a modalidade MBA (Master in Business Administration). Trata-se de um curso de qualificação específico para administração de negócios. É uma excelente modalidade de estudos para quem não está interessado em seguir carreira acadêmica. Já o mestrado acadêmico é comumente realizado por aqueles que pretendem cursar doutoramento, mas sentem deficiências de formação em sua graduação. No entanto, é claro que nada impede uma pessoa com MBA realizar um doutoramento.

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  11. Professor, a origem acadêmica do estudante faz diferença? Se o aluno é formado em uma faculdade EAD como a Uniasselvi, ele pode perder pontos na avaliação de currículo?

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    1. Jonata

      Infelizmente existe preconceito muito grande no mercado de trabalho em relação a instituições pouco conhecidas e, em especial, EAD. Minha recomendação é que você compense essa desvantagem com alguma atividade de iniciação científica ou algo similar. Pode ser até mesmo a orientação informal de algum professor de outra instituição, desde que resulte em alguma publicação. Quanto mais relevante o veículo de publicação, maiores as chances de você conquistar boas colocações no futuro. Em outras palavras, você precisa demonstrar uma iniciativa que transcenda as atividades corriqueiras de seu curso.

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    2. Muito obrigado pela resposta professor. Agora sei que tenho mais uma barreira a vencer.
      Abraços.

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  12. Amanhã é a minha entrevista e com certeza seu post já me ajudou muito, Adonai!
    Abraços

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  13. estou na fase da arguição do projeto e confesso que estou muito nervosa, pois sou muito timida, vc acha que isso pode me prejudicar?

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    1. Stephani

      Peço desculpas pela demora para responder. Somente agora vi seu comentário. Se você é tímida é possível que isso se deva a uma visão idealizada que você tem de outras pessoas. Mas, no final das contas, todos somos igualmente infantis, não importando se somos candidatos ou membros de bancas de avaliação. Fortemente recomendo que você reavalie o valor social de outros, bem como o seu. Pessoas somente são importantes quando se importam com pessoas. Se um membro de banca se incomoda com algum traço pessoal seu, o problema é com ele e não contigo.

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  14. Hoje terei minha entrevista para a seleção de doutorado, e suas dicas me ajudaram muito. Obrigada!

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  15. Se o "possível" orientador estiver na banca e perguntar sobre possíveis mudanças no projeto ou até mesmo sugerir outro assunto a ser pesquisado, qual sua dica de resposta?

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    1. Valdimir

      Minha sugestão é sempre uma delicada combinação de honestidade com flexibilidade. Se o possível orientador sugerir algo que está fora demais de seus interesses, você deve responder imediatamente que não deseja tal projeto. Mas se a sugestão dele for, em sua opinião, fundamentada por mérito científico e não interesses pessoais, e se estiver ao seu alcance e potencial interesse, então certamente você deve ceder.

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  16. Olá, professor Adonai,

    Estou na fase de entrevista para o doutorado e seu post contribuiu com algumas dúvidas que eu tinha. Pretendo ingressar no doutorado em educação, mas fiz o mestrado em sociologia. Na verdade desde o início eu pretendia ingressar no mestrado em educação, mais especificamente, ser orientando de um professor que coordena um grupo de pesquisas que participo. Participei do processo seletivo de mestrado em sociologia à época como um "treino" para o processo seletivo em educação, mas fui aprovado e resolvi não perder a oportunidade. Você acha que a banca pode questionar porque eu pretendo fazer o doutorado em área diferente do mestrado ou ainda porque fiz o mestrado em área distinta da graduação (sou licenciado em Educação Física e Pedagogia)? Devo dizer que desde o mestrado tinha interesse em ingressar na educação ou apenas comentar que me identifico com as pesquisas desenvolvidas pelo professor que indiquei como orientador, e que já participo do grupo de pesquisa dele há alguns anos. Outra questão, eu atuo somente na educação básica, não tenho experiência no ensino superior, acha que isso pode ser algo negativo, devo enfatizar que pretendo lecionar no ensino superior?

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    1. Carlos

      O contato entre sociologia e educação é muito claro. Portanto, creio que você deveria usar sua formação e experiência a seu favor. Ou seja, sua experiência com sociologia pode trazer uma perspectiva extremamente útil em estudos sobre educação, uma vez que educação é também um processo social. Certamente os professores do programa de pós-graduação podem questionar as suas escolhas. Eu, por exemplo, levantaria essa questão. Mas questionaria com o objetivo de avaliar a sua visão pessoal sobre as relações entre sociologia e educação.

      Não vejo motivo para expor que no passado você queria ter realizado mestrado em educação. Não é uma informação relevante para o seu presente estado. Mas certamente deve mencionar sobre o trabalho desenvolvido pelo professor que você indicou como possível orientador. Isso demonstra sintonia com o programa de pós.

      Com relação à sua experiência com educação básica, considero isso uma vantagem. Afinal, sua própria formação em sociologia obrigatoriamente o coloca na posição de não se isolar na famosa "torre de marfim". Existe uma sociedade fora dos muros da universidade. Dependendo do projeto que você pretende desenvolver para o doutorado, esta experiência com ensino básico pode servir de excelente fonte de inspiração. Não é apenas com livros e artigos que se aprende. Vivência é fundamental.

      Espero ter ajudado.

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  17. Me ajudou sim, muito obrigado professor Adonai!

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  18. Quão leigo és quando menosprezas a especialização...
    Talvez na sua área seja assim, mas não generalize meu caro!

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    1. OK. Então apresente um exemplo. Será interessante.

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  19. Fiz duas graduações e uma especialização. Quarta-fera tenho entrevista de mestrado e pra mim a especialização foi fundamental para consolidar conhecimento e passar na primeira fase (prova). Acho que não deverias generalizar sua opinião sobre o aperfeiçoamento e a especialização, inclusive porque muitas universidades públicas oferecem gratuitamente ou com valores simbólicos (vide alguns cursos da UNIFESP e Unicamp).

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    1. Rodrigo

      Como diz na postagem, "Cursos de aperfeiçoamento e especialização são, em geral, farsas...". Destaque para a expressão "em geral". Isso não é uma opinião, mas apenas um fato facilmente verificável. No entanto, é também fato que a qualidade das modalidades de mestrado e doutorado em nosso país deteriora rapidamente. Brasil é um país engraçado. Este povo animalesco daqui parece acreditar ser capaz de fazer ciência.

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    2. Nossa como Você é agressivo! Deve ser mal comido.

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    3. Por que você continua aqui no Brasil?

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    4. Bem, estes dois últimos comentários confirmam minhas impressões sobre o Brasil.

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  20. Obrigado por compartilhar essas dicas preciosas!
    Gostaria que o senhor me tirasse uma dúvida:
    Minha arguição para o Mestrado é na Quarta feira (02) de setembro. No dia, devo levar algum material do meu pré-projeto? Falar sobre detalhes do meu pré-projeto de pesquisa? Ou a própria arguição é a entrevista?
    Agradecido!
    Alexandrino.

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    1. Alexandrino

      Sem detalhes sobre o programa de pós-graduação, fica difícil responder à sua questão. Se compreendi a sua pergunta, você deverá apresentar para uma banca o que pretende desenvolver durante o mestrado em termos de projeto de pesquisa. A entrevista é feita separadamente.

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  21. Olá! Obrigado por retornar o meu post!

    Sim, é o Mestrado Profissional de Filosofia e Ensino do CEFET-RJ.

    Já cursei pós Lato-Sensu em Filosofia pela UGF/RJ, porém, nunca concorri ao Mestrado.. e surgiu esse Seletivo para o Mestrado. Como não tenho ninguém para tirar essas dúvidas, encontrei o seu Blog, o qual o saneamento fora quase total.

    Somente não sei se a arguição é isso: Vc se apresente para banca fala sobre o seu pré-projeto, ou responde exclusivamente às perguntas sobre o projeto...Rss. pode parecer óbvio, mas não tenho nenhum colega q já cursou algum Mestrado para q eu possa fazer essa pergunta..

    Agradecido.

    Segue o Link, caso o senhor desejar alguma informação mais precisa.


    http://dippg.cefet-rj.br/index.php?option=com_content&view=article&id=211&Itemid=216

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    1. Alexandrino

      Na arguição você apresenta seu pré-projeto dentro do tempo determinado e, em seguida, responde a eventuais perguntas feitas pelos membros da banca examinadora.

      Quaisquer outras dúvidas podem ser encaminhadas por aqui mesmo.

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    2. Fico feliz pelo retorno! Entendi agora de forma plena...estou mais seguro!
      Fico muito grato pela ajuda, por seu altruísmo e por sua generosidade!
      O senhor é único, lhe agradeço mais uma vez pela disponibilidade!
      Abraço!
      Alexandrino.

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    3. Irei colocar em prática, todas as dicas valiosas!
      Vai dar certo! ;)

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    4. Gostaria de saber o que é esperado na prova escrita de um Mestrado em Educação

      Meu E-mail: manoelsousa1985@bol.com.br

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  22. Este comentário foi removido pelo autor.

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