terça-feira, 29 de outubro de 2013
Honestidade Intelectual
O que é honestidade intelectual?
1) É não afirmar que sabe, quando não sabe.
2) É ouvir críticas e pensar sobre elas.
3) É promover críticas, quando houver receptividade. E se calar, quando não houver.
4) É não tirar proveito da ignorância do próximo, para expor como verdadeiro um conhecimento duvidoso ou falso.
5) É reconhecer que não existem definições claras e inquestionáveis para os conceitos de conhecimento científico, verdade, racionalidade, lógica, intuição, epistemologia, ontologia e metodologia científica.
6) É não usar os argumentos da autoridade, da contra-autoridade, da tradição ou da revelação.
7) É não aceitar os argumentos da autoridade, da contra-autoridade, da tradição ou da revelação.
8) É não se apresentar como um especialista em uma área do conhecimento, sem jamais ter reconhecidamente produzido algum conhecimento não-trivial nesta área.
9) É reconhecer que publicações locais com citações locais não caracterizam produção de conhecimento.
10) É reconhecer que é muito mais fácil perceber uma ideia tola do que uma pessoa tola.
11) É reconhecer que não existe método universal para detectar ideias tolas e que, portanto, perceber uma ideia tola é uma tarefa difícil.
12) É perceber que é muito mais fácil criticar do que produzir.
13) É perceber que qualquer ideia não trivial pode ser criticada com propriedade.
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Perfeito. Gostaria que, em bancas de concursos as quais me submeterei, o professor estivesse entre elas e que todos os outros tivessem esse pensamento.
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ExcluirNão conheço o livro citado. Quando puder, pretendo ler. Grato pela dica.
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ResponderExcluirSebastião
ExcluirDo ponto de vista da lógica matemática não há problema algum (em princípio) para a criação de uma descrição axiomática para a geometria, na qual ponto seja um conceito definido. No entanto, se você quiser definir ponto a partir de um conceito como dimensão (seja lá o que isso for), deve tomar muito cuidado. Talvez você tenha alguma intuição interessante. Digo "talvez" porque intuições são diferentes entre pessoas diferentes. E talvez sua intuição não seja clara o bastante para efetivamente apresentar uma ideia sensata. Não tenho condições de julgar a partir do que escreveu. Minha recomendação é que você procure conhecer bem a respeito do método axiomático e, depois, tente traduzir sua intuição na forma de uma linguagem formal. No entanto, vale observar algo fundamental para o desenvolvimento de qualquer pesquisa: Qual é o seu objetivo? Ou seja, qual seria a vantagem no desenvolvimento de um projeto como o que você pensa?
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ExcluirSebastião
ExcluirConcordo que testar possibilidades é uma estratégia interessante. Mas, para fins de publicação em periódicos de qualidade, sempre serão exigidas justificativas. E pesquisa não publicada não é pesquisa. Peço apenas que pense a respeito disso. Com relação a referências sobre método axiomático cito duas:
1) Representation and Invariance of Scientific Structures, de Patrick Suppes.
2) Introduction to Mathematical Logic, de Elliot Mendelson.
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ExcluirSebastião
ExcluirVocê escreve: "vamos supor que eu tenha uma dúvida sobre qualquer assunto matemático, se eu formulasse essa dúvida na forma de um problema ela poderia servir de justificativa?" Depende da relevância do problema formulado. É importante entender que já existem muitas formulações para diferentes geometrias. Ou seja, recomendo que você se atualize sobre o que tem sido feito nesta área.
Você pergunta: "Se nunca tivessem publicado o Ultimo Teorema de Fermat, independente de ser uma das idéias mais brilhantes já concebidas, ele seria irrelevante?" Se a demonstração do teorema de Fermat jamais tivesse sido publicada, certamente ela seria irrelevante. Ciência é uma atividade social. Sem a possibilidade de submeter ideias novas à crítica de quaisquer especialistas do mundo, tais ideias novas se tornam absolutamente irrelevantes. Para todos os efeitos, elas sequer existem.
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ExcluirSebastião
ExcluirHá exemplos, nos dias de hoje, de pesquisadores e até mesmo cientistas amadores. A vida acadêmica é tão somente um facilitador para pesquisadores. Afinal, pesquisador ou não, todos precisam comer. No entanto, levando em conta o gigantesco volume de informações que existe no mundo, publicar trabalhos científicos em veículos não especializados é uma ideia ruim. Se alguém levar a sério, é por sorte. Por isso, não importa se a pessoa está vinculada a uma instituição de pesquisa ou não, suas melhores ideias devem ser submetidas para publicação em bons veículos especializados.
Também recomendo que tome muito cuidado com o uso do termo "autodidata". Contatos com profissionais genuinamente competentes é muito importante. Jamais podemos ignorar a contraparte social da atividade científica.
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ExcluirSebastião
ExcluirEntendo sua posição com relação a pesquisa. Mas, a respeito de seu pedido para apagar os comentários, infelizmente não poderei atender. Os únicos comentários que apago são aqueles que promovem ataques pessoais ou fazem uso de vocabulário chulo. Como você dialogou de forma sensata e civilizada, seu caso não se enquadra.
Para futuros contatos não públicos, você pode optar pelo meu e-mail, disponível no topo de cada página deste blog.
Por favor, Sebastião. Não peça de novo pra apagar. Sua conversa foi, pra mim, muito elucidativa. As respostas causadas por suas dúvidas apresentaram, por exemplo, indincação de bibliografia útil. A reflexão sobre "intuição" acima merecia (será que já não tem?) uma postagem por si só, Professor Adonai. A discussão sobre "autodidatas" também.
ResponderExcluirO mais curioso é que eu me reconheci nesses comentários, quando, lá longe no tempo, a sala do PET fazia barulho e provavelmente atrapalhava o Professor Adonai, e a gente atendia telefone sem muito compromisso, um declarado autodidata entrou em contato com o pessoal do PET. Eu, tendo a arrogância de ser um pretenso bacharel em Matemática, no "auge" do segundo ano, lembro de ter dito ao tal autodidata que ele não conseguiria ganhar um dos milhões de dólares que se davam a quem resolvesse um dos problemas famosos...
Sei lá o que se fez do moço (acho que não ganhou o milhão). Mas eu poderia ter agido diferente. Sempre lembrava do caso e pensava que hoje, faria (não com a mesma propriedade) como fez o Adonai. Teria sido tão mais honesto ter indicado outra pessoa (outro autor, outro livro, outro curso...) pra ajudar o candidato a milionário...
Ótimo artigo, e eu devo citar também é um ótimo blog, mal o conheci e já o achei muito instigante a vontade que eu possuo de aprender. Parabéns, divulgando conhecimento de forma prática e eficiente, não é algo que chama a atenção de muitos em nossa sociedade atual, mas é muito importante e os que se interessam tem um diferencial a respeito dos demais.
ResponderExcluirSlipknot666
ExcluirGrato pelo apoio. Em breve teremos mais postagens por aqui.