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quarta-feira, 9 de maio de 2012

Ricos em recursos naturais, pobres em educação


Este link dá acesso a uma reportagem veiculada ontem no Jornal Nacional, da Rede Globo de Televisão. A tese, muito bem defendida, é a de que países como o nosso têm a tendência natural de investir pouco em educação. 

Uma das principais alavancas para o sistema educacional brasileiro é a rede de universidades federais espalhadas pelo território nacional. Como essas universidades contam com a inerte estrutura do comodismo, não vejo a menor perspectiva de que um dia tenhamos um sistema educacional remotamente eficiente.

Agradeço a Susan Blum pela informação sobre a reportagem mencionada.

9 comentários:

  1. Professor,

    Permita-me sair um pouco do tópico em questão. Sou frequentador assíduo de livrarias, sejam virtuais ou não. Curiosamente, tenho me deparado com constantes divulgações dos livros de Ian Stewart, em tópicos sobre a MAtemática; dos quais um deles atraiu-me em especial: Uma história da Simetria na Matemática. SAberia o professor me dizer se os trabalhos desse autor são sérios ou meramente superficiais?

    SAudações,

    Lucas

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  2. Lucas

    Os livros de Ian Stewart são altamente recomendáveis para quem se interessa por matemática e aplicações.

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  3. Caro Adonai,
    alguns países parecem desmentir estes dados. China, Canadá, Noruega e Austrália são países com amplos recursos naturais que investem pesado em educação segundo a própria OCDE. Aliás, a China tem liderado o rank da OCDE. Por outro lado, existem muitos países com poucos recursos que investem muito pouco ou quase nada em educação, como a Indonésia, o Camboja e Tunísia, só para citar alguns, conforme dados da própria OCDE. Não me parece que esta seja uma tendência "natural" de nosso país ou de qualquer outro. No máximo poderíamos dizer que constitui um fator de acomodação, mas não é determinante para os baixos investimentos.

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    Respostas
    1. Gilson

      A informação veiculada pela OCDE é baseada em correlações estatísticas. Ou seja, existem naturalmente as exceções. Assim como há fumantes que vivem 80 anos sem problemas pulmonares, isso não implica na inexistência de correlação significativa entre consumo de cigarro e doenças respiratórias. Além disso, vale observar que há problemas graves de recursos naturais na China, como água.

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    2. Então Adonai,
      é justamente isso que estou querendo dizer, - as exceções. Isso quer dizer que o nosso país não precisa necessariamente seguir a "regra". Essa história pode ser mudada, embora como você tem notado muito bem, nosso sistema educacional, bem como as políticas a ele associadas, não tem contribuído para essa revolução na educação. Parece que estamos hoje diante de uma grande oportunidade de recursos que podem ser aplicados numa mudança estratégica nos rumos das políticas educacionais do País. Onde serão investidos os recursos do Pré-Sal e Gás de que dispomos? A Noruega deu um salto qualitativo no Pós-Guerra justamente por que investiu seus recursos oriundos do petróleo em educação. Aqui estamos na dependência de nossos dirigentes políticos. O que acha que vai acontecer? No que você apostaria?

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    3. Gilson

      Entendo seu argumento. Mas o problema é que nada de marcantemente bom tem sido feito pela nossa educação. E, pior, a população não percebe a cova rasa que está sendo cavada para nosso futuro.

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  4. Há duas formas de produzir riqueza
    a) educação de qualidade
    b)má educação + riquezas naturais

    O Brasil quer ser firmar como exemplar no item b). Não faz muito tempo que o grande criador do modelo, Delfim, fez um artigo revigorando essa tese. ~

    E quanto universidade pública, basta dizer o nível escalofobético dessa é que o Brasil precisa desesperadamente mandar jovens ir estudar no exterio o básico do básico por simplesmente não haver competência instalada para nada que preste. Loggo, vamos mandar crianças se alfabetizar na Argentina.

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  5. É só ver o que o Beto Richa e a Dilma fizeram quando assumiram o governo, corte de verba da educação. Educação é vista como despesa, não como investimento. O MEC é sempre protagonista de estratégias ridículas de políticas públicas de melhora na educação. Não adianta que as escolas tenham metas a cumprir nos sistemas de avaliação se nada muda no sistema, se os professores não são valorizados, não se incentiva o aperfeiçoamento, não se premiam os bons, não há políticas para que os jovens talentos escolham essa profissão, vivemos na era das profissões para ganhar dinheiro, não das profissões para se realizar como pessoa. Muitos são infelizes como professores porque foi a única opção que tiveram na vida, não conseguiram passar em cursos mais concorridos e foram fazer alguma licenciatura. A grande maioria dos professores da educação básica é composta por estudantes medíocres. Como professor em um curso de letras me dói ver que futuros professores de português não possuem a mínima intimidade com os livros, sequer se dão ao trabalho de ler um texto de 10pg para discussão na aula, o que nos obriga a um ensino conteudista e não de reflexão e solução de problemas.

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  6. Luisandro

    Diante de sua visão, tenho uma pergunta: como você consegue lecionar? O que o motiva a continuar lecionando?

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