tag:blogger.com,1999:blog-7013389876233226240.post2931129757767448681..comments2024-01-27T11:58:22.864-03:00Comments on Matemática e Sociedade: Como o vestibular seleciona os piores alunosAdonaihttp://www.blogger.com/profile/01496591352112715128noreply@blogger.comBlogger32125tag:blogger.com,1999:blog-7013389876233226240.post-72427807098507888872015-06-18T13:06:10.986-03:002015-06-18T13:06:10.986-03:00Patrick
Pode crer que entendo muito bem o que diz...Patrick<br /><br />Pode crer que entendo muito bem o que diz. Se você examinar as biografias dos grandes pensadores, perceberá que cada um deles pode contar com o apoio de pelo menos uma pessoa próxima. Instituições, por si só, não alavancam vidas. É preciso apoio pessoal. Mas apoio pessoal não ocorre com frases cliché do tipo "Vá em frente, que vale a pena." Apoio pessoal demanda honesto compromisso entre pessoas que frequentemente enfrentam atritos.Adonaihttps://www.blogger.com/profile/01496591352112715128noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-7013389876233226240.post-29013398980998171822015-06-18T12:54:50.525-03:002015-06-18T12:54:50.525-03:00Acredito haver uma falha nessa forma de seleção. M...Acredito haver uma falha nessa forma de seleção. Mas entendo os seus méritos.<br />Eu, por exemplo, odiei profundamente todos os meus anos no ensino médio e fundamental, e esse ódio se apresentava na forma de apatia e falta de vontade de estudar. Eu só fui entender o que se passava no final do ensino médio, após conhecer um professor exemplar de filosofia, que abriu os meus horizontes, e só ali eu descobri que havia outra coisa fora o que me era passado em sala, me apaixonando pelo estudo.<br />A partir daí, passei a estudar tudo por conta própria. Porém, tinha preso a mim a âncora do meu passado escolar, com notas medíocres e quase nenhuma atividade extra curricular que envolvesse o meio Acadêmico.<br />Mas que culpa eu tive?<br />Não acho que um jovem já tem em si a capacidade crítica de olhar e fazer um julgamento correto sobre o mundo que o cerca. Isso tem que ser ensinado. Se me foi ensinado que física era calcular a velocidade de uma bolinha, e eu achei isso um saco, que culpa eu tive? Se me foi ensinado que matemática era achar ângulos em triângulos e achar as raízes de X de uma função de 2° grau, e eu achei isso um saco, que culpa eu tive?Anonymousnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-7013389876233226240.post-50580815625583064772015-01-22T13:39:22.663-02:002015-01-22T13:39:22.663-02:00"[...] vários alunos praticamente celebraram ..."[...] vários alunos praticamente celebraram a sua morte. [...]"<br /><br />Estou realmente chocado em saber disso.<br /><br />=(<br /><br />De todos os professores que tive tanto da Química quanto da Física, o que mais senti a morte foi justamente a do Odo. Mesmo no decorrer da minha graduação, quando não era mais aluno dele, vez ou outra cruzava com ele pelos corredores do departamento de Física e aproveitava para conversar um pouco, às vezes com alguma dúvida (o que prontamente ele me ajudava), às vezes para conversar sobre assuntos aleatórios.<br /><br />Ele sempre me perguntava como eu estava indo no curso, me aconselhava em momentos difíceis. Enfim, um ser humano sensacional.<br /><br />A maior tristeza que tenho é ter sido aluno dele no auge dos meus 16 anos, quando estava no primeiro ano de graduação. Digo isto porque na época eu era praticamente um crianção e penso que se tivesse sido aluno dele uns 2 ou 3 anos depois, certamente teria aproveitado melhor suas aulas.Anonymoushttps://www.blogger.com/profile/08939983381303269485noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-7013389876233226240.post-52137564941517686282015-01-21T21:45:27.054-02:002015-01-21T21:45:27.054-02:00Leandro
Conheci sim Gilberto Odo. E lembro que lo...Leandro<br /><br />Conheci sim Gilberto Odo. E lembro que logo após o falecimento dele (aliás, com uma doença que o levou a muita dor) vários alunos praticamente celebraram a sua morte. Professores que exigem o pensamento crítico de seus alunos comumente desagradam muita gente. <br /><br />E, com relação à regra de três, de fato demorei para perceber como os alunos são escravos desta técnica. Se duvidar, usarão regra de três até para curar dor de cotovelo.Adonaihttps://www.blogger.com/profile/01496591352112715128noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-7013389876233226240.post-35628035908342611842015-01-21T21:02:46.784-02:002015-01-21T21:02:46.784-02:00É por este motivo que, sempre que possível, evito ...É por este motivo que, sempre que possível, evito ensinar qualquer coisa com um uso irrestrito da regra de três.<br /><br />Quando algum aluno me pergunta o motivo de não usar a regra de três até mesmo em Estequiometria, digo que a regra de três é funcional para sistemas que se comportam de tal maneira que é possível obter um gráfico cartesiano de uma função afim, ou seja, quando uma variável dependente oscila linearmente e na mesma proporção quando da mudança da variável independente. Se, por outro lado, tal oscilação da variável dependente não for linear, podendo ser exponencial, "do 2º grau", "3º grau", etc, a regra de três falha miseravelmente.<br /><br />Explico também que, apesar da regra de três funcionar bem para muitos problemas de estequiometria devido a variações proporcionais diretas nas quantidades envolvidas, falha miseravelmente no estudo de cinética das reações químicas, pois a velocidade de uma reação pode variar diretamente com a concentração de algum dos reagentes (ou todos eles), mas também pode oscilar com o quadrado, cubo, raiz quadrada, etc, das concentrações dependendo do tipo de reação química.<br /><br />Sei que nem tudo o que falo em termos matemáticos pode ser considerado correto em termos de um bom rigor técnico e procuro falar para o aluno que um conhecimento mais detalhado, profundo e correto sobre funções ele pode conseguir com o professor de matemática ou então buscar por outras fontes.<br /><br />No lugar da regra de três, procuro sempre ensinar usando métodos que, ao meu ver, ajudam a evitar a preguiça de raciocínio, como as técnicas de Análise Dimensional, Fator Unitário e Sistemas de Equações Algébricas (para cálculo estequiométrico).<br /><br />Creio que isso ajuda a evitar o aluno de bitolar-se, pois são métodos mais abrangentes, penso eu.Anonymoushttps://www.blogger.com/profile/08939983381303269485noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-7013389876233226240.post-69754018354492776132015-01-21T20:41:56.768-02:002015-01-21T20:41:56.768-02:00Adonai
Excelente postagem.
A falha de enunciado ...Adonai<br /><br />Excelente postagem.<br /><br />A falha de enunciado da Questão 55, mais do que as demais, vai além daquilo que se entende por um "espantoso absurdo", usando de eufemismo.<br /><br />Gostaria de comentar o trecho a seguir:<br /><br />"[...] Em turmas de cálculo eu apresentava ferramentas básicas de derivação e integração de funções reais e pedia para os alunos desenvolverem modelos elementares de dinâmica populacional. E ainda assim os alunos sempre (sim, sempre) insistem em usar regra de três para resolver qualquer problema. [...]"<br /><br />Realmente o uso indiscriminado de regra de três é um seríssimo problema em nosso ensino.<br /><br />Tomei consciência disso quando fui aluno do falecido (e ótimo) professor Gilberto Yosimasa Odo (conheceu ele????) em Física Geral A. Inicialmente, quando ingressei na UFPR, eu também tinha o péssimo hábito de querer resolver tudo por regra de três. Com muita sabedoria, dedicação, calma e paciência (e que paciência, pois eu estava "impregnado" com as supostas "maravilhas" da regra de três) o professor Gilberto Odo conseguiu, aos poucos, "abrir minha mente" e me fazer enxergar os problemas de querer resolver tudo por regra de três. Posso dizer que, se hoje consigo raciocinar melhor, muito da "culpa" é do falecido professor Odo. Foi quase o primeiro semestre inteiro de 2001 para que eu pudesse finalmente desprender-me da regra de três. Não que eu tenha demorado tudo isso para perceber as limitações do uso indiscriminado deste método, mas como estudante imaturo é difícil aceitar que algo tão usado por muitos professores de ensino médio (em todas as disciplinas que envolvem matemática) como se fosse o supra sumo dos métodos, falha miseravelmente sem tanto esforço. É um verdadeiro choque para um calouro quando descobre isto.<br /><br />Desde 2001 venho aprimorando esta consciência e explicando para outros professores de ensino médio que o uso indiscriminado da regra de três pode criar no aluno a falsa ilusão de que tudo se resolve fácil assim, mas sempre fui criticado por estar sendo preciosista.<br /><br />Os colegas que alegam ser preciosismo da minha parte (professores de matemática, química e física) afirmam que o importante é resolver o exercício dado, não importando o método adotado e que minhas alegações não apresentam base de fundamentação na literatura especializada em Educação.<br /><br />De fato, não sei se alguém estudou os efeitos do uso indiscriminado da regra de três no ambiente escolar, mas parto do princípio que se tal problema ocorreu comigo de forma grave a ponto de dar bastante trabalho ao professor Odo, não seria absurdo pensar que esta mesma falha grave poderia ocorrer com outros. E o trecho acima mostra que realmente ocorre com outros, ou seja, não aconteceu só comigo.Anonymoushttps://www.blogger.com/profile/08939983381303269485noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-7013389876233226240.post-72585519056980741112014-12-31T17:03:47.335-02:002014-12-31T17:03:47.335-02:00Anônimo
Sou contra o vestibular. O processo de se...Anônimo<br /><br />Sou contra o vestibular. O processo de seleção de jovens para ingresso em universidades deveria ser algo completamente diferente do que se pratica hoje em nosso país. Está entre meus planos uma postagem exclusivamente sobre o tema. Peço apenas um pouco de paciência. Muita coisa já foi discutida neste blog. Mas muito mais precisa ser discutido ainda. E há considerável demanda por múltiplos temas. Neste momento o que deve ser percebido é que a cultura acadêmica das universidades brasileiras em geral é avessa tanto à inovação quanto à mais elementar racionalidade. E o vestibular é um dos vícios políticos neste país que deve ser extinto de uma vez por todas.Adonaihttps://www.blogger.com/profile/01496591352112715128noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-7013389876233226240.post-19261865272055966722014-12-29T23:57:51.311-02:002014-12-29T23:57:51.311-02:00Ficou um ponto em aberto no artigo - como avaliar ...Ficou um ponto em aberto no artigo - como avaliar num vestibular o pensamento crítico? Há formas de se usar questões de múltipla escolha (ou qualquer outro método informaticamente avaliável) para isso?<br /><br />Suas críticas a questões de vestibulares que penalizam o raciocínio crítico são boas, mas não basta reformular questões como aquelas de forma a não penalizar. Também é preciso formular questões outras de forma a estimular.<br /><br />Caso contrário o raciocínio crítico continuará não sendo mais que um "excesso de bagagem" nos vestibulares.Anonymousnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-7013389876233226240.post-63048970519490450982014-12-09T21:55:12.406-02:002014-12-09T21:55:12.406-02:00A questão não é nem a prova ser objetiva ou não, é...A questão não é nem a prova ser objetiva ou não, é a própria qualidade das perguntas. Eu não sei qual é a taxa de aprovação ou reprovação da Ivy League, mas o processo de seleção que o prof. Adonai propõe é, a meu ver, parecido com o americano. Eu simplesmente suponho que muitos tentam e não conseguem, mas tivéssemos a opinião de alguém que trabalha com esse tipo de seleção, seria bem fácil fazer uma comparação.<br />Não faz sentido a afirmação "Segundo a sua visão, todo aprovado no IELTS ou TOEFL não seria capaz de estudar no exterior, pois não teriam senso crítico para dissertar sobre as áreas de conhecimento que foram avaliados objetivamente", essas avaliações de inglês são relativas a um nível básico de conhecimento objetivo. O que se avalia no IELTS ou o TOEFL (que na verdade são testes básicos se comparados ao Proficiency de Cambrige ou aos testes da Alliance Française) não é o conhecimento crítico sobre áreas específicas do conhecimento. Felizmente, o TOEFL é só um entre vários critérios de seleção de um aluno estrangeiro nos EUA.Youssef Cheremhttps://www.blogger.com/profile/01424799448452502902noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-7013389876233226240.post-29114220683894634622014-12-09T19:08:14.981-02:002014-12-09T19:08:14.981-02:00Sim. Mas isso não basta. Mais gente precisa conver...Sim. Mas isso não basta. Mais gente precisa convergir.Adonaihttps://www.blogger.com/profile/01496591352112715128noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-7013389876233226240.post-70659763568212547212014-12-09T19:07:44.569-02:002014-12-09T19:07:44.569-02:00Escrevi um comentário razoavelmente detalhado, mas...Escrevi um comentário razoavelmente detalhado, mas provavelmente apertei o botão errado e o perdi. Damn!<br /><br />De todo modo, discordo de você, Adonai, quanto a sua proposta. Meus argumentos são basicamente o que está presente nesse artigo: http://www.scottaaronson.com/blog/?p=2003<br /><br />Não acho que exista nenhuma correlação entre inteligência e atividades extracurriculares nem histórico escolar do ensino médio. Pra ser honesto, às vezes considero que esta última é negativa: meus amigos mais inteligentes eram preguiçosos no ensino médio e não costumavam tirar notas lá muito boas - exceto em suas áreas de interesse. Não obstante, todos passaram em cursos tradicionais da USP depois de um ano de cursinho. Por outro lado, conheci vários robôs que tiravam A em tudo, mas nunca entendiam direito o que estavam fazendo.<br /><br />A questão das atividades extra-curriculares seria ainda mais difícil de ser implementada no Brasil, pois isto depende basicamente dos pais e não dos filhos. Ou seja, quem tem sorte e nasce numa família responsável e estruturada se dá bem, enquanto que aqueles com grande potencial, mas que nunca tiveram incentivo para tais atividades, ficariam para atrás.<br /><br />Ainda sobre vestibulares: Sempre tive a impressão que o da Unicamp é o mais bem feito do Brasil.<br />Andréhttps://www.blogger.com/profile/14789926543210342707noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-7013389876233226240.post-79155263057077612862014-12-09T18:23:39.870-02:002014-12-09T18:23:39.870-02:00Prezados Adonai e João, acho que elencamos as caus...Prezados Adonai e João, acho que elencamos as causas principais, nossas noções e ideias sobre o assunto parecem convergir. Abraço.Ricardo Luiz Araujohttps://www.blogger.com/profile/07056724222860172683noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-7013389876233226240.post-44107734967443755642014-12-09T14:40:23.266-02:002014-12-09T14:40:23.266-02:00Vale observar também que este meu último comentári...Vale observar também que este meu último comentário apenas complementa a resposta de João Luiz Faria, cuja visão precisa ser compreendida por muito mais gente, justamente por tocar no cerne da questão.Adonaihttps://www.blogger.com/profile/01496591352112715128noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-7013389876233226240.post-11057431098673008412014-12-09T14:38:39.165-02:002014-12-09T14:38:39.165-02:00Ricardo
Eu também fui aluno da UFPR. Tive um prof...Ricardo<br /><br />Eu também fui aluno da UFPR. Tive um professor, por exemplo, que enunciou um teorema no quadro e o "demonstrou". Em seguida enunciou um novo "teorema" que contradizia o anterior e também o "demonstrou". Questionei este professor? Não, claro que não. Eu sabia onde estava! Afinal, este mesmo professor andava pelos corredores mantendo-se encostado na parede. E era profundamente sexista. Ou seja, era evidentemente uma alma perturbada. Jamais se chuta cachorro morto. Não leva a nada. Neste país arrebentado como o nosso, a melhor solução é a formação de grupos que compartilham interesses em comum e que procurem agir de forma construtiva. Entendo que mesmo assim não é nada fácil lidar com a realidade brasileira. Mas a vida é curta. E nada melhor do que morrer em batalha.Adonaihttps://www.blogger.com/profile/01496591352112715128noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-7013389876233226240.post-30243622347987041912014-12-09T14:28:32.334-02:002014-12-09T14:28:32.334-02:00João Luiz
Concordo plenamente com a sua visão. É ...João Luiz<br /><br />Concordo plenamente com a sua visão. É exatamente este o ponto. Parece que o Brasil jamais poderá alcançar isso? Não necessariamente. Veja o exemplo da realidade dos EUA logo após a Segunda Guerra Mundial. Aquele país combateu países de regimes totalitários e opressores. E o que fez logo em seguida, quando acabou a guerra? Criou o macartismo, que é outro sistema totalitário e opressor. Povos são costumeiramente contraditórios. E o Brasil não é diferente neste sentido. É uma terra de contradições. Por isso mesmo precisamos insistir nestes pontos, entre eles a elevada qualificação de professores das séries iniciais. Adonaihttps://www.blogger.com/profile/01496591352112715128noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-7013389876233226240.post-33924776446109853342014-12-09T12:26:20.818-02:002014-12-09T12:26:20.818-02:00Caro Ricardo. Em meu comentário acima, me refiro a...Caro Ricardo. Em meu comentário acima, me refiro aos primeiros anos de educação. Ao longo do tempo a situação somente piorou porque não cuidamos dos anos iniciais. Então como consequência, os atuais mestres, são oriundos de uma educação deficitária, portanto são de pouca capacidade imaginativa, já que nos seus primórdios foi domesticado. Você acha viável domar animal adulto? Mais fácil iniciar quando jovem! Nossa realidade se deve a isto. Invista-se, com vontade, na educação inicial, que resto anda com suas pernas. Se não andar haverá pressão em cima!<br />Observação importante, investir não significa apenas colocar dinheiro como acontece hoje. A questão não se resolve apenas com dinheiro. É necessário consciência e vontade. Selecionar os melhores! Sim, meritocracia!Anonymoushttps://www.blogger.com/profile/05548528641408903191noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-7013389876233226240.post-67901749567721332882014-12-09T11:00:08.900-02:002014-12-09T11:00:08.900-02:00Caro Adonai
Achei o tema do post extremamente atra...Caro Adonai<br />Achei o tema do post extremamente atraente assim como o texto. Entendo sim que os alunos de qualquer curso superior brasileiro hoje são assim (obviamente não todos). Como ex-aluno da UFPR, gostaria de comentar 3 passagens que ilustram que o problema posto está disseminado por ambos os lados, tanto por parte dos alunos quando por parte da maioria dos professores desta instituição:<br />1 - Tive um professor do ciclo básico do meu curso que exigia em suas provas, em geral com duas questões que as respostas aos problemas propostos tivessem 3 casas decimais. Você só ganhava a questão se conseguisse acertar até a última casa. A alegação do professor: engenharia é uma ciência exata !!! Olhando hoje depois de 20 anos de experiência, constato que o "dito" nunca saiu a campo, nunca avaliou um problema prático, nunca fez nada que não fosse meramente acadêmico. Ao invés de ensinar junto com a sua "suposta exatidão" conceitos como incerteza, propagação de erros em arredondamentos sucessivos e etc. preferia sempre a via mais fácil, não permitindo qualquer discussão. Que margem fica para a imaginação do aluno ou mesmo para o questionamento?<br />2 - No último ano do meu curso me matriculei em uma disciplina do ciclo básico de outro curto e que não havia em minha grade. Fiz isto pela vontade de agregar algo em minha formação. Com a bagagem que já tinha, obviamente costumava perguntar muito ao professor que se mostrava extremamente obtuso e irritado com a situação. Na primeira prova resolvi todas as questões, porém para a minha surpresa obtive uma nota extremamente baixa apesar dos resultados dos meus problemas estarem idênticos aos dos demais. Ao conversar com o professor fui informado que minha nota era baixa pois os métodos pelos quais resolvi os problema não eram os ensinados em sala, claro eu havia aprendido métodos mais avançados. Pergunto, que espaço fica ao aluno que não quer ser um cachorrinho ? Que não quer pular da forma que o ditador quer ? <br />3 - Essa é por observação; Na maioria das turmas das quais fui aluno, em geral os alunos mais "curiosos" e mais "questionadores" eram discriminados tanto por parte dos demais alunos quando por parte de professores (para os quais este tipo de aluno significa uma só coisa: mais trabalho).<br />Olhando hoje vejo a quantos equívocos fui submetido em minha formação (obviamente também cometi muitos deles), mais o sistema educacional não só em cursos superiores mais em toda a sua cadeia é mais ou menos assim, não torna o cidadão um ser pensante e sim faz dele uma máquina de decorar. Quando fui para a UFPR vindo do interior tinha diversos sonhos e fantasias do mundo que estava se abrindo à minha frente, tomei a primeira grande decepção quando descobri que em uma instituição deste porta a biblioteca era fechada diariamente após as 19 horas e não abria as sábados e domingos (não sei como é hoje). E quem quer estudar ? E aqueles que são pontos fora da curva ? Nunca ouvi nenhuma manifestação de docentes ou dirigentes da instituição quando fui questionar o motivo para isto que considero um equívoco completo. É uma limitação extrema a quem realmente quer estudar.<br />Não vejo solução a curto ou médio prazo se não tomarmos, enquanto sociedade, a educação como algo sagrado.<br />Ricardo Luiz Araujohttps://www.blogger.com/profile/07056724222860172683noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-7013389876233226240.post-48607856645176633922014-12-09T10:58:24.588-02:002014-12-09T10:58:24.588-02:00Sobre esta questão penso que a situação poderia me...Sobre esta questão penso que a situação poderia melhorar se nos primeiros anos de estudo, ou seja, alfabetização, já tivéssemos professores altamente qualificados e que compreendessem a educação como um todo e não apenas, dentro de seu ambiente ou sala de aula. Desta forma perceberia o que seria importante na educação de uma pessoa. Esta pessoa evoluiria e pressionaria os níveis superiores para cima. Infelizmente a realidade é que nos primeiros anos selecionam professores que aceitam receber muito pouco por um trabalho de muito valor. Ao longo do tempo, a seleção acaba levando a uma baixa capacitação dos professores, visto que não compensa tanto trabalho. Resultado a principal fase de preparação para a vida acaba prejudicada de forma viral. Muito poucos se salvam! Quando chegam nos níveis mais altos não estão capacitados a compreenderem o mundo. Apenas seguem uma cartilha horrorosa de vida (adjetivo de meu ponto de vista). Desta forma os níveis superiores (classificação linear, não adjetivo) ficam prejudicados e dificilmente podem evoluir. São nivelados por baixo. Enquanto não trabalharem forte nas primeiras etapas, não haverá saída. <br />Tudo isto me parece tão óbvio, que fico tentado a pensar que tudo faz parte de um planejamento. Para que o resultado fosse este mesmo que temos agora, nossa realidade....Anonymoushttps://www.blogger.com/profile/05548528641408903191noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-7013389876233226240.post-86378334214032673532014-12-07T21:59:28.425-02:002014-12-07T21:59:28.425-02:00Clayton
Seus argumentos apenas reforçam meu convi...Clayton<br /><br />Seus argumentos apenas reforçam meu convite. Você poderia relatar os fatos, em todos os detalhes possíveis, incluindo, talvez, fotografias. Esta realidade jamais pode ficar de fora. Não há necessidade de você apresentar propostas de solução ou julgamentos. Se o assunto fosse de tratamento fácil, já estaria resolvido há muito tempo. Mas não podemos deixar esta discussão à margem da sociedade. Por favor, pense a respeito.Adonaihttps://www.blogger.com/profile/01496591352112715128noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-7013389876233226240.post-41296857962277956662014-12-07T21:46:08.003-02:002014-12-07T21:46:08.003-02:00Caro Adonai,
Agradeço pelo convite, mas não sei ...Caro Adonai, <br /><br />Agradeço pelo convite, mas não sei meus relatos poderiam contribuir. Dada a complexidade da questão, receio que eu acabe generalizando nos argumentos ou ainda propondo alguma solução simplória. Imagine, por exemplo, o que dizer em uma reunião de pais para uma mãe alcoólatra e em situação de pobreza com 4 filhos? Ou ainda para um aluno que comenta que um colega ganha pouco mais que 1 salário mínimo por mês em um supermercado próximo enquanto seu irmão ganha o mesmo valor em poucos dias vendendo drogas em frente a escola? Creio que iniciativas importantes a respeito da melhoria educacional ultrapassam o contexto escolar, ou seja, ações para diminuir a desigualdade social no país...Claytonnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-7013389876233226240.post-62224165057878247952014-12-07T20:32:29.534-02:002014-12-07T20:32:29.534-02:00Clayton
Justamente por conta disso sugiro que sej...Clayton<br /><br />Justamente por conta disso sugiro que sejam objetos de avaliação o histórico extra-curricular, bem como outros fatores. Jamais defendo qualquer forma infalível de avaliação, mas apenas formas de avaliação que levem em conta critérios mais abrangentes e flexíveis. <br /><br />Sobre sua experiência em escola de periferia, seria sensacional se você pudesse contribuir com uma postagem sobre o tema. Meu contato com escolas de periferia foi muito pequeno. Já você tem ampla experiência e escreve muito bem. Poderia escrever algo a respeito? Poderia ser na forma de depoimento pessoal, se preferir. Seu texto pode ser crucial para uma discussão melhor qualificada sobre o papel da família no processo educacional. O que me diz?Adonaihttps://www.blogger.com/profile/01496591352112715128noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-7013389876233226240.post-80087015220396422332014-12-07T19:42:46.603-02:002014-12-07T19:42:46.603-02:00Caro Adonai,
Você sugere análise do histórico esc...Caro Adonai, <br />Você sugere análise do histórico escolar como um dos critérios de ingresso ao ensino superior, entretanto, como na educação básica é largamente utilizada avaliações objetivas, não seria "mais do mesmo", ou seja, avaliaríamos um histórico de notas provenientes de avaliações objetivas? Além disso, temos escolas com currículos bastante diferenciados e os critérios de avaliação de cada escola podem ser bastante subjetivos. Também gostaria de brevemente comentar sua proposta em posts anteriores a respeito da importância da família na vida do estudante. Pois bem, não discordo da importância, porém, muitas crianças possuem um modelo de família que pouco pode contribuir para a educação escolar. Eu leciono em uma escola de periferia há 10 anos, onde muitos pais são analfabetos ou semianalfabetos, alguns estão presos, trabalham o dia todo, etc. Também percebo que o nível social, com raras exceções, é um fator que interfere de modo considerável no aprendizado do estudante.<br />Claytonnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-7013389876233226240.post-69426295469701170622014-12-07T13:53:31.358-02:002014-12-07T13:53:31.358-02:00Luis Felipe
Você tocou em uma questão realmente i...Luis Felipe<br /><br />Você tocou em uma questão realmente importante: as relações entre cognição e afeto, sendo que este afeto se aplica tanto a pessoas quanto à ciência. Há algum tempo estou trabalhando em um texto sobre o tema, o qual é muito complicado. Mas posso adiantar que concordo integralmente com a sua visão, apesar de naturalmente seu comentário não esgotar o assunto. Conhece o filme Dark Matter? Retrata com perturbadora fidelidade este ponto.Adonaihttps://www.blogger.com/profile/01496591352112715128noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-7013389876233226240.post-45605109046166385912014-12-07T13:37:06.924-02:002014-12-07T13:37:06.924-02:00Oi professor tudo bem ?
bom, vou expor minha opin...Oi professor tudo bem ?<br /><br />bom, vou expor minha opinião aqui ,achei bem interessante a discussão. acredito sinceramente que precisamos nas universidades alunos que tenham potencial para evoluir ,não basta ter excesso de conhecimento pontualmente.O vestibular é um teste que analisa pontualmente o conhecimento adquirido e de certa forma a capacidade do aluno resolver um problema com um conhecimento adquirido.O vestibular então deve ser como um ponto de partida,mas nos moldes em que foi feito não contempla a busca pela inteligência . Agora mudando um pouco para outro tópico...assumir que o professor de ensino superior está apenas para tirar dúvidas ou apenas para servir como um guia ,que é a visão de muitos professores em nossa instituição ,é jogar no lixo o significado de professor superior e assumir somente a forma de pesquisador,para ser bem rude mesmo, não deveriam nem ser chamados de professores e sim de pesquisadores somente.Não podemos nos guiar á ferro e fogo por modelos de escolas que deram certo ou errado em outros países, parece contraditório mas a cada cultura deve existir um modelo de educação que á satisfaça(note que em um mesmo lugar podem existir várias culturas).Estamos á procura. para terminar,eu sinceramente ainda vejo o professor de ensino superior como um educador, portanto deve ainda despertar a fantasia pelo conhecimento, dar a vida ao conhecimento , mostrar ao aluno com brilho a importância de uma integral ou de uma derivada ou enfim do tema em que se propôs á falar.Penso sinceramente que professores não devem ser livros ambulante que demonstram ser desprovidos de afeto com o conhecimento.Bom, por mim digo que aprendi muito na universidade UFPR ,estou aprendendo á estudar na marra, aos poucos, semestre por semestre aprendo táticas novas,aprendi a ponderar muito os livros que leio e a ter um pouco mais ideias ,mas ainda sou um "cão adestrado" como você fala, vejo nos professores os meus pais ,e ainda crio relações de carinho com meus professores.As vezes é melhor não contrariar o pai não é mesmo ? Anonymoushttps://www.blogger.com/profile/15352874212350599069noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-7013389876233226240.post-17662245172803623342014-12-07T12:49:59.835-02:002014-12-07T12:49:59.835-02:00J. B. Silva
Muito bem colocado seu comentário. No...J. B. Silva<br /><br />Muito bem colocado seu comentário. No entanto, os resultados mostrados pelo Brasil apenas reforçam o texto. Basta acompanhar testes como o PISA ou até mesmo a queda de qualidade em graduações de todo o país. A literatura é muito extensa.Adonaihttps://www.blogger.com/profile/01496591352112715128noreply@blogger.com